A primeiro vez

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Todos os telefonemas que Joohyun fez para Jennie, tinham ido direto para caixa postal. A mulher não sabia se tinha direito de ficar brava com a melhor amiga, ou ex melhor amiga, mas era exatamente como se sentia. Passado os dias de melancolia, tudo que ela sentia era raiva. Não pôde se explicar, não conseguiu mais achar a mulher em lugar nenhum. Na portaria do prédio, seu nome estava expressamente proibido de passar, e ela até pensou em montar guarda ali de fora, mas sinceramente, se Jennie Kim não a queria ali, ela não esperaria o dia todo.

O problema é que seu humor estava péssimo, e a equipe criativa andava desesperada pelos corredores, ninguém ousava chegar perto da mulher, e ela mesmo não tinha tempo mais pra nada. O trabalho que antes era de duas, agora era todo dela. Precisava urgente de uma nova pessoa para ocupar o lugar vago. O senhor Hwang também não parecia nada satisfeito com a demissão repentina, não agora que a estreia da marca foi um sucesso. Muito eventos aconteceriam em seguida, estavam até mesmo discutindo um tour pela europa, mas Bae achava impossível lidar com aquilo tudo sozinha.

Kang Seulgi se encontrava ainda mais perdida, resolveu dar espaço para a mais velha, porque depois da terceira vez que elas discutiram por qualquer bobagem, Seulgi aceitou que seria melhor manter uma distância segura daquela mulher. Definitivamente aquela não era Bae Irene que ela conhecia, e sentia muita falta de andar pelo parque sentindo a leveza do entardecer. Seulgi confessada que estava se tornando uma pessoa extremamente brega, e era frustrante não conseguir viver suas breguices.

Ela e Joy fizeram a mudança do apartamento, que ela queria tanto que Irene fizesse com ela. Sua mãe bem que teimou em ajudar, mas Seulgi não queria a menor intervenção da mais velha, era algo totalmente seu, e precisava que ficasse sua cara. Joy de um modo silencioso sentia orgulho da nova independência que a irmã conquistara, mas ela também percebia que elas já pareciam mais distante que antes. A irmã sempre fora caladona e irritadiça, mas agora ela vivia com sorrisinhos de cantos e com um humor exageradamente agradável, sempre com o celular em mãos. Joy sabia que talvez ela estivesse de namorado novo, mas ela era muito curiosa e talvez tivesse que apelar para Wendy que era sempre uma boca frouxa.

- Não aí – Seulgi disse impaciente – Mais para esquerda.

- Seulgi eu não aguento mais mexer esse quadro – Joy era mais alta que a irmã e por isso tentava colocar onde a irmã pedia, mas a mais velha nunca parecia satisfeita, o que Joy suspeitava que era apenas pra ver a menina andando de um lado para o outro com o quadro pesado nas mãos – Quer saber, aqui está ótimo.

- A luz não pega totalmente, assim o vermelho não realça.

- Não faz a menor diferença - Joy respondeu irritada.

- Faz toda a diferença – Seulgi rebateu – As cores é a vida no quadro, conta...

- Eu não me importo Seulgi, eu faço cálculos, eu trabalho com o que posso interpretar, com o que é real. Não essa baboseira filosófica de ser ou não ser. Agora o quadro vai ficar ali – Joy teve a palavra final, porque já estava cansava de ajudar com a mudança e cheia de fome – E pede logo essa pizza, eu vou morrer de fome aqui.

- Você é insuportável.

- Adivinha só quem eu puxei – Seulgi carrancuda foi para o telefone, enquanto Joy mais carrancuda ainda se sentou no chão, porque o sofá ainda não tinha chegado. Esperava que aquela tarde passasse rápido porque Seulgi estava explorando ela mais do que normalmente fazia, mas continuava ali porque Kim Yerim sumiu do mapa dizendo que passaria o fim de semana na casa pra prima, que Joy suspeitava ser a atriz famosa, então não poderia ter a miga para ficar conversando o dia todo. E agora se tornara refém da irmã malvada que fazia ela carregar caixas por todos os cantos.

As Cores da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora