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O resto da viagem foi tranquilo. Felizmente, o trânsito estava livre e chegaram mais cedo do que imaginado em Recife. Sarah se sentiu muito nervosa quando passou pelo pedágio e o seu carro seguiu em frente. Sua família morava na Reserva do Paiva. O lugar era lindo, bem cuidado e exclusivo. Apenas pessoas de alto poder aquisitivo podiam morar nesta reserva.

— Uau... Que lindo. Sinto-me fora do País. — Juliette comentou com os olhos fixos na janela.

Sarah sorriu.

— É realmente lindo e maravilhoso também.

— Não consigo parar de olhar...

Á vista era linda, com muitas palmeiras e o mar acompanhando cada metro que o carro avançava. Existiam algumas mansões que eram de tirar o fôlego, como alguns hotéis, e condomínios.

— Estamos chegando. — Sarah anunciou.

Ligou o alerta do carro, e virou. Parou o carro em frente de um grande portão que tinha uma câmera de segurança juntamente com um interfone. Abaixou o vidro do carro e apertou no interfone.

— Quem é? — Berrou uma voz que assustou ás três dentro do carro.

Sarah revirou os olhos.

— Se você olhar pelo monitor de segurança, vai saber.

Um minuto depois. Outro grito. Sarah estava rindo.

— Sah! Mainha, a Sah chegou! — Sua irmã gritou com o interfone ligado, então, o desligou e o portão foi aberto.

— Quem é essa?

— Minha irmã. Carla. — Sarah comunicou, então, olhou para ela. — Preparada?

— Sim! — Juliette respondeu um pouco nervosa.

Sarah avançou com o carro e percorreu alguns metros até parar na frente de uma enorme casa de vidro. Era simplesmente linda, e Juliette ficou abobalhada como a mansão era imponente. Só tinha visto nos filmes uma mansão daquela... Além do mais, na beira mar.
 
— Se está assim á vendo por fora, vai enlouquecer quando a ver por dentro, e o outro lado que é de frente á beira mar. — Sarah comentou com um sorriso.

As duas desceram do carro. Sarah deu á volta para junto de Juliette que abriu a porta traseira e estava preparada para tirar a Stella da cadeirinha quando Sarah a segurou pelo braço, fazendo-a se virar para ela.

— O que foi? — Perguntou Juliette um pouco preocupada.

Ao longe, Sarah via a sua família se aproximando... Sua mãe, juntamente com o seu pai, e sua irmã. Não era boba, também viu uma resta no andar de cima, de uma janela. Pela estrutura corporal, deduziu que era a Kerline. Sentiu um misto de emoções e também um frio em todo o seu ser. Mesmo sabendo que encontraria a Kerline, ainda não estava preparada para isso. Droga! Tinha que ser bastante cautelosa e camuflar todas as emoções, não podia deixar que a Kerline percebesse que ainda sentisse alguma coisa por ela.

O motivo de ter levado a Juliette para essa farsa era pra afirmar á todos que tinha superado, e não sentia mais nada pela Kerline. Tinha que dar todos os motivos para que eles acreditassem nisso.

— Precisamos demonstrar intimidade. — Murmurou para Juliette.

A sua família estava cada vez mais próximo. Podia escutar a voz de sua mãe.

— Fingiremos sem nenhum problema. Ok? — Juliette a olhava diretamente nos olhos, sua testa estava franzida.

Sarah estava sentindo cada vez mais agitada. Estava preste á entrar em pânico e não podia fazer isso. Era uma mulher controlada e não podia se dar ao luxo de perder o controle.

Respirou fundo, estava tudo sobre controle.

— Você está bem? Parece um pouco pálida. — Juliette perguntou aparentemente preocupada ao tocar o seu braço.

Uma calma extremamente fria invadiu a Sarah quando sentiu a mão de Juliette em seu braço. Ela olhou para a mão e depois para os olhos de Juliette. A morena viu a frieza nos olhos da loira, achou que tinha errado em tocá-la, então, tirou a sua mão.

