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Foi uma confusão. Todos queriam ficar no hospital com Sarah: Eric, Abadia, Evandro, Carla e Juliette. Porém, não foi possível mesmo o quarto sendo apartamento. A enfermeira os expulsaram e só autorizou a permanência de uma pessoa O alvoroço estava deixando a Sarah mais nervosa... A loira tinha acordado depois que foi medicada, ainda respirava com um pouco de dificuldade, por isto, necessitava de oxigênio.

Tinha sofrido uma forte reação alérgica correndo um risco de sofrer um choque anafilático. Mas como o socorro foi rápido, as medicações estavam trabalhando para evitar que isso ocorresse. Exame de sangue tinha sido recolhido, toxicológico também, e alguns exames para saber como o bebê estava. O bebê estava bem. Isso foi um grande alívio, até mesmo para a Juliette...

As urticárias ainda estavam no rosto e no pescoço de Sarah. Não estava uma coisa muito bonita de se ver, mas também, não estava tão pior como antes. O médico garantiu que ela ficaria fora de perigo, só precisava ficar a noite em observação. E se amanhã estivesse boa, iria para casa. Foi outro alívio.

Por um momento, um medo incontrolável tomou conta de Juliette. O medo de viver em um mundo sem a Sarah lhe deixou com os nervos á flor da pele. Não conseguia nem cogitar a hipótese que o seu coração se apertava e uma sensação sufocante lhe deixava agoniada.

- Eu vou ficar. - Carla disse. - Quero acompanhar de perto.

- Eu também vou ficar. - Eric disse. - Sou o pai do bebê.

Juliette olhou para Eric, e retrucou.

- Vocês não irão ficar. Quem irá ficar sou eu. - Juliette disse. Entregou a Stella nos braços da Abadia. A pequena estava dormindo. - Pode cuidar dela, por favor?

- Claro meu bem. - Abadia respondeu, aninhando a pequena em seus braços.

- Quem disse á você que eu irei embora? - Eric perguntou com os olhos apertados. - Eu tenho direito de estar aqui!

Juliette estava sem paciência. A mulher que amava tinha quase morrido. Imagina só! Sarah ficou um passo de ter um edema de glote.

- É! Quem disse? Eu sou a irmã dela e também tenho todo direito de estar aqui. Sou família. - Carla rebateu carrancuda.

- Crianças, se acalmem. - Evandro pediu, vendo a confusão se formando.

- E eu sou a esposa de Sarah. - Juliette gritou, assustando á todos. Estava com raiva e não iria fazer nada para sufocar isso. - Mesmo não estando juntas, continuo sendo a esposa dela. Tenho plenos poderes legais para tomar qualquer decisão. - Ela gesticulou. - Então, se eu for à recepção e proibir a entrada de vocês, conseguirei. Por que aqui, não importa se é mãe, pai, irmã - Olhou para o Eric e imitou a voz dele. - Ou até mesmo o pai do bebê. Eu sou a autoridade máxima na vida de Sarah e não tentem me contrariar! Estão me ouvindo?

Abadia e Evandro concordaram com a cabeça. Não levaram para o lado pessoal e muito menos se chatearam. Sabia que aquele discurso não foi para eles, e sim para os outros. Carla e Eric ficaram irritados, mas engoliram á seco.

No final das contas, acataram a decisão de Juliette.

Antes de ir embora, falaram com a Sarah que estava bem sonolenta por conta das medicações. O exame toxicológico acusou a presença de Mucuna Pruriens, ou seja, pó de mico. Que podia até ser inofensivo, mas agregado às substâncias do produto causou a reação forte.

Ninguém além de Carla se ligou que o produto foi alterado. E ela sabia por quem foi. Não deixaria isso barato. Ao sair do quarto de Sarah, puxou a Juliette para o canto.

- Você poderia me passar o telefone da Thaís? - Carla pediu.

Juliette franziu o cenho.

- Por quê?

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora