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ÉRICA: 🤍

Mais cedo, fui na boca resolver um problema aqui de casa, Quando voltei, tomei um banho rápido e fui direto pro fogão, O gás já tava acabando, mas deu pra fazer um arroz, feijão e um frango acebolado, Hellena ainda não tinha chegado da escola.

Coloquei uma roupa leve por causa do calor, uma blusa larga e um short simples, Pouco tempo depois, ela chegou e sentamos pra comer.

Érica: Como foi o primeiro dia na escola hoje, Lena? — perguntei, colocando arroz no prato.

Hellena: Normal, Muita gente me olhando, mas nada de muito novo, sabe? — ela respondeu, dando de ombros.

Hellena: Não fez nenhuma amizade?

Érica: Eu? Não, As pessoas lá são estranhas, Tudo cara de barraqueira, Teve umas que já me olharam torto.

Ri baixo e balancei a cabeça.

Érica: É assim mesmo, Lena, Quando as pessoas não conhecem a gente... Mas falando nisso, quem eram aqueles dois moleques no dia do centro?

Ela revirou os olhos na hora.

Hellena: Um diabo em forma de gente, Um imbecil que esbarrou em mim na papelaria, derrubou tudo e ainda sujou minha camisa de açaí, Por ironia do destino, ele mora aqui.

Érica: E por que tá estressada? — comecei a rir.

Hellena: Só de lembrar já me dá raiva! Perdi até a fome.

Essa menina é doidinha.

Terminamos o almoço, lavei os pratos e dei um jeito na casa, Mais tarde, fui colocar umas roupas na máquina.

[...]

Era fim de tarde quando precisei subir o morro pra rir no mercado do Seu Zeca pra comprar um suco, O sol já não tava tão forte, mas o calor ainda judiava.

Desci a rua, cumprimentando uns conhecidos pelo caminho, No morro, todo mundo se conhece, ou pelo menos sabe da existência do outro, Cheguei no mercadinho e fui direto pegar o que precisava.

Tava escolhendo um pacote de macarrão quando senti alguém parando do meu lado, Olhei de canto e vi um cara que já tinha visto por aí, sempre nos mesmos rolês, mas nunca tinha parado pra trocar ideia, Ele me olhou de cima a baixo, segurando uma garrafa de energético.

X: Fala, princesa, Nunca te vi por aqui. — Ele sorriu, daquele jeito convencido.

Dei um risinho sem humor, voltando a atenção pras prateleiras.

Érica: Mora aqui e nunca me viu? Tá cego?

Ele riu, como se tivesse gostado da resposta.

X: É que tu não é de ficar na rua, né? Discreta. — Sussurrou no meu ouvido. —Eu curto isso.

Peguei o macarrão e fui andando pro caixa, mas ele veio junto.

X: Qual teu nome mesmo?

Érica: Érica.

Jefinho: Bonito, Diferente, Jefinho Gata. — Piscou. — E tu tem quantos anos?

Érica: Dezoito.

Jefinho: Ah… então tá na idade boa. — Ele soltou a frase com um sorrisinho, olhando direto pra mim.

Revirei os olhos.

Érica: Você só sabe falar besteira, né?

Jefinho: Relaxa, tô só jogando conversa fora, Quer ajuda com as sacolas?

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