Ao vê-la recuar, Sarah a puxou para os seus braços, a surpresa foi evidente nos olhos mel de Juliette, mas antes que pudesse questionar sobre qualquer coisa... Sarah baixou a cabeça e capturou os lábios de Juliette em um beijo arrebatador. Uma corrente elétrica passou pelas duas quando os lábios se tocaram... Eletrizante e muito quente.

O corpo de Juliette ficou amolecido, e Sarah a abraçou possessivamente, enquanto os seus lábios se encaixavam e ela exigia com a ponta da língua passagem para a boca da morena, que gemeu entre o beijo e abriu a boca, ficando exposta e dada para Sarah que não demorou muito para aprofundar a língua dentro da boca de Juliette.

Ambas suspiraram. Beijaram-se com sintonia, as línguas se encontraram em toques presunçosos e provocativos, enquanto, Sarah acariciava as costas de Juliette e a puxava mais para o seu corpo, necessitando sentir mais ainda o calor e todas as curvas da morena em suas mãos.
Juliette colocou as mãos trêmulas no pescoço de Sarah e virou o rosto, encaixando mais os lábios.

A corrente elétrica continuava firme, os corpos unidos... A sensação de maciez dos seios se tocando, mesmo por cima da roupa. Elas sentiam as batidas frenéticas dos seus corações.

Sarah sentia vontade de devorar a Juliette. Ficou surpresa pela reação do seu próprio corpo que estava fervente, e pulsativo. Ela queria mais, muito mais... O beijo era viciante, e mesmo com a oxigenação lhe falhando, não queria parar de beijar... A boca de Juliette era como uma fruta proibida que quando se provava, mais queria. Seus sentidos estavam em alertas, e o seu sexo estava dando as primeiras palpitações. Prendeu as mãos nas costas de Juliette, e a puxou mais ainda, não deixando que nenhum ar passasse entre elas. Sua vontade era de ser encaixar nela e saciar a fome que crescia dentro de si.

Juliette subiu uma mão pelos seus cabelos e segurou firme, dando uma leve puxada. Isso foi o suficiente para enlouquecer a Sarah... Quando ia encostar Juliette no carro, escutou uma voz que fez toda a sua racionalidade voltar a si.

— Isso não é um beijo! É um desentupidor de pia! — Gritou a voz de sua irmã.

Sarah sorriu entre o beijo, então, segurou as mãos no rosto de Juliette e foi diminuindo o beijo até que se transformasse num selinho, antes mesmo de quebrar o beijo por completo, mordiscou o lábio inferior da morena e abriu os olhos.

Demorou uns segundos para que Juliette abrisse os olhos. Ainda estavam bem próximas e os seus olharam nos olhos... Sarah tinha os olhos faiscando, sua boca estava avermelhada e os lábios inchados pelo beijo trocado á segundos atrás. Ela ia sorrir para Sarah quando se deparou com a frieza dos olhos verdes.

— Estamos bem íntimas agora. — A loira murmurou contra os lábios da morena.

Sarah a soltou e virou-se para a sua família, abrindo um enorme sorriso. Deu uma rápida olhada para janela, e a sombra não estava mais lá, uma felicidade quase sádica tomou conta de si... Se foi a Kerline que estava mesmo na janela, assistiu a cena de camarote, e isso era bom demais. Correu de braços abertos para eles, sendo acolhida pelos três num abraço coletivo, e com muitos beijos! Ela estava muito feliz por rever novamente os seus pais e sua irmã, quase choraram de tanta alegria.

— Que saudade de vocês, meus amores! —
Sarah disse, dando um beijo na bochecha de cada um, e apertando firme em seus braços.

Mas em meio de tantos sorrisos, abraços e trocas de beijos, no fundo... Bem no fundo, sentia-se pelo avesso e tudo por conta do beijo que tinha dado em Juliette...

Faz De Conta || Sariette • ADP Onde histórias criam vida. Descubra agora