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O vinho branco estava mais adocicado que o normal. Não se lembrava de ser tão doce assim, principalmente dessa marca. Estranhou. Mas não deu importância, talvez, tivesse comido alguma coisa doce antes de bebê-lo. O seu paladar modificou o sabor, Thaís pensou, mas não deixou de tomar toda a sua taça de vinho.

A festa estava ótima, mas não via a hora de acabar. Queria ter o seu momento especial com a Juliette, sem ninguém, e principalmente sem roupa. Estava á mais de dois meses ansiando por isso. A noite teria o sabor melhor depois que esfregou na cada de Sarah o que pretendia fazer.

Percebeu também que Juliette estava mergulhando no champanhe. Não a queria bêbada. Queria bem sóbria, e que a noite fosse memorável.

— Meu bem, o que você acha de irmos embora? — Thaís propôs, dando um cheiro abaixo da orelha da morena.

Juliette arrepiou-se, e sorriu. Virou-se para a namorada e fez carinho em seu rosto.

— Agora? Não! Ainda tem os convidados para recepcionar. — Juliette disse. — Mais meia-hora, tudo bem?

— Tudo bem. Depois da meia-hora, seremos apenas você e eu? — Thaís perguntou, dando outro cheiro na sua namorada, estava muito cheirosa.

Juliette apenas balançou a cabeça em positivo. Fez um carinho no rosto da Thaís, e foi conversar com um empresário do ramo.

Poderia aguentar mais meia-hora. Em todo o momento, ficou com os olhos em Sarah. Tinha que fazer vigilância, se a Sarah se aproximasse de sua namorada, também iria se aproximar. Presenciou aquela palhaçada do olhar, só não pode se aproximar antes porque uma convidada a tinha prendido num falatório sem fim sobre a crise econômica.

Sentiu uma coisa estranha em sua barriga. Como se os seus órgãos estivessem mexendo por dentro. Fez uma lista mental do que comeu no dia, nada fora dos parâmetros normais. Então, porque estava sentindo aquilo?

Bebeu água. Uns três copos de água. A sensação ia aumentando... O seu intestino parecia que estava fervendo por dentro. Assoprou pela boca, começou a suar frio. Ah, não! Não acreditava que isso estava acontecendo com ela.

— Estou tão feliz por essa conquista de vocês. — Gilberto disse ao se aproximar, tocou no antebraço da irmã. — O que é que você tem? Por que está tão fria?

— Eu... — Thaís abriu a boca para falar, mas um ronco horrendo do seu intestino a fez calar. Sentiu-se envergonhada.

— Credo! — Gilberto fez uma careta. — A sua barriga está dando cria?

Mais alguns roncos. Bem no fundo, estava sentindo uma cólica que ia ganhando proporção á cada minuto, algumas á ponto de ficar bem pálida.

— Eu tenho que ir embora. — Thaís informou, estava suando demais, sentindo dor de barriga demais. Pelo andar da carruagem, a sua noite seria em um vaso sanitário.

— Embora? — Gilberto franziu o cenho. — E a sua noite com a Juliette?

Thaís sentiu uma enorme vontade de ir ao banheiro, o que a fez se arrepiar toda. Não dava para ir ao banheiro do Espaço, se o que tivesse sentindo, saísse de dentro de si, o lugar ficaria bem incensado.

Nessa altura do campeonato, nem a noite que tinha planejado com tanto esmero á importava mais, o seu único pensamento era um banheiro.

— Vai ter que ficar para outra noite. — Thaís falou rápido. — Boa viagem para você. — E saiu em direção da Juliette.

Gilberto ficou sem entender nada. A sua irmã estava andando de maneira bem estranha, e também agindo. Mas deu de ombros, ao contrário da Thaís que não teria uma noite especial... Ele teria sim, e em Gramado. O seu voo estava para sair em uma hora, e como era perto, não estava muito preocupado. Até vinte minutos de antecedência era lucro. Foi para junto do Arcrebiano.

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora