CAPÍTULO 29

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Charlotte estava de costas arrumando sua mala. Eles resolveram ir para a Reserva o quanto antes. Peter tentava em vão ignorar a alegria que brotava em seu peito com a simples idéia de voltar a Reserva. Ele se lembrou do dilema de Flame e Victoria. A gravidez  resolveu a questão, Victoria estava às voltas com a alegria de ser mãe e ainda não queria sair da Reserva. Flame tivera sorte. Ou Simple tinha resolvido o problema, como o filhote gostava de apontar.
Voltar para a Reserva, ver os filhotes, os amigos de seu pai, seus amigos e Silent e Sunny, andar pela floresta, lutar, nadar...
Ele desprezou aquele lugar, se sentiu entediado, mas agora sentia tanta falta dali! E pensar que seu pai iria ficar longe de lá por causa dele.
"O que foi?" Charlotte se virou. Ela pôs as mãos nos quadris. Peter adorava o ar de mandona que ela tinha.
"Estou surpreso por estar ansioso para voltar a Reserva. Eu costumava dizer que lá era um paraíso de manés."
Ela se aproximou, parando bem a frente de Peter. Ele a tocou, passando o dedo pelas feições delicadas dela. Ela parecia uma pintura, era tão perfeita!
"Temos que conversar sobre nós, Peter. Eu tenho a faculdade e meu emprego, não posso ir para a Reserva." Ela disse. Parecia receosa de ter essa conversa.
"Eu e meu pai decidimos ficar aqui, pelo menos por um tempo. Eu sei que você não pode ir pra lá."
Ela deu um passo para trás. Não foi a reação que ele esperava que ela tivesse.
"Você ficaria mesmo?" Ele não estava entendendo porque ela disse 'ficaria' e não 'vai ficar'.
"Claro. Eu tenho que confessar que eu sofreria muito em me afastar do meu pai, mas já tinha decidido ficar. E então, meu pai disse que ficaria aqui comigo. Só espero que não seja problema ele morar com a gente. Talvez você não acredite, mas ele jurou não falar muito." Ela riu.
"É difícil de acreditar, ele é tão tagarela!" Ele a beijou. Ela retribuiu mordendo seu lábio inferior, ele a apertou contra sua ereção segurando a bunda dela com força.
"Peter, o helicóptero não vai demorar a chegar." Ela disse, mas afastou a garganta para dar mais espaço para a boca dele.
"É só a gente não demorar também." Ele disse com um gemido. Já puxando a blusa de botões dela, quando Charlie o empurrou.
"Não vai estragar essa blusa! Eu gosto dela, Peter!" Peter sorriu e ergueu as palmas se afastando um pouco.
"Você tem dez segundos." E ainda era muito. Ficar com as mãos longe do corpo dela não era fácil.
"Peter! Eu ainda tenho muita roupa pra separar, tenho minha frasqueira pra preparar..."
"Nove." Ele estava falando sério. O problema seria rasgar aquela porcaria da calça jeans apertada que ela vestia.
Ela sorriu, pegou um casaco grosso e o vestiu.
Peter sentiu seu instinto de predador aflorar. Um rosnado baixo escapou dos lábios dele.
"Não devia ter feito isso." Ele a agarrou, e a jogou no meio da cama. Ela riu, mas seu olhar mudou quando Peter puxou uma perna da calça pelo pé. Peter puxou e a calça saiu. Ela estava com uma daquelas calcinhas minúsculas, ele a rasgou com as presas, o gemido dela o tentou tanto que ele penetrou-a numa investida firme. Peter viu estrelas. O interior molhado e apertado dela era algo que ele ainda não tinha se acostumado.
Ele virou o corpo e a deixou por cima. Charlie tirou o maldito casaco, a blusa e o sutiã. Seus seios balançaram a frente de seu rosto e ele abocanhou um deles e mordeu. Charlie gritou. Ela aumentou o ritmo dos movimentos o cavalgando. Peter mergulhou no azul dos olhos dela e rosnou. Ela deu uma diminuída no ritmo, o provocando.
"Não devia ter feito isso." Ele rosnou.
Peter se levantou da cama ainda a penetrando e a pressionou contra a parede. Ele perdeu o controle e estocou sem dó. Charlie não se importou, ao contrário, ela mordeu seu pescoço, cravando os dentes retos dela nele. Peter uivou. Ele estocava com mais força e ela apertava os dentes em seu pescoço. Ela só parou de morder quando o orgasmo a sacudiu e ela gritou. Peter a seguiu uivando como um louco.
"Isso foi..." Ela tentou dizer entre os ofegos de sua respiração. Peter a beijou bem de leve.
"Acho que foi muito selvagem, você é uma moça delicada. Devemos fazer mais devagar agora." Ele ainda estava inchado. Beijou-a com carinho, devagar enquanto ouvia o coração dela se acalmar.
"Peter, sinto interromper, mas o helicóptero chegou." Vengeance disse alto, sua voz indicando que ele estava atrás da porta.
Charlotte arregalou os olhos.
"A porta estava fechada?" Era engraçado a expressão assustada dela, então ele riu.
"Não me lembro de ter fechado." Ele deu de ombros. Se seu pai fechou a porta, ele teria feito sem olhar, ele tinha certeza disso.
Ela tentou empurra-lo, mas ainda estava presa.
"Calma, amor. Se ele fechou a porta, fez isso sem olhar."
Ela pareceu acreditar, mas estava vermelha como um tomate.
"Você não tem uma mala pra fazer?"
"Eu não preciso de toda essa tralha, Charlie. Minha mala está pronta a horas. Vou descer, pra não te distrair, ele disse depois de sugar um seio.
"Boa idéia." Ele saiu de dentro dela, e se afastou. Ajustou a calça, vestiu a camiseta e saiu do quarto.
Lá embaixo, no vestíbulo, Mary e outra garota esperavam ao lado de tio Francis. Enquanto Mary continuou com a cabeça baixa, a outra o olhou de cima a baixo. Essa devia ser Amber. Ela era alta e roliça, com um rosto muito bonito, loira de olhos castanhos.
"Nossa, não sei qual a versão mais bonita, a mais velha ou a mais nova!"
Peter segurou um rosnado. Ia arrancar pelo menos uma presa de Pride.
"Nenhuma das duas é pro seu bico, Amber. Se comporte, ou você não vai." Charlotte apareceu.
"Não sou sua empregada, você não manda em mim. O helicóptero é do seu tio, não seu."
Charlotte franziu as sobrancelhas. Ela se preparou pra briga.
"Tio como pode deixá-la falar comigo assim? Ela não deve ir."
O tio Francis olhou para Charlotte e sorriu.
"Mas é claro que ela vai, minha querida. Eu disse que ela iria. Mas se você não quiser ir pode ficar aqui."
Amber deu um sorrisinho. Charlotte se lançou na direção dela, mas Peter a segurou.
"Me solta, Peter. Eu vou mostrar pra essa ridícula com quem ela está falando."
Vengeance limpou a garganta.
"Senhor Delacour, Amber não pode ir hoje. Será melhor levá-la outro dia."
O homem idoso piscou, sorriu e pegou uma das mãos de Amber.
"Outro dia, então, Amber. Mas já que você não vai, tire folga pelo resto do dia."
A garota fulminou Charlie com os olhos e saiu em direção aos cômodos dos funcionários.
"Vamos?" O tio de Charlie disse e saiu conversando com Joel.
"O que foi isso, pai?" Peter perguntou.
Vengeance deu ombros.
"Acho que ele obedece a voz de comando. Mas não é por muito tempo. Quando eu disse que parasse de comer, ele parou, mas depois voltou a comer."
"Vamos embora, então antes que ele mude de idéia." Peter disse.
"Você não devia ter me impedido, Peter, eu ia esfregar a cara daquela folgada na parede."
Ele sorriu.
"Eu amo essa sua veia violenta." Eles se beijaram. Peter estava tão feliz!
Quando chegaram no heliporto, o tio Francis, quando ia entrar, estacou.
"Onde está Amber? Ela tem de ir. Peter, você poderia buscá-la?"
"Ela está indisposta, tio, ela pode ir outro dia." Charlie respondeu.
O tio fechou a cara.
"Esse helicóptero não sai daqui sem Amber dentro dele! Joel, vá buscá-la! Ou eu mesmo irei." Ele cruzou os braços.
"Senhor Delacour, ela pediu pra ir outro dia. Entre nesse helicóptero!" O pai falou firme.
"Sem Amber, eu não vou!" O velho tinha os olhos vidrados.
Vengeance discou o número de Pride no celular.
"Pride?"
Ele ficou calado um tempo.
"Não quero saber. Desfaça agora a merda que você fez."
Vengeance estendeu o celular para o tio Francis.
"É Amber."
O velho sorriu e pegou o telefone.
"Querida? Estamos..."
E Francis Delacour só não caiu de cabeça no chão por causa dos reflexos sobre humanos de Vengeance.
O celular caiu no chão e Peter o pegou.
"Que porra, Pride! O que você fez com o tio Francis?"
"Eu não sei desfazer, Hunter. A única coisa que poderia ser feita seria colocá-lo pra dormir."
Peter desligou a ligação na cara dele.
Filhote desgraçado!




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