De manhã eu fui até uma padaria e comprei um pão duro, que serviria como o meu almoço e jantar, porque os meus últimos trocados, eu usei para sustentar a minha frustração com uma boa garrafa de tequila.
Vaguei pelas ruas de gole em gole e tropeçando nos próprios pés.
Tentando parar as memórias frenéticas na minha mente, que estavam a ponto de me enloquecer.
........
—– Você acha que eu deveria dar uma chance para ele?
—– Pra quem? o destruidor de corações? Sem chances — Liza falou enquanto fingia prestar atenção na aula.
—– Eu não acho que ele seja assim...ele disse outro dia que acha que está apaixonado por mim.
Ela riu alto e depois se arrependeu, pois chamou atenção da sala inteira, inclusive da professora que parecia está incomodada.
—– Claro que ele está apelando, ele quer que você ceda, então vai fazer o que for preciso pra isso, homens..
—– Mas liza...
—– Mas o caralho, acorda garota, deixa de ser sonsa
—– Ok, mocinhas, acho que as duas vão querer terminar essa conversa lá fora — A professora falou irritada.
—– Que isso prof, não está mais aqui quem falou — Liza provocou, levantando as mãos em rendimento, enquanto mascava um chiclete.
—– Não vão estar mesmo, fora as duas — Gritou a professora me assustando completamente.
—– Professora não expulsa a gente da sala, não vamos mais atrapalhar a aula, eu prometo e a liza também — Implorei e a liza balançou a cabeça confirmando com um ar de deboche.
—– Quer que eu escreva no quadro pra vocês duas entenderem melhor? fora — Ela insistiu nervosa.
—– Vamos Ana, essa aula tá uma merda mesmo — Liza acabou se irritando e levantou da mesa com um olhar direto para a professora em seguida ela tirou o chiclete da boca e colou o mesmo na mesa antes de dar de ombros.
Eu também me levantei, mas olhei com um olhar de misericórdia para a professora, mas ela não considerou.
Fiquei decepcionada comigo mesma, porque eu nunca fui expulsa da sala de aula, ainda mais por mal comportamento.
—– Vaca gorda — Liza resmungou pela forma que fomos tratadas.
—– A culpa foi nossa, deveríamos ter parado no primeiro olhar que ela lançou — Falei me sentindo culpada.
—– Ah, quem se importa com isso, que tal a gente ir pra sala do David e ficar por lá? É aula de artes e com certeza eles estão pintando quadros, e o professor nem vai notar nossa presença — Liza sugeriu animada.
—– Invadir a sala dos outros, nem pensar.
—– Então fica aí, certinha, que eu tô indo pintar o sete, literalmente — Deu de ombros.
Me questionei se aguentaria ficar quinze minutos do lado de fora da sala, esperando a primeira aula acabar, sem fazer absolutamente nada.
E só de pensar já fico entediada.
Vai ver, invadir a sala dos outros deve ser mais divertido que ficar aqui.
—– Liza, espere eu vou com você.
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Desilusão
RomanceApós passar por uma desilusão amorosa, Ana não vê outra alternativa a não ser se embriagar como uma forma de amenizar a sua dor, mas vai perceber que o seu sofrimento está bem longe de acabar.