Capítulo 53

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Mesmo deitada sobre o peito de Peter e envolvida pelo seus braços quentes e firmes, eu ainda me sentia insegura e amedrontada.

E não era pra eu me sentir assim.

Talvez essa insegurança seja porque eu menti pra ele, quando deveria ter contado a verdade desde o início, por que é isso que casais normais fazem.

Mas o Fred havia voltado e abalado meus sentimentos de uma maneira, a ponto de eu não conseguir mais distinguir o que eu realmente sinto.

Mas eu não posso jogar a culpa pra cima dele, não quando eu também sou a principal culpada disso tudo, porque antes mesmo dele aparecer eu já sentia uma certa indiferença em relação meus sentimentos pelo Peter.


Eu simplesmente não entendo, o Peter é maravilhoso, é inteligente e adorável, e além disso se não fosse por ele, eu nem estaria viva, era pra eu gostar dele tanto quanto ele de mim. Era pra gente ser um do outro.

Era para estarmos namorando, morando juntos, pensando no futuro.

Mas, eu não sei o que há de errado comigo, que toda vez que olho para ele sinto culpa e medo da rejeição.

E talvez o fato de eu não corresponder da mesma forma, seja porque por mais que eu negue, ainda amo o Fred, e estou fugindo desesperadamente desse sentimento, porque foi por causa dele que tudo começou.

Uma lágrima escorreu sutilmente dos meus olhos, enquanto eu me perdia em meus próprios pensamentos.

—– Ana, o que houve? Peter pergunta, percebendo meu silêncio e minha tristeza repentina.

Olhei para ele e rapidamente enxuguei  as lágrimas.

—– Ah, não foi nada —  Sorri, e ele manteve  sua expressão preocupado.

—– Se não foi nada, porque está chorando? Vamos, pode me contar, eu prometo que vou entender — Ele me encarou com um olhar compreensivo.

Mas duvido que ele entenda.

Não acho que contar a uma pessoa que além de mentir pra ela, você não sente nada, pelo menos nada do que você deveria sentir.

Mas não acho que o amor seja uma obrigação, você não precisa amar uma pessoa só porque ela salvou sua vida. Mas o Peter não é só uma pessoa que salvou a minha vida, ele é tudo que há de melhor em um homem, e talvez se eu perde-lo jamais vou encontrar outro igual.

—– Nada, eu só estava relembrando algumas coisas do passado — Falei triste encarando os seus lindos olhos confusos.

Ele suspirou.

—– Ana, esquece o passado, e foque no agora, nas coisas boas que você conquistou, e que ainda vai conquistar daqui pra frente — Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.


Como ele é lindo e como seu toque e leve e reconfortante, não fábrica mais homens assim.

—– Está bem — Sorri fraco, e ele voltou a me abraçar e só então eu pude me acalmar em seus braços.

E depois de um breve silêncio ele disse:

—– Meus pais vão vir no final de semana, e eu quero muito que conheça eles.

Fiquei assustada.

Quando o cara te apresenta para os pais dele isso só pode significar uma coisa.

Meu deus!

O negócio agora é mais sério do que eu pensei, eu não posso permitir que..

DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora