CAPÍTULO 24

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O carro parou e Charlotte olhou nos olhos de Torrent. Ele sorriu e beijou sua testa.
"Chegamos, Charlie. Você pode me soltar, se Hunter a vir no meu colo, me partirá a cara. Já basta a surra que Vengeance provavelmente vai me dar." Ele disse. Charlotte sorriu. O Torrent que ela conhecia estava de volta.
"Torrent, existe alguma razão pra minha fêmea estar no seu colo?" A voz de Hunter a fez olhar para fora pela janela. Ele estava de pé, com os braços cruzados, lindo de morrer.
"Eu disse pra ela sair, mas meu colo parece muito bom. Talvez seja até melhor que o seu." Torrent disse.
Charlotte saiu do carro e se lançou nos braços dele.
Uma avalanche de sentimentos passou por ela, a fazendo querer rir e chorar ao mesmo tempo.
"Charlie... Você me perdoa? Eu não devia ter me separado de você." Ele disse.
"Eu te perdôo se tirar essa idéia ridícula de que a culpa é sua dessa sua cabeça dura! Puta que pariu! Eu querendo tanto um beijo e você com essa merda de desculpas!"
"Eu beijaria você, Charlie, basta pedir." Torrent disse e Hunter rosnou.
"Deixe meus filhos em paz, Torrent. Eu disse que te daria uma surra e tenho que cumprir minha palavra." Vengeance saiu acompanhado de seu tio.
Charlie ia se soltando dos braços de Hunter, mas ele não a soltou.
"Tio Francis!" Ela disse ainda abraçada a Hunter.
Seu tio se aproximou e beijou a bochecha dela com carinho.
"Bem vinda, minha querida. Eu tinha certeza que a minha garota durona voltaria pra casa. E Peter, se a deixar escapar eu pessoalmente chutarei seu trazeiro." Ele apertou o ombro de Hunter, depois se virou para Torrent.
"Seja bem vindo também, Torrent, eu tenho muito que te agradecer por salvar minha sobrinha."
"Disponha, tio Francis. Sempre. Tem alguma coisa pra comer? Senti muita falta da comida da senhora Melvis. Venha Leo, você vai adorar a comida dela." Ele entrou na mansão acompanhado do tio Francis, Leo e Brass.
Vengeance se aproximou e a beijou na testa.
"Que bom que você voltou, filha!" Ele sorriu. " Peter, a solte. Ela deve querer um banho e comida." Disse e também entrou na mansão.
Hunter a beijou lentamente, saboreando os lábios dela devagar, segurando seu rosto. Charlie se deixou levar pela emoção do beijo, que apagou da mente dela tudo o que tinha acontecido. Ela se sentiu flutuar nas sensações, no calor e na paixão que os lábios dele despertaram nela.
Ele terminou o beijo e ficou ainda segurando o rosto de Charlotte.
"Eu não sei se consigo soltar você, Charlie. Não sei como tirar minhas mãos do seu corpo ou tirar meus olhos dos seus. Eu te amo tanto!"
Ela abriu a boca. Ele falava com tanta seriedade e sinceridade no olhar que ela sentiu uma lágrima rolar em seu rosto. Era tanta coisa, tantas emoções, tanta ansiedade, confusão, medo terror! Ela não sabia o que dizer.
Ele tirou as mãos do rosto dela e pegou sua mão.
"Vamos, você precisa tomar banho, comer e eu preciso te fazer minha." Ela arregalou os olhos. Ele a faria dele! Como ela sempre desejou.
Eles foram andando e entraram na mansão. Na sala de estar, um Nova Espécie jovem, de cabelos muito compridos e vermelhos estava parado bem no meio da sala.
"Me desculpe, Hunter, mas são ordens do seu pai." Ele sorriu.
Ele devia ser irmão de James e Joe, pois tinha o mesmo tamanho e força deles, além dos cabelos vermelhos, mas seus olhos eram azuis, com o centro dourado. Eram olhos incríveis e a voz dele também era estranha.
"Charlie, querida, você passou por tanta coisa! É melhor que feche seus lindos olhos e descanse, o que você acha?"
A voz dele parecia estar dentro dos ouvidos de Charlotte, entrando por eles e fazendo as pálpebras dela pesarem. Seria muito bom fechar os olhos, só um pouquinho.
"Charlie, Charlie, não, não durma, precisamos conversar, eu preciso de você, Charlie. Não durma! Que porra, Pride! Vou arrancar a sua língua, seu desgraçado! Charlie!"
"Durma, Charlie. Você precisa descansar, querida." Aquela voz apagava tudo ao seu redor. Charlotte concordava, dormir seria tão bom. Porque Hunter não queria que ela dormisse? Dormir, fechar os olhos pesados... Era tão bom!
Quando ela abriu os olhos de novo, estava deitada, de lado em sua cama, na penumbra do quarto. Os olhos de Hunter brilhavam no escuro e ele estava imóvel. Os corpos dos dois estavam perto, mas não se tocavam.
Ela pensou em algo para dizer, mas sua mente parecia um mingal. Ela só queria continuar ali, mergulhando no azul gelado e brilhante dos olhos dele. Ele também continuou calado.
E ficaram assim, por quanto tempo Charlotte não saberia dizer.
Era um silêncio cheio de significado, encanto, felicidade. Charlotte nunca se sentiu assim.
Mas eles tinham que conversar. Tinham, mesmo? A mente dela dava voltas e mais voltas sobre se teriam que falar alguma coisa ou não.
De repente, ele piscou, parecendo alarmado.
"Charlie! Diga alguma coisa! Qualquer coisa!" Ela continuou olhando para ele. Hunter era tão bonito! "Eu vou arrancar a língua daquele filho da puta!"
Ela piscou. Abriu e fechou a boca, mas ainda não sabia o que dizer. Ela se sentia feliz, relaxada e um pouco confusa, por que tinha que falar alguma coisa?
Ele respirou fundo, fechou os olhos e tocou a face dela. A sensação foi gloriosa! Charlotte fechou seus olhos também e suspirou satisfeita. Havia uma pontinha de preocupação no fundo da mente dela, mas ela só conseguia pensar em Hunter ali, ao seu lado. Ela aumentou o sorriso.
Ele beijou a testa dela e se levantou.
"Eu já volto, meu amor. Não saia daqui."
Ela tentou balançar a cabeça, concordando, mas seu pescoço estava mole. Queria pedir para ele voltar, mas não sabia como. Era tão difícil decidir o que dizer! Na verdade ela também notou que não conseguia se mover. Mas estava tão gostoso ficar calada, com a mente vazia e confortavelmente deitada em sua cama macia. Ela sentia que podia ficar horas ali.

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