CAPÍTULO 28

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O sol já estava brilhando, iluminando todo o quarto, fazendo Charlotte se perguntar que horas seriam. Depois do episódio com aquele irmão de James ela estava diferente, seu sono era mais pesado e ela demorava um pouco para se orientar quando acordava.
Peter dormia tranquilamente na cama ao seu lado, uma das mãos segurando uma grande mecha do cabelo dela. Ele dormia de costas, com a outra mão sobre sua barriga. A ereção gigante formava uma tenda com o lençol. Charlotte se lembrou do dia anterior, quando colocou o enorme pênis dele na boca. Ela achava meio nojento quando via as mulheres fazerem isso em filmes, mas depois que fez, mal podia esperar para fazer de novo.
Ela achou melhor descer, estava com fome. Tomou um banho, sorrindo quando se lembrou Peter lhe dizendo que seria maldade ficar exalando cheiro de sexo no nariz de Vengeance, uma vez que depois do fiasco com Fiona, ele decidiu voltar ao celibato.
Na sala de jantar, Vengeance estava sentado, um prato cheio de carne a espera dele, porém ele parecia longe.
"Bom dia, Vengeance." Ele voltou os olhos na direção dela, mas ainda parecia longe. Podia ser impressão, mas seus olhos estavam mais claros, mais frios.
Ele piscou e sorriu, não como ele costumava sorrir, meio de lado como Peter. Ele apenas moveu os lábios. Seus olhos continuavam estranhos.
"Bom dia, minha filha. Você se importa que eu a chame de filha?" Ele falou com um sorriso, mas seus olhos ainda não estavam normais.
"É claro que não. Pode me chamar do que quiser. Talvez eu acabe te chamando de pai algum dia." Ela deu de ombros. Ela queria muito ver o pai dela e resolver as coisas com ele.
Ele balançou a cabeça.
"Filha, preciso te perguntar uma coisa. Torrent conversou comigo sobre a fêmea que o enganou e o fez ameaçar a sua vida. Você a conhecia bem?"
Sheyla. Ela tinha tentado falar sobre ela com Peter, mas ele não quis ouvir nada sobre ela. Ele inclusive disse que a gravidez dela era uma puta mentira.
"Sabe, parece que conheço Sheyla minha vida toda, mas quando me forcei a me lembrar da primeira vez que a vi, descobri que não tem nem seis meses. Ela, porém já trabalha a muito tempo para o meu tio e era amiga de Amy. Por que o interesse? Peter não aceita nem que eu pronuncie o nome dela." Ela sempre sentia uma pontada no coração quando pensava no que Max podia fazer com ela.
"Estão falando de Sheyla?" Seu tio apareceu na sala e se sentou. Ele parecia bem disposto e Charlotte ficou feliz. Ele pegou um prato, encheu de carne e começou a comer com apetite. Charlotte nunca o viu comer tanto de manhã.
"Sim, senhor Delacour, estamos. O que pode me dizer sobre ela? A quanto tempo a conhece? Já ouviu falar dos pais dela?" Vengeance  parecia um pouco agitado, até seu tio notou e ergueu uma sobrancelha.
"Eu conheço os pais dela, estudei com a tia dela, que foi quem ficou com a guarda dela, quando seu pai morreu."
" Quantos anos ela tem?" Novamente Vengeance não estava em seu normal, a voz dele subiu um tom quando fez a pergunta.
"Acho que ela tem a idade de Amy, ou um pouco menos. Quando seu pai morreu e ela foi morar com minha amiga Adele, ela devia ter uns..."
O tio franziu as sobrancelhas em concentração. Ele olhou para cima e balançou a cabeça.
"É estranho, mas agora, eu me lembro de ir no funeral de Karl e tenho quase certeza de que quando perguntei pela filha dele, Adele me disse que ela era só um bebê, que ela tinha uns dois ou três anos. Mas pela data da morte dele, se Sheyla tem a idade que diz ter ela já deveria ter uns dez anos, não apenas dois ou três."
"O que Torrent te disse?" Charlotte perguntou.
Vengeance suspirou.
"Ele diz querer matá-la mas sabemos muito bem o que ele quer com ela. E ele pediu para te avisar que ela não estava grávida, que era mentira."
"Como ele poderia saber? Ela estava de pouco tempo. Eu toquei na barriga dela, havia um caroço duro, exatamente igual a barriga de Amy quando engravidou!" Charlotte agora era quem estava se exaltando. Sheyla tinha salvado a vida dela.
"Nós sabemos quando uma mulher está grávida, amor. Simple e John podem dizer até o sexo." Peter disse entrando na sala, o cabelo molhado indicando que ele tinha tomado um banho. Charlotte começou a fantasiar com eles debaixo de um chuveiro.
"Mas ele não estava em seu normal. Eu tenho certeza, eu senti a barriga dela!"
Charlotte pensou no sorriso de vadia de Sheyla. Ela era durona e muito inteligente, mas ainda assim, temia por Sheyla e o bebê."
"Pai, eu não pedi para não falar mais naquela vagabunda?" Ele falou e rosnou baixo.
"O bebê não tem culpa do que ela fez! E ele é um de vocês. Como podem virar as costas para ela? A prendam, mas salvem o bebê!" Ela se levantou e começou a andar de um lado para outro.
Vengeance o olhou e eles ficaram uns instantes se olhando. Era nítido que estavam se comunicando sem palavras.
Peter suspirou e se sentou.
"Ok, não concordo, e nunca confiarei nela, mas conte comigo, pai. O que quer que eu faça?"
Vengeance sorriu.
"James. Preciso que você o auxilie." Ele falou. Seus olhos estavam assustadores.
Peter apenas assentiu. Charlotte se sentou de novo e comeu um pouco de carne. Estava deliciosa! Ela comeu tudo e colocou mais em seu prato.
"Como você vai ajudar o James? Você vai para a Reserva?" Ela perguntou. As aulas na faculdade começariam dali a uma semana.
"Não preciso sair daqui, embora ainda esteja bloqueado nessa casa."
Ele começou a comer. Mary entrou e colocou mais carne na mesa. Isso a fez olhar para seu tio. Ele ainda estava comendo.
"Senhor Delacour, pare de comer." Vengeance disse.
O tio o olhou e largou os talheres.
"Sim, claro, Vengeance. Eu estava pensando, Charlotte, eu preciso ir a Reserva, levar Mary e Amber para conhecerem o lugar, vocês poderiam ir também. Talvez nesse final de semana?"
Charlotte esqueceu de fechar a boca. Porque o tio levaria duas funcionárias para conhecerem a Reserva?
"É uma ótima ideia, tio Francis. Eu e meu pai precisamos pegar roupas e outras coisas."
Charlotte esqueceu a esquisitice do tio. Onde eles morariam? No apartamento? Vengeance moraria com eles? As questões práticas tinham de ser discutidas.
"E devemos fazer Pride libertar seu tio e Mary. Eu agradeço a Deus que Gabriel nunca colocou os olhos nele."
"Me libertar?" O tio perguntou.
Vengeance sorriu:
"Não brigue com ele senhor Delacour, Pride é apenas um adolescente. Ele também, por estar sempre em silêncio, não sabe como se dá a sua sugestão."
Charlotte pensou no sono que ela estava tendo e notou que realmente ela não dormia pesadamente antes como estava dormindo agora.
"Talvez ele tenha de me libertar também. Eu nunca dormi do jeito que estou dormindo agora. E quando acordo, estou totalmente desorientada." Mas seria ruim? Charlotte sempre gostou de dormir.
"Do que vocês estão falando?" O tio Francis perguntou. Ele estava comendo novamente.
"Ele colocou uma sugestão no senhor. É por isso que o senhor está sempre comendo carne. E a história de levar Mary e Amber para a Reserva, também foi sugestão dele."
O tio o olhou e sorriu.
"Qual o problema de levar as meninas para passearem um pouco? Eu vou levá-las, já está decidido. E eu tenho que fazer uma ligação importante. Mary, daqui a pouco leve mais dessa carne no meu escritório. E coloque esse molho também. Bom dia."
Mary ficou olhando o patrão sair e perguntou:
"Do que ele precisa me libertar? Eu estou bem, senhor Vengeance. Mas eu gostaria de conhecer a Reserva. Gostaria muito, na verdade. Por favor deixe ele me levar!" Ela disse, seu olhos começando a ficar úmidos.
Vengeance se levantou e a abraçou. Depois do abraço a soltou e falou com o rosto bem perto do dela:
"Claro, querida. É claro que você vai. Não se preocupe, ok?"
Ela balançou a cabeça e saiu da sala.
Vengeance suspirou cansado.
"E tem os que digam na Reserva que Valiant devia ter parado de ter filhos quando Pride nasceu! Com licença, meus filhos." E saiu.
Charlotte olhou para Peter e ergueu as sobrancelhas.
"Pride precisa de um corretivo. Ele não sabe a extensão de sua sugestão. Seu tio pode ficar doente se continuar comendo tanta carne, você pode começar a dormir em horas inapropriadas e Mary..." Ele balançou a cabeça.
"O que ele fez com Mary?"
Peter ficou sério, seu rosto ficando tão sombrio quanto o de seu pai. Ela nunca pararia de se surpreender com isso.
"Ele se acha muito esperto, mas não é páreo para meu pai. Ele transou com ela, e colocou na cabeça dela a sugestão de que ela tinha quebrado um prato na cabeça dele e corrido. Ela também acredita que ela e Joe são apenas bons amigos, o que eu e meu pai temos certeza de que não é verdade. E você acabou de ver o pânico nos olhos dela. O desgraçado plantou na mente dela que ela tem de ir para a Reserva."
Charlotte ficou pensando em como Pride era perigoso. E logo temeu pela saúde de seu tio.
"Talvez fosse melhor irmos hoje mesmo. Eu estou com medo de meu tio passar mal."
Ele concordou.
"Sim. E poderemos passar um tempo lá, só nos dois." O desejo fazia os olhos gelados dele brilharem. Charlotte se sentiu esquentar.

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