Capítulo 5

248 24 5
                                    

Hoje é o meu primeiro dia de aula, e confesso que estou bastante ansiosa e nervosa ao mesmo tempo,  principalmente pela quantidade de olhares que vão estar voltados para mim nesse dia, porque serei a típica garota nova de outra cidade que vem tentar a vida no interior.

Mas como minha mãe diz:

É só agir naturalmente.

Qualquer coisa eu tenho os meus pés para olhar.

levantei da cama, tomei um banho rápido, em seguida coloquei o uniforme que eu tinha deixado dobrado na noite anterior em cima da cama, para não correr o risco de me atrasar e acabar perdendo o ônibus.

Meu deus tinha me esquecido disso.

Amarrei o meu cabelo comprido em um rabo de cavalo, e passei um batom rosado nos lábios para não parecer muito apagada no primeiro dia.

Na buchecha não passei nada, porque certeza de que quando eu pisar naquele lugar ela vai corar.



Vesti o suéter verde que a minha avó havia feito pra mim antes de eu vir pra cá, pra dá um pouco de sorte.



Ele era um pouco exótico, e certeza que vou ser zuada por causa disso.  As pessoas daqui estão anos a frente no quesito moda, e qualquer coisa retro já vira motivo de xacota.

Mas eu não me importo, como minha mãe dizia, eu não sou todo mundo, então significa que não tenho que ser como eles.


Aliás esse suéter verde limão combina perfeitamente com o meu tom de pele, além de me lembrar coisas que fazem as borboletas se agitarem no meu estômago.


"Como os olhos dele.

"Bom, hora de ir pequena Ana".

Me olhei no espelho uma última vez e suspirei confiante.

Em seguida sai pela porta e desci as escadas correndo, encontrando minha mãe na cozinha já acordada e animada.


—– Bom dia meu amor — Ela falou carinhosamente me oferecendo uma xícara de café.

—– Bom dia mãe —  Sorri, pegando a xícara de suas mãos — Obrigado.

Me sentei próximo a ela. Eu gostava de está perto da minha mãe, ela me passava uma confiança fora do normal.

—– Há quanto tempo está aí? - Perguntei, tomando um gole do café que á propósito estava delicioso.

—– Um tempinho já — Ela sorriu pra mim, em seguida se sentou à minha frente.


Ela me olhou de cima a baixo, e eu segui  os seus olhos inquietos para o meu corpo.

—– Que?

—– Você vai assim?

—–  Vou, por quê?

—– Nada, foi uma pergunta retórica.

—– Mãe...

—–  Se você se sente confortável, isso é o que importa — Ela deu um gole suspeito no café, e isso me deixou incomodada

—– Fala logo.

—– Ah, filha, é que as pessoas daqui se vestem de forma tão descolada... — Ela falou com receio na voz, me deixando  surpresa com sua mudança inesperada de opinião.


—– Mas você sempre diz que não sou todo mundo.

—– Eu sei, mas somos pessoas novas agora, vivendo uma nova vida, então por quê não se agregar aos padrões dessa pequena cidade, talvez possamos descobrir coisas novas sobre nós mesmas...

DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora