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Passei em um bar próximo e comprei uma garrafa de vodka, e quando estava prestes a despejar a bebida na boca, senti uma leve brisa soprar em meu ouvido, seguida de uma música alta e dançante.
-- Ei, o que você está fazendo?
-- Bebendo não está vendo?
Olhei pra trás e vi Fred me encarando, ele tinha ido no banheiro e eu aproveitei sua ausência para beber um pouco.
Mas antes de tomar outro gole, ele tomou bruscamente o copo da minha mão e jogou o restante da minha bebida fora.
-- Nãoo - Grito olhando para o copo e depois pra ele, irritada - Por que fez isso?
-- Ana, isso não é bom pra você? - Ele diz sereno.
-- Falou o santo - Provoquei.
-- Por isso mesmo.
-- Tá bom então seu chato - Revirei os olhos e em seguida cruzei os braços aborrecida.
-- Você quer dançar? - Ele pergunta com um meio sorriso.
Por que ele era isso, mudava de humor muito rápido.
E eu fiz birra, virando o rosto, esperando ele insistir mais.
-- Ok, eu vou sozinho.
Observei ele de longe chamando a liza para dançar, e percebi que ele fez de propósito.
Ele adorava me provocar.
Mas o mais estranho disso tudo, era que ela aceitou sem hesitar, e como eu já estava um pouco transtornada, começei a enxergar além do que eu deveria.
Estudo bem os movimentos de ambos.
As risadas que ela dá com o corpo todo, enquanto ele toca nos ombros dela olhando para os próprios pés, ensinando a ela alguns passos que ele havia aprendido.
E quando indiscretamente sua mão vai parar na cintura dela, desperta uma certa desconfiança dentro de mim.
"Quando ficaram tão íntimos."
Agarrei um copo de um garoto que passava e tomei a bebida em um gole só pra tentar me controlar. Pois eu estava quase indo lá tirar satisfações.
Continuei observando.
Sei que não deveria sentir ciúmes da Liza , ela era minha amiga, mas depois do que aconteceu em relação ao professor, comecei a duvidar dessa amizade.
Não contei a ninguém, mas dois dias antes eu estava fazendo compras com a minha mãe no supermercado.
Quando esbarrei com o professor no corredor de enlatados.
....
-- Ana?
-- John?
Ele estava com uma aparência horrível, magro e com a barba por fazer, parecia mais alguém que tinha acabado de ser sequestrado e abandonado na rua.
Sua camiseta estava desabotoada com a gola levantada, sem contar a calça surrada e os sapatos gastos.
Ele sempre foi tão elegante.
Não parecia mais o professor que eu conhecia, ou pelos menos achei que conhecia.
-- Eu tenho que ir, minha mãe tá me esperando - Apressei com receio dele me fazer algo, porque de pessoas assim você pode esperar tudo.
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Desilusão
RomanceApós passar por uma desilusão amorosa, Ana não vê outra alternativa a não ser se embriagar como uma forma de amenizar a sua dor, mas vai perceber que o seu sofrimento está bem longe de acabar.