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Kerline estava chorando em sua cama. Até o esforço para chorar doía em seu corpo. Tinha tomado um analgésico, mas não foi o suficiente para aplacar a dor corporal. Estava se sentindo arrasada. O efeito do álcool também não ajudava e Caio sabia que seria muito pior no dia seguinte. Ela tinha tomado um banho, com auxilio dele e estava deitada em sua cama com pijama que não era nada sexy, não parecia à mesma Kerline que esbanjava sensualidade. Sentia-se péssima por isso também.

— Aquela vadia tombou comigo. — Kerline disse ao choro. Sentia-se humilhada. Aceitou um lenço que o Caio lhe entregava. — Estou destruída. Destruída. O meu advogado me ligou mais cedo informando que o imbecil do Arcrebiano deu entrada no divórcio. A Sarah super apaixonada por essa mulherzinha, você a viu? Viu como é baixa?

Caio abriu a boca para falar, mas repensou. Não queria magoar a Kerline, tinha um sentimento muito íntimo para com ela. Porém, não era cego! Ficou bem atento as curvas e a beleza de Juliette. Se tivesse oportunidade, ficaria com ela... E não pestanejaria.

— Ela não devia ter lhe batido dessa forma. — Caio acariciou o rosto de Kerline. — Quer prestar uma queixa?

— Eu quero mata-la! — Kerline gritou no pranto. Olhou pra arma do Caio presa no coldre. — Um tiro bem certeiro e tudo resolveria!

— E você acha que eu iria suportar vê-la atrás das grandes? — Caio perguntou com a voz baixa, segurou o queixo dela. — Vai deixar ser derrotada assim? Não sabia que você era tão fraca á esse ponto.

— O que vou fazer Caio? Você viu! Estava sendo espancada e nenhum tomou partido por mim. — Kerline choramingou. — Eu perdi essa guerra.

— Não perdeu. Só precisa ser mais esperta. — Caio disse com um meio sorriso. — Tem que parar de espernear e agir sorrateiramente.

Kerline fungou. O seu nariz estava vermelho e o seu rosto com as marcas da surra. Limpou o nariz que escorria depois os olhos.

— O que você quer dizer com isso?

— Que você tem que destruir onde mais dói... Primeiro o Arcrebiano, depois a Sarah... E se a tonta da Carla encher demais o saco, ela também. — Caio sorriu. — Eu estou aqui, e vou ajuda-la.

Kerline olhou para o Caio... Ele era lindo! Branquinho, com barba por fazer, olhos caramelados... Os cabelos castanhos bem claros e arrepiados. Tinha uma presença marcante, alto, com o corpo musculoso.

— Você faria isso por mim? — Kerline perguntou com os olhos brilhando.

Caio sorriu

— Claro que sim. O que eu não faria por você?

Ele era apaixonável. Kerline sorriu suavemente, por um momento a dor não era tão forte assim. Caio ergueu-se e deu um beijo molhado nos lábios dela. Kerline o abraçou e aprofundou mais o beijo, sentindo-se feliz por ter o seu antigo amante ao seu lado.

Ele era como ela... Ambicioso e com a mente fervente na maldade. Quando destruísse com a família Andrade, iria embora com o Caio... Iria concretizar o que começou á anos atrás...

Não o amava. Aliás. O seu amor era direcionado para Sarah. Mas da mesma forma que a amava, a odiava. Sabia que a loira não iria querer mais nada com ela, então... Depois que conseguisse deixar a Sarah ao pó, iria ficar com quem a realmente amava. Sabia dos sentimentos do Caio por ela, e também sabia que o mesmo era rico. A sua vida sempre seria assim... Ficaria com quem tivesse dinheiro, até que voasse para outros braços, outras contas, outros luxos...

• • •

Mais um dia se passou nas vidas da família Andrade. No dia seguinte, seria a festa de bodas. Estavam todos ansiosos. Abadia e Evandro ficaram horrorizados com a briga de Juliette e Kerline, reclamaram com ambas, porém, não se aprofundaram no assunto. Até porque a presença do Caio desviou qualquer sentimento negativo. Juliette e Kerline não ficavam debaixo do mesmo ambiente. Sempre que uma estava, a outra saía. Era melhor assim... A forma que se olhavam, não era nada saudável. Juliette ainda sentia sede do sangue de Kerline. No outro dia, tinha pedido desculpas á Carla pela cotovelada, sentiu-se muito mal, mas a sua cunhada a desculpou.

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora