Capítulo 22

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Depois que aquela festa intensa e barulhenta acabou, eu tive um pouco de dificuldade de levar a liza embora.

—– Por que estão olhando pra gente? vão se ferrar bando de otários — Ela se irritou com um grupo de garotos que estavam rindo da gente.


—– Liza, não liga pra eles, temos que ir embora, e eu nem sei que horas são —  Falei preocupada.

Arrastei ela até um banco mais próximo e nos sentamos.

—– Desculpe, acho que bebi um pouco, e não estou me sentindo muito bem — Ela disse e logo em seguida vomitou na minha jaqueta.


—– Liza — Levantei furiosa do banco enquanto ela estava debruçada sobre o mesmo, parecendo não se importar.

—– Preciso achar o David, não sei porque insisti em ficar com você,
ou melhor, nem sei pra quê eu vim pra essa droga de festa.


Liza ficou calada e inerte de repente, sacudi ela pra ver se ela estava acordada, e isso resultou em mais vômito dessa vez no meu cabelo.

Meu sangue ferveu na hora.

—– Era só o que me faltava, como vou voltar pra casa, assim? Minha mãe vai me matar — Comecei chorar de desespero — Se eu soubesse que isso iria acontecer teria ido embora com o Fred quando ele me chamou


Mas o choro não durou muito, porque eu vi o David e isso me deu uma pontinha de esperança.


—– Meu Deus! quanta bagunça, tenho que arrumar tudo isso antes do meu pai chegar de viagem —  Ele resmungou sozinho.

—– David — Choraminguei

—– Ana? o que houve, cadê a liza? — Ele perguntou confuso e preocupado ao mesmo tempo.

—– Deitada no banco.

—– Onde, que eu não estou vendo.

Suspirei nervosa, mas quando olhei pra trás, vi que Liza realmente não estava onde eu havia deixado.

—– Mas ela estava aqui  — Falei confusa.

—– Tudo bem, Ana, vamos até lá, ela deve ter caído ou saído por aí — Ele segurou meus ombros me confortando.

David era demais.

Quando chegamos perto do banco, percebemos que Liza havia caído do outro lado.

Rapidamente dei a volta e me aproximei dela.

—– Não fique olhando, me ajuda aqui — Falei impaciente com o David, tentando levantar o corpo pesado e coberto de folhas da liza.

—– Ai, me deixe dormir — Ela resmungou.

David depois de um tempo em pé, não sabendo se ria ou se ajudava decidiu agir, e como ele era forte, levantou liza numa braçada só.

—– Exibido.

Ele sorriu e me olhou de cima a baixo com cara de nojo.

—– E você é uma porquinha que precisa urgente de um banho.

É, realmente, eu não podia chegar cheirando vômito em casa.

Acompanhei ele até a sua luxuosa e desorganizada mansão. Havia até calcinha pendurada no corrimão da escada.

Vai ser difícil dormir com tanta imagem pecaminosa na minha cabeça.

—– Olha, eu vou subir pra dar banho na Liza, porque não é só você que está fedendo a vomito. Tem um banheiro aí embaixo no final do corredor, e você pode usar uma das minhas camisetas ok?  —  Ele sugeriu, em seguida subiu as escadas com a liza desacordada nos braços.

A casa dele estava uma verdadeira zona, começando pelas camisinhas usadas em cima do sofá.

Fiquei horrorizada.

A primeira vez que vi uma camisinha foi em um comercial de tv.

Nunca pensei que a minha primeira festa seria assim.

Fui até o banheiro e entrei na banheira relembrando os bons tempos.

E depois que o meu cabelo estava cheirando de novo.

Eu saí da banheira e me enrolei em uma toalha. Subi as escadas e fui direto para o closet do príncipe semi analfabeto, sem ofensas, mas quando eu fui corrigir a prova de português dele, quase tive um mal estar.

Bom, o que ele não tem de inteligência tem de bondade.


Assim que sai do closet vestida com uma de suas camisas que a propósito ficou muito bonita e confortável no meu corpo, escutei seu diálogo com liza no banheiro, eu achei muito fofo a forma como ele respondia as perguntas malucas dela e tentavam entrar em um acordo.

Eles pareciam tão apaixonados, nasceram um para o outro

Coloquei a roupa vomitada dentro da máquina para bater, e esperei alguns minutos sentada no sofá até encerrar a programação.

Mas como eu estava exausta, acabei pegando no sono.

DesilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora