Capítulo 21

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—– Você veio?

Uma voz familiar me tirou bruscamente do presente e me levou de volta para o passado onde uma música estrondante estava tocando.

—– Então...

Ela me abraçou estranhamente feliz com a minha presença, depois olhou para o Fred do meu lado e ficou sem graça.

—– Veio com ele? — Ela perguntou logo em seguida com uma expressão antipática.

—– Sim, ele me trouxe — Sorri  constrangida.

Automaticamente a expressão de liza se fechou. Se tinha uma coisa que ela era péssima, era em disfarçar emoções.


—– Vem, vamos pegar bebidas — Ela me puxou bruscamente para dentro da festa, deixando Fred pra trás.


—– Liza, se acalme

—– Por que não ligou pra mim? eu teria te buscado — Ele gritou por conta da música alta, mas seu tom de voz soou grosseiro.

E acabou me assustando.

—– Eu...decidi de última hora, e além disso não tem nada demais — Gritei de volta e ela revirou os olhos — Onde está o David? quero parabenizá-lo.

—– Nem eu sei onde ele está.

Olhei para o lado de fora e vi que o Fred não estava mais lá, e me senti culpada por ter deixado ele sozinho.


—– Você não deveria ter sido grossa com ele — Descontei na liza.

—– Aff! ele supera amiga, agora vamos dançar

Mesmo estando chateada com ela eu procurei me esforçar para não acabar transparecendo isso para o nosso momento.

E dançar, até que era um tanto divertido, e pra quem nunca nem esteve em uma pista de dança antes, eu até estava me saindo  bem.


—– Bem que você disse que seria uma festa daquelas — Comentei, depois de olhar todas aquelas pessoas agitadas dançando no ritmo da música e bebendo como se a vida deles dependessem disso.


—– Espera até que todo mundo esteja doidão — Ela gritou animada.


Confesso que sua expressão me assustou um pouco. Eu nunca tinha visto ela bêbada, nunca tinha visto tanta pessoa bêbada ao mesmo tempo e no mesmo lugar.

Avistei o David de longe conversando e abraçando outro garoto da nossa escola, e decidi ir falar com ele.

—– David — Chamei a distância, para não parecer muito evasiva.


—– Ana? — Ele veio até mim e me abraçou —  Pensei que não ia vim, tu não tem cara que curti esse tipo de festa.

E não curto.

—– Então — Sorri timidamente — Meus Parabéns.

Dei outro abraço nele.


—– Sabe, tem pessoas aqui que eu nem convidei — Ele riu provavelmente bêbado também.


—– É, tem muita gente mesmo, eu tenho algo pra você — Falei, colocando  a mão dentro do bolso da jaqueta e puxando um embrulho improvisado.


E só isso foi capaz de fazer os olhos dele brilharem juntos com todas aquelas luzes coloridas.

Um espetáculo de cores.


DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora