Capítulo 45

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A música está vindo de um beco meio escuro, que por sinal parecia ser  bastante perigoso, já que a pouca  iluminação que tinha vinha de único porte.



Me questionei se era uma boa ideia, visto que eu estava sozinha e seria uma desvantagem se alguém tentasse me atacar, mas por outro lado, não estava tão tarde, e eu precisava muito beber, e aquela possível festa era a minha única alternativa, principalmente porque vou encontrar muitos amigos de copo por lá.


Sem hesitar, caminhei lentamente na direção da música que se intensificava à medida que eu me aproximava, porém me decepcionei ao ver dois seguranças na porta, e as pessoas que entravam tinha ingresso ou seja a festa era paga, e era impossível entrar ao não ser pela porta da frente.


Não tenho dinheiro nem pra beber, quanto mais para pagar a entrada de uma festa.



Então dei de ombros, aborrecida, chutando todas as latinhas que eu  encontrava pelo caminho, resmungando.


Até que uma delas vai parar direto no pé de um homem que se revela a meia luz do poste.


—– Está perdida gatinha? — Ele perguntou, e depois abriu um sorriso malicioso.




Ignorei e passei por ele, afim de fugir das suas provocações, mas senti que o mesmo começou a me seguir, então com receio, eu acelerei os passos.



Até que esbarrei em outro homem que surgiu inesperadamente na minha frente, me fazendo cair no chão.


Meu coração começou bater forte.


—– Calma aí, princesa — O homem à minha frente falou com uma voz assustadora.



Olhei em volta, assustada, e percebi a aproximação de mais dois homens, e os mesmos me cercaram, me impedindo de voltar pra trás que era onde a festa acontecia, e onde provavelmente eu estaria mais segura, já que havia pessoas por lá.



Me levantei do chão aflita e comecei a pensar em uma forma de me livrar dessa situação, mas eu estava tão apavorada que era difícil raciocinar, então apelei para o lado dramático.


—– Socorrooo.

Comecei gritar feito louca, mas foi em vão,  já que seria possível alguém me ouvir com toda aquela música tocando.


Então desesperada, tentei escapar deles a todo custo, mas não consegui, porque um deles me agarrou violentamente.


Comecei a me debater em seus braços, até que em um deslize dele, acabei arranhando o seu rosto, o que não foi bem uma atitude  inteligente, já ele me deu um soco no rosto me fazendo voltar para o chão.


—– Por favor, não me machuque — Implorei com a mão estendida em rendimento, sentindo o gosto do meu próprio sangue na boca.


Automaticamente senti o medo me tomar, além da agonia de não ter  ninguém ali pra me ajudar, então comecei a aceitar e me preparar pro meu terrível fim, aqueles homens de fato iriam me matar.



—– Por...por  favor...eu faço o que vocês quiserem —– Gaguejei

O meu corpo começou a tremer quando vi que eles estavam se aproximando lentamente de mim.


Mas um deles me imitou descaradamente, enquanto os outros cairam na gargalhada.


Em seguida, o cara que parece ser o líder deles me agrediu, e depois começou a rasgar minha roupa, me deixando apenas de lingerie, totalmente vulnerável.


—– Olha só, essa vadia, rapazes, vamos dá a ela o que ela merece — Ele falou e todos riram.


Levantei do chão e mais uma vez tentei fugir, mas o mesmo cara me agarrou pelo o cabelo e me arrastou até a parte mais escura, pressionando o meu rosto contra o muro.


—– Corajosa, você — Ele sussurrou no meu ouvido, fazendo meu corpo inteiro tremer de medo — Se tentar fugir mais uma vez, eu arranco todos os seus dentes um por um — Ele completou, me fazendo ficar imóvel e quieta, temendo qualquer coisa que ele pudesse fazer.


Ele continuou pressionando violentamente o meu corpo, até que escutei o abrir de um zíper, e logo depois senti as suas mãos encostarem furtivamente na minha pele.

Fechei os olhos completamente apavorada, e prendi a respiração.

Mas quando ele está prestes a me atacar, alguém apareceu.

"Solta ela!"


O homem obedeceu ao comando e se afastou, na verdade todos eles se afastaram.

Tudo que eu escutei depois foi:

"Vamos dar o fora daqui"

Em seguida escutei passos rápidos, como se eles estivessem correndo.

Só então eu soltei todo o ar, em um suspiro de alívio.

Em seguida deslizei pela parede até me sentar no chão, depois agarrei os joelhos, enterrei o meu rosto entre eles e comecei a chorar desesperadamente.

DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora