Capítulo 28

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De manhã eu fui até uma padaria e comprei um pão duro, que serviria como o meu almoço e jantar, porque os meus últimos trocados, eu usei para sustentar a minha frustração com uma boa garrafa de tequila.


Vaguei pelas ruas de gole em gole e  tropeçando nos próprios pés.

Tentando parar as memórias frenéticas na minha mente, que estavam a ponto de me enloquecer.

........

—– Você acha que eu deveria dar uma chance para ele?


—– Pra quem? o destruidor de corações? Sem chances — Liza falou enquanto fingia prestar atenção na aula.


—– Eu não acho que ele seja assim...ele disse outro dia que acha que está apaixonado por mim.


Ela riu alto e depois se arrependeu, pois chamou atenção da sala inteira, inclusive da professora que parecia está incomodada.



—– Claro que ele está apelando, ele quer que você ceda, então vai fazer o que for preciso pra isso, homens..


—– Mas liza...


—– Mas o caralho, acorda garota, deixa de ser sonsa


—– Ok, mocinhas, acho que as duas vão querer terminar essa conversa lá fora — A professora falou irritada.


—– Que isso prof, não está mais aqui quem falou — Liza provocou, levantando as mãos em rendimento, enquanto mascava  um chiclete.


—– Não vão estar mesmo, fora as duas — Gritou a professora me assustando completamente.


—– Professora não expulsa a gente da sala, não vamos mais atrapalhar a aula, eu prometo e a liza também —  Implorei e a liza balançou a cabeça confirmando com um ar de deboche.


—– Quer que eu escreva no quadro pra vocês duas entenderem melhor? fora — Ela insistiu nervosa.



—– Vamos Ana, essa aula tá uma merda mesmo — Liza acabou se irritando e  levantou da mesa  com um olhar direto para a professora em seguida ela tirou o chiclete da boca e colou o mesmo na mesa antes de dar de ombros.



Eu também me levantei, mas olhei com um olhar de misericórdia para a professora, mas ela não considerou.



Fiquei  decepcionada comigo mesma, porque eu nunca fui expulsa da sala de aula, ainda mais por mal comportamento.


—– Vaca gorda  — Liza resmungou pela forma que fomos tratadas.



—– A culpa foi nossa, deveríamos ter parado no primeiro olhar que ela lançou — Falei me sentindo culpada.



—– Ah, quem se importa com isso, que tal a gente ir pra sala do David e ficar por lá? É aula de artes  e com certeza eles estão pintando quadros,   e o professor nem vai notar nossa presença —  Liza sugeriu animada.


—– Invadir a sala dos outros, nem pensar.


—– Então fica aí, certinha, que eu tô indo pintar o sete, literalmente — Deu de ombros.



Me questionei se aguentaria ficar quinze minutos do lado de fora da sala, esperando a primeira aula acabar, sem fazer absolutamente nada.


E só de pensar já fico entediada.


Vai ver, invadir a sala dos outros deve ser mais divertido que ficar aqui.


—– Liza, espere eu vou com você.


DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora