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Kerline estava deitada com os olhos fixos no teto. Ainda estava muito irritada com a Juliette. Não seria uma suburbana que iria ofendê-la, não admitia isso... Era uma mulher de classe, os níveis eram diferentes, nunca que deixaria uma pobretona passar por cima de si. Ainda estava se perguntando o que a Sarah tinha visto naquela mulher, como pode ter decaído também. A resposta a deixava bastante receosa, mas não iria se abalar. Poderia ter perdido uma batalha, mas a guerra ainda estava sendo travada.

A segunda batalha seria dela e quando a ganhasse, faria questão de esfregar na cara daquela maldita. Sabia muito bem como fazer uma incisão em Juliette... Ela devia estar muito segura de que tinha o amor de Sarah, mas iria mostra-la que não era bem assim, então, daria todos os motivos para que a mesma ficasse insegura.

Felizmente, sabia todos os pontos fracos de Sarah. Iria jogar pesado e sujo. E não se importava quem tivesse que magoar ou passar por cima para conseguir. Estava cansada do seu casamento! A única coisa que a mantinha junto do Arcrebiano era o dinheiro, mas com a falência do seu marido, não tinha mais o porquê de manter esse matrimônio. Seria difícil no início pela família... Sabia que desde que deixou a Sarah para ficar com Arcrebiano tinha perdido a simpatia dos Andrade, mas... Conhecendo Abadia e Evandro ficariam decepcionados — mais uma vez —, mas aceitariam pela felicidade de Sarah. Foi à mesma coisa com o Arcrebiano, eles simplesmente não conseguem dizer não para os seus filhos.

Precisava ter a Sarah. E só de pensar que as duas estavam no mesmo quarto, fazendo sei lá o que, sentia uma mistura de ódio, inveja e ciúme. Isso a deixava muito mal humorada.

O seu marido sentou-se ao seu lado na cama. Ele parecia levemente embriagado e estava tão carrancudo. Isso, ela não se importou. Geralmente, eles eram assim. Impessoais.

Kerline sentiu a mão do Arcrebiano em sua perna, sobressaltou e retirou a mão de si quase na violência. Sentou-se na cama furiosa.

— O que pensa que está fazendo? — Perguntou o olhando com nojo.

— Faz tanto tempo, amor... Estou com tanta saudade. — Disse o Arcrebiano se embolando pra cima de Kerline.

— Sai! — Kerline gritou e o empurrou para bem longe de si.

Arcrebiano se desequilibrou e caiu sentado no chão. Machucou o seu tornozelo na queda, soltou um palavrão e analisou o local do machucado. Olhou pra sua esposa com raiva.

— Ficou louca? — Ele berrou.

— Isso eu pergunto á você! — Kerline se levantou e vestiu o seu robe. — Como ousou em me tocar? Não sabe que eu tenho nojo de você? — Ela o olhou com asco. — Por que não procura o seu amorzinho pra suprir as suas necessidades?

— Kerline... Por favor! — Arcrebiano pediu a olhando. Levantou-se, mas mancou um pouco. — Podemos ser ao menos uma vez, um casal normal? Felizes?

— Não! — Kerline se afastou dele. — Não seremos nunca, sabe o por quê? — Ela o olhou nos olhos. — Porque não somos normais e muito menos felizes. Eu não te amo e nunca amarei. Você é um fracassado, uma vergonha de ser humano, se eu fosse você, pegaria o pouco de dignidade que lhe resta e sumiria da minha vida! — A voz de Kerline era recheada de rancor.

Arcrebiano apertou os olhos por uns segundos, sentindo a raiva entrar em si. Sempre soube que a Kerline não o amava, mas ela nunca tinha dito, não com essas palavras cruéis. Ele sabia muito bem o motivo!

— O seu amor por Sarah lhe torna patética. — Ele deu um sorriso amargo. — Ela não te ama mais, está comprometida com aquela moça e parece ser muito sério. Você não tem chance alguma.

Kerline se aproximou dele, altiva.

— Veremos. — Kerline apertou o queixo dele com força e deu uma piscadinha, depois foi para fora do quarto.

Arcrebiano suspirou ao vê-la partindo... Era sempre assim. O seu casamento era uma farsa. Sempre soube disso, não era nenhum leigo. Porém, o dinheiro camuflava a infelicidade. Exibia a Kerline como um prêmio, tê-la inflamava o seu ego. Nada mais que isso. Também nunca a amou. O seu amor era destino apenas pra uma pessoa, que nunca poderia ter.

Aproveitando que a Kerline não estava no quarto, pegou o celular e discou o número tão bem conhecido. Fazia uns meses que não falava com essa pessoa, o seu coração acelerava e um frio na barriga o consumia. Sentia-se até emocionado. Porém, recordou o motivo da separação: Traição. E a culpada? Juliette Freire. A mulher que destruiu o seu caso mais sincero de amor, e ainda tinha engravidado á cima de tudo.

— Alô? — A voz atendeu depois do quinto toque.

Foi preciso algumas respirações para poder conseguir falar.

— Sou eu.

Silêncio na linha.

— Não desligue, precisamos conversar.

— Não temos nada para conversar, Arcrebiano. Você disse tudo o que queria na última vez que nos falamos. — A voz estava esgotada.

— Quero falar sobre Juliette Freire.

— Por favor, Bil! — Escutou um suspiro no outro lado da linha. — Já discutimos tanto sobre isso e nunca chegamos num senso comum. Por que não desiste? Já aceitei, porque não aceita também?

Porque eu te amo! Ele quis gritar isso, porém, o motivo da ligação não era essa.

— Ela está na minha casa. É namorada da minha irmã. E tem uma filha de um ano e dois meses. Fez as contas? — Arcrebiano perguntou com amargura.

— Oh meu Deus!

— Precisamos conversar. — Insistiu Arcrebiano.


Oi pessoal :)

Obrigada por cada mensagem, vocês fizeram da 00:00 a hora mai fofinha do meu dia. Vocês são xs mimadxs mais lindxs do meu mundo todinho <3 saibam que tenho vocês como um calmante diário, vocês são incríveis!

Se eu conseguir trago mais uns três hoje e vou me esforçar pra isso :)

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora