No outro dia eu me sentei ao lado do Simon no ônibus e notei que ele estava um pouco distante.
—– Olha, eu só queria ajudar, não era pra você ficar chateado, aliás eu não entendo por quê está assim — Falei inquieta com o seu silêncio.
Eu não gostava de ver uma pessoa tão alegre e tão cheia de energia reprimindo suas emoções, e ainda mais por minha causa.
Mas ele permaneceu calado.
—– Bom, eu espero que um dia você reconheça que o que eu fiz foi para o seu bem e não pra te prejudicar — Acrescentei um pouco triste olhando para ele.
Assim que o ônibus parou, ele simplesmente passou por mim sem dizer uma palavra, e isso doeu na minha alma.
Desci às pressas do ônibus e vomitei na lixeira, mas dessa vez não foi por causa do ônibus, e sim pela ansiedade que embrulhava o meu estômago.
Não estou sabendo lidar com tais emoções.
Eu estava cabisbaixa na mesa girando o lápis no caderno um pouco desanimada com tudo que estava acontecendo, quando Liza entrou na sala de aula de mãos dadas com o David, e isso foi o suficiente para trazer o meu sorriso de volta.
Depois que se despediu dela com um selinho, ela veio correndo na minha direção com um sorriso de orelha a orelha.
E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela me abraçou.
Foi um dos melhores abraços que já recebi na vida, e confesso que era o que eu precisava no momento.
Depois ela segurou minhas mãos e olhou no fundo dos meus olhos.
—– Obrigado.
—– Pelo o que?
—– Sei que foi você que convenceu ele de vim falar comigo.
—– Confesso que foi um pouco difícil, mas que bom que deu tudo certo, eu estava torcendo por vocês.
—– Deu mais que certo — Ela arrastou uma cadeira pra perto de mim, empolgada — Tipo a gente conversou sobre vários assuntos mal resolvidos e esclarecemos tudo entre a gente.
Ela falou e seus olhos brilharam.
—– Nossa, Liza, fico muito feliz por vocês — Falei com um meio sorriso.
—– Agora não precisamos mais nos esconder, nosso namoro agora é assumido pra tudo mundo.
Quase saltei de alegria quando ela falou isso.
—– Já quero ser madrinha desse casamento em
—– Ah, amiga, foi como tirar um peso das costas, sabe, eu estou me sentindo tão leve — Ela falou e seus olhos se encheram de lágrimas.
Sorri comovida em ver que ela estava feliz.
O amor ao mesmo tempo que destrói, constrói as pessoas de uma forma inexplicável.
—– E o seu pai?
—– Odiou, mas se não éramos amigos antes, não é agora que vamos ser. Eu amo o David e ninguém no mundo vai mudar isso.
—– Isso aí, amiga.
Eu estava sorrindo pela a liza, mas ainda havia tristeza nos meus olhos pelo Simon.
—– O que foi amiga? — O sorriso de liza sumiu por um instante.
Suspirei.
—– É o Simon, não quer mais falar comigo — Falei triste.
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Desilusão
RomanceApós passar por uma desilusão amorosa, Ana não vê outra alternativa a não ser se embriagar como uma forma de amenizar a sua dor, mas vai perceber que o seu sofrimento está bem longe de acabar.