As Cores da Liberdade

Um conto sobre plantação e suas pragas

SEGUNDA-FEIRA

- Kang Seulgi, se você deixar a toalha na minha cama...

Antes que terminasse Seulgi se jogou na cama com Joohyun, seu corpo ainda estava úmido e os cabelos pingando, e as gotinhas geladas caiam no pescoço da Bae, fazendo com que ela se arrepiasse, mas Seulgi não importava com isso agora. Gostava de irritar a outra pela manhã, era seu castigo por acordar de tão bom humor, quando Seulgi estava revoltada de ter que sair cedo.

- Eu odeio você – Joohyun disse, mas soltando uma risada depois, porque era impossível odiar a mulher que sorria presunçosa e cheia de malícia.

Imaginou que o acampamento foi como um conto de fadas do qual não queria mais sair, porém o conto de fadas se estendeu pela noite de domingo e permaneceu quando acordaram grudadas de manhã. Era a primeira vez que Joohyun permitia que alguém dormisse assim com ela. Era a primeira vez que ela não se sentia invadia por um corpo estranho, ou suja com nojo dela mesmo por se permitir estar com outros corpos. Na verdade se sentia completamente segura agarrada contra o outro corpo.

Seulgi era bem quente, e ela não queria que amanhecesse logo, mas foi inevitável não se sentir sonolenta com o quase ronronar de Seulgi, e rapidamente a outra mulher também se perdia no sono.

TERÇA-FEIRA

- Ah, Joohyun! Não faz assim, você está roubando.

Irene era um grande talento em jogos virtuais, o que deixava Seulgi com bastante raiva, mas quem mais se divertia com a cena era Joy que ria da cara frustrada da irmã, e Yeri até simpatizava com a Kang, mas ainda estava bancando a irmã protetiva. E não poderia sair do personagem, só porque Seulgi era incrivelmente ruim em corrida de patinhos.

- A pizza é por sua conta – Joohyun disse vitoriosa, compartilhando um high-five com Joy.

Mas Seulgi não podia ficar brava de verdade por muito tempo, tinha as duas pessoas que mais amava bem ali na sua frente brincando uma com a outra. Irene esse ar de irmã mais velha que se adequava perfeitamente ao que Joy gostava, as duas tinham pensamentos em comum, e a comunicação entre elas era muito fluída. Foi uma sintonia tão espontânea, que Seulgi até sentiu um ciumezinho, que por sua vez não conseguia fazer Yeri dá um sorriso, Seulgi entendia, tinha magoado Irene, mas bem que sua irmã mais nova podia dar um folga as vezes, aquilo já fazia dias.

QUARTA-FEIRA

Joohyun não conseguiu ocupar o lugar de Jennie na equipe, o que era péssimo, mas não faltavam candidatos com ótimos currículos. Seulgi sabia bem que era porque ela queria mesmo era a amiga de volta. Por isso arrumava as desculpas mais idiotas para não contratar alguém como "ela sorri muito" ou "ela só usa cabelo preso". Seulgi se resumia em apenas a concordar com a namorada, porque ela nunca admitiria que estava morrendo de saudades de Jennie, e de certo modo Seulgi também se sentia assim, via como Joohyun, apesar de feliz se sentia um pouquinho incompleta, as duas eram almas gêmeas, e ao mesmo tempo que isso provocava ciúmes traiçoeiros no coração da fotógrafa, também fazia que ela se sentisse mal por ver a mulher que amava daquele jeito.

- Entra logo nessa banheira, vou massagear suas costas – Seulgi disse autoritária, e Joohyun obediente fez o que a outra pediu, porque estava mesmo muito cansada.

QUINTA-FEIRA

- Eu consegui – Seulgi disse lendo uma mensagem do celular, e Joohyun olhou para os lados da cafeteria e como pensou, tinha alguns pares de olhos sobre as duas. – Vou fotografar uma exposição de artes.

- Isso é ótimo, Seulgi – Joohyun disse mais baixo e mais contido, com um pouco de vergonha, mas genuinamente feliz pela namorada.

O empregador estava no desfile que ficou mais que satisfeito com o trabalho da Kang. O nome dela estava começando a circular entre os lugares, e a essa altura do campeonato, Seulgi já não se importava tanto com suas ideologias, Joohyun era uma mulher extraordinário, mesmo tendo um trabalho aparentemente bobo, e Seulgi agora pensava que poderia fazer o mesmo, e ainda preservar sua verdadeira arte de um modo diferente.