Capítulo 13

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Depois de altas doses de bebida, era de se imaginar que ele logo iria ficar irritante e tagarela.

—– Vamos Fred, a gente precisa ir embora, o sol já se pôs, vai escurecer logo — Puxei o seu braço, mas ele resistiu

—– Não, por quê não vai você? eu vou ficar aqui afogando as mágoas.

Eu pensei em deixá-lo, mas imaginei que ao invés de mágoas, ele tentasse afogar ele mesmo.

—– Não, vou levar você pra casa, portanto anda logo — Puxei seu braço novamente

—– Não preciso de babá, eu sei me cuidar —  Ele se soltou e acabou se desequilibrando

—– Não sabe nada, olha pra você mal consegue ficar em pé.

—– Olha, vamos ficar só mais um pouquinho, e eu prometo que vou embora sem reclamar — Ele escorregou e caiu sentado em uma pedra, e eu não consegui segurar a risada.

Com certeza no dia seguinte ele vai sentir a dor desse tombo.

Abri um sorriso e depois me sentei do seu lado, olhando ele secar outra garrafa.

Pelo visto a noite será longa.

—– Ok, então.

—– Eu gosto daqui, sabe? — Ela confessou pensativo.

—– Tá falando daqui ou da cidade?

—– De tudo isso aqui — Ele gesticulou com a mão um pouco sem equilíbrio.

—– Também estou gostando bastante, é um lugar calmo, bom para se viver.

—– Por que? o lugar onde você morava não era calmo? —  Ele perguntou com um olhar curioso.

E ele era tão fofo quando estava bêbado.

Parecia uma criança tagarela, fazendo perguntas.

—– Não como aqui.

Sorri para ele, que fez uma cara de confuso e estreitou os olhos.

Olhei para os seus lábios rosados e molhados e lutei inconscientemente contra a vontade de beija-lo.

Me esqueci que esse Fred mais sereno e fofo era o mesmo convencido e mulherengo de sempre.

Se eu o beijasse estaria dando um mérito a ele.

Ele balançou a cabeça negativamente e sorriu.

—– O que foi?

—– Você é tão indecisa, Kate — Ele falou tomando outro gole.

Virei  o rosto, constrangida.

Mas quando percebi que ele ia abrir outra garrafa, tomei a mesma de suas mãos, e ele me olhou com olhos miúdos.

—– Chega por hoje, você já bebeu demais — Joguei a garrafa em um lugar que ele não podia alcançar.

Ele se levantou de repente e estendeu a mão pra mim, um pouco cambaleante.

—– Tem razão, vem, vamos embora.

Agarrei a sua mão e ele me puxou contra o seu peito, provocando um avalanche de emoções dentro de mim. Ele aproximou os lábios bem próximos dos meus, me permitindo sentir a sua respiração que era ofegante e cheirava a álcool.

Em seguida ele olhou no fundo dos meus olhos, e eu senti um desejo aquecer o meu corpo, mas virei o rosto subitamente, impedindo que ele me roubasse um beijo.

DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora