No final das contas Caio foi expulso da escola, e eu acabei fazendo companhia para o Fred na enfermaria.
Eu me sentia culpada por ter provocado tudo aquilo, se não fosse a minha ideia idiota, isso não teria acontecido.
Inteligência passou longe dessa vez.
Eu sou tão estúpida.
Ficamos em silêncio por um bom tempo. Eu tentando adivinhar a todo custo o que ele estava pensando e ele estranhamente perdido em seu subconsciente.
—– Obrigado por me defender — Quebrei o silêncio com um sorrisinho pra amenizar a sua raiva.
Ele permaneceu calado, e eu entendi que ele não estava muito afim de conversar, e com razão, o que eu fiz foi imperdoável, eu não fazia ideia que a minha brincadeira resultaria em briga, e por pouco não resultou em tragédia.
Então suspirei profundamente e me levantei, mas ele agarrou subitamente o meu braço me surpreendendo com a sua atitude.
Virei o rosto e olhei no fundo dos seus olhos.
—– Fica — Ele suspirou
Senti uma certa carência em suas palavras, era como se ele dissesse.
"Fica, eu preciso de você"
O verde do seu olhar estava coberto por uma grande mancha roxa, e seu rosto levemente machucado.
A última coisa que eu queria era machucá-lo, eu só queria dar uma lição de moral nele para ele perceber que o que ele fez comigo foi muito cruel e me magoou muito.
Abri um sorriso feliz por ele ainda querer minha companhia depois de tudo que fiz, e voltei a me sentar do seu lado.
Me senti à vontade para acariciar suas madeixas loiras que eram lisas e brilhantes, e ele sem aviso prévio deitou a cabeça no meu colo se rendendo inconscientemente ao meu toque.
Só o fato de está ali com ele já era gratificante.
—– Você é um estúpido, eu daria conta daquela briga sozinha — Brinquei.
—– É, eu sei que daria — Ele riu.
Dei risada.
Era óbvio que se não fosse ele pra me socorrer, eu estaria no IML agora.
E não foi por falta de aviso.
Ele se levantou de repente e olhou no fundo dos meus olhos.
—– Não aguentei vê ele te insultando daquela maneira.
—– Mesmo assim, você não tinha que ter provocado ele, o cara acabou contigo — Falei segurando a risada.
—– E daí, eu não ligo, você está aqui comigo e não com ele, então eu já ganhei essa briga.
As palavras de Fred soaram como música para os meu ouvidos, e eu sorri estupidamente.
Acho que é a partir daí que tudo começa mudar.
Em seguida ele pegou a minha mão e encarou novamente os meus olhos, dessa vez com convicção.
—– Eu teria apanhado quantas vezes fosse necessário para proteger você — Confessou com convicção.
Sorri em meio as lágrimas de emoção, eu estava tão feliz só de saber que ele se importa comigo de verdade.
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Desilusão
RomanceApós passar por uma desilusão amorosa, Ana não vê outra alternativa a não ser se embriagar como uma forma de amenizar a sua dor, mas vai perceber que o seu sofrimento está bem longe de acabar.