O ignorei totalmente e entrei em casa, mas segundos depois ouvi o barulho da porta abrindo em seguida fechando.
-- Fred, o que está fazendo aqui?
não pode ir entrando na casa dos outros assim.Notei pela sua expressão e falta de equilíbrio que ele estava bêbado.
-- Precisamos conversar - Ele disse ignorando totalmente o que eu havia dito.
Suspirei impaciente.
Seria melhor se ele não tivesse voltado, assim eu poderia viver a vida fingindo que ele nunca existiu, mas fazer o quê, se além de meu ex, ele ainda é o meu vizinho.
-- Não precisamos não, vai embora antes que a minha mãe volte do trabalho e encontre você aqui - Falei empurrando ele em direção a porta - Mas ele fugiu dos meus braços e voltou a me encarar.
-- Acho que sua mãe não vai se importar - Ele disse calmo, como se nem notasse que já havia passado muito tempo desde que ele foi embora, e que o carinho que a minha mãe sentia por ele antes, já não existe mais.
Ri ironicamente.
-- Ela te odeia, você conseguiu com a sua irresponsabilidade fazer ela te odiar, você simplesmente estragou tudo.
-- Mas e você, me odeia?
Um nó se formou na minha garganta me impedindo de responder a essa pergunta.
Pois eu não sabia ao certo o que eu ainda sentia por ele.
-- Isso não vem ao caso, por favor vá embora.
-- Não sem antes você me responder.
-- Fred, sai por favor - Começo ficar irritada.
-- Só quero saber uma coisa...
Revirei os olhos, impaciente.
-- O homem que te trouxe, é o mesmo que te mandou mensagem outro dia? - Ele perguntou com um certo receio da minha resposta.
--Não te interessa - Retruquei irritada.
Ele bufou de raiva enquanto eu dei risada da sua expressão.
-- O que esperava, que eu ficasse o resto da vida sofrendo por sua causa, lamento muito ter que te decepcionar.
-- Vocês estão namorando?
-- Sim - Menti.
Ele me encarou arrasado, e por estranho que pareça isso me comoveu por um instante, mas procurei disfarçar.
Mesmo que eu negue, sinto que os seus sentimentos ainda são meus sentimentos, e isso acontece quando você ama uma pessoa. Ambos se tornam um só.
Mas eu tenho que manter meus pés no chão.
Afinal de contas, ele pode está me manipulando outra vez.
-- Bom, se você me der licença - Passei o braço por ele e abri a porta, fazendo ele entender que deve ir embora para o bem dele.
-- Eu não acredito em você - Ele disse com a voz embargada, procurando o meu olhar.
-- Quanto tempo você acha que passou? - Olhei pra ele e meus olhos automaticamente se encheram de lágrimas - Não foi uma semana, nem um mês, foram anos, anos, Fred.
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Desilusão
RomanceApós passar por uma desilusão amorosa, Ana não vê outra alternativa a não ser se embriagar como uma forma de amenizar a sua dor, mas vai perceber que o seu sofrimento está bem longe de acabar.