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Quando a Stell foi vencida pelo sono, eram quase três horas da manhã e Sarah estava no décimo quinto sono. Deitou a sua filha entre elas, e deitou-se também. Apagou a luz do abajur. O seu corpo e sua mente agradeceram por finamente relaxar. Mas ao invés de dormir, ficou olhando para Sarah... Estava serena. Não parecia aquela mulher irritada de mais cedo.

Estava mais calma em relação ao ciúme. Não pensava muito para a raiva não voltar, mas teria mais cuidado com a Kerline. Não poderia que a mesma roubasse o seu... amor. Sim, amor. Estava completamente apaixonada por Sarah, isso explicava o ciúme doentio, o encantamento exagerado e as batidas do seu coração que sempre acelerava quando a loira estava por perto. Sem contar que quando via a Sarah, parecia que o mundo ficava mais belo e cheio de vida.

Que grande abacaxi que ganhou! O que iria fazer? Sabia que o sentimento não era recíproco. Nunca que a Sarah iria se apaixonar por ela, e isso ficou bem claro ao vê-la na cozinha com a Kerline. Sabia que a Sarah tinha desejo por ela... Isso sabia, existia paixão entre elas, mas tinha dúvidas se a Sarah era a espécie de mulher que se deixava entregar. Suspirou. Ela sabia a resposta, seria muito difícil que Sarah se permitisse á isso, sem contar que... Eram diferentes. Mundos diferentes. O fato de estar no mesmo quarto com a Sarah era apenas uma eventualidade do destino, essas coisas não aconteciam com frequência. Tinha certeza que quando voltasse para Natal, a Sarah iria esquecê-la de vez.

O que era muito triste. Porque esse sentimento que estava enraizado no coração de Juliette ganhando imensas proporções nunca foi sentido por ninguém. E tinha certeza que esse sentimento tão distinto nunca mais seria sentido por outra pessoa. Suspirou tristemente, e fechou os olhos que ardiam. Sentiu as lágrimas deslizarem pelo seu rosto.

O amor era um sentimento muito lindo, mas também... Arrasador. E com esse pensamento que foi adormecendo.

• • •

— Eu não acho que deveríamos entrar assim, Abadia. — Evandro murmurou para esposa na porta do quarto de Sarah. — E se elas estiverem inapropriadas?

Abadia olhou para o marido.

— Não estão. Tem um bebê dormindo entre elas, se lembra?

— Lembro. Mas me sinto desconfortável entrar sem ser anunciado. — Evandro olhou para mulher com um pouco de receio.

Revirando os olhos, Abadia deu três batidas na porta, depois voltou a olhar para o Evandro.

— Satisfeito? — Não o deixou responder, abriu a porta e adentrou.

— Abadia! — Evandro ainda tentou impedir, mas a esposa já estava enfurnada no quarto de sua filha.

Evandro foi atrás, e ficou aliviado ao constatar que elas estavam vestidas. As duas dormiam profundamente, e Stella estava no meio delas. A cabeça de Stella repousava na costela de Juliette, enquanto, os pés estavam no rosto de Sarah, toda atravessada.

— Oh que bonitinho. — Abadia sorriu carinhosamente para o marido. — Está vendo? Sem sexo, não dá pra fazer sexo com uma criança no meio. — Então, se debruçou um pouco e tocou no pé de Sarah. — Filha... — Depois tocou no pé de Juliette. — Juliette... — Como nenhuma das duas acordaram, ela começou a balança-las. — Queridas...

Juliette estava no sono tão gostoso que se assustou ao se sentir balançada. Mas o que é que estava acontecendo? Sentou-se abruptamente ainda sonolenta. O corpo de Oprah deslizou até o seu colo. Ela segurou a sua filha.

— É terremoto? — Perguntou apertando os seus olhos, meio desnorteada.

Nisso, a Sarah também acordou. E assim que abriu os olhos, quis morrer. Não tinha noção de hora, mas sabia que era cedo. Antes de levantar, sentiu os pés de Stella em seu rosto, os tirou com cuidado e se sentou, deparando-se com os seus pais.

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora