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Felizmente, a Sarah tinha entendido a leitura labial de Juliette. Foi preciso muito autocontrole para não colocar tudo á perder. Quando abriu a porta e fechou, não saiu da casa, apenas se escondeu atrás do sofá. Sua mente estava fervilhando e a adrenalina começava a correr em seu sangue, precisava fazer alguma coisa, não podia deixar a Juliette e Stella á mercê da louca da Kerline. Tirou o seu celular do bolso, e procurou um número na agenda. Era o número do detetive. Assim que achou, mandou uma mensagem pedindo socorro, informou o endereço de Juliette.

Depois, mandou uma mensagem para Carla. Dizendo que a Kerline estava dentro da casa, e que a irmã ficasse de sobreaviso.

Carla surtou quando leu a mensagem. Quis entrar na casa, mas como se lesse o seu pensamento, recebeu outra mensagem de Sarah pedindo que não fizesse nada por impulso, pois, a Juliette e Stella estavam sob a mira de um revólver.

— O que vamos fazer? — Eric perguntou com medo.

— Não sei. — Carla respondeu com o semblante pesado. — Temos que esperar... Ai vou ligar pra policia.

E assim, Carla fez. Dentro da casa, o clima estava mais que tenso. Sarah queria alguma coisa para atacar a Kerline, em pé escorado na parede tinha um guarda-chuva. A loira o pegou, não era exatamente o que queria, mas poderia bater com o cabo na cabeça de Kerline.

Juliette estava chorando, e Stella também. Pensava numa rota de fuga, mas era impossível com aquela louca apontando aquela arma para ela. Rezou silenciosamente. Se saísse com vida, ela e sua filha seria a maior livramento que poderia receber.

— Você disse que nos deixaria em paz depois que eu terminasse com a Sarah! — Juliette falou alto, acusando-a.

Kerline deu um sorriso malvado. Poderia ser tão bonita, se não fosse tão desequilibrada.

— Mudei de ideia. O que causaria mais dor em Sarah se não for perdê-la juntamente com esse buldogue? Quero que ela saiba que as matei só para atingi-la e que fique remoendo de angustia todos os dias. — Kerline falou sonhadora. — Será que ela aguentaria viver com esse remorso? Sinceramente, acho a Sarah muito instável emocionalmente.
 
Uma louca querendo bancar de psicóloga. Seria cômico, se a situação não fosse tão trágica.

— Não precisa terminar assim. — Juliette tentava dialogar, queria ganhar tempo para resolver essa situação.

Kerline destravou a arma. O choro de Stella aumentou, antecedendo o que estava pra acontecer. Sarah e Juliette tremiam muito, uma em cada lado. O medo esfriou a carne de ambas. Era hora de agir!

— Eu acho que não. O tempo acabou. Mas como eu sou muito boazinha, deixarei que desfrute a morte de sua filha primeiro... — Kerline mirou a arma em Stella.

Juliette implorou para que não fizesse isso. O minuto transformou-se em eternidade. O tempo parecia que tinha parado. Única coisa que podia ser escutado era o som alto do coração da morena que abraçava a filha como isso fosse protegê-la.

Sarah saiu detrás do sofá e andou em passos rápidos até a Kerline. Stella assim que a viu, estendeu os bracinhos e chamou com as mãos pequenas e gorduchas.

— Moma Salah! — Stella chorou.

Isso desviou atenção de Kerline que olhou para trás no mesmo instante que recebeu um golpe no rosto. Isso a desequilibrou e também a pegou de surpresa. A arma voou e caiu bem próximo de Juliette que se levantou com a Stella no braço, na agitação da adrenalina e segurou a arma. Não sabia o que fazer com aquilo, mas ao menos, não tinha um perigo latente.

— Merda! — Kerline gritou ao receber outro golpe de Sarah, mas foi bem mais rápida e deu uma rasteira na loira.

Sarah foi para o chão como uma pata. Juliette gritou por Sarah e mirou a arma em direção de Kerline. Fechou os olhos e puxou o gatilho, a arma disparou. Sarah, Juliette e Kerline arregalaram os olhos. Stella só fazia chorar indefesa. O tiro passou raspando pelo rosto de Kerline.

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora