Joohyun continuava sentada na mesa que preparou para o jantar, mesmo que soubesse que a hora agora era bem mais tarde do que a que tinham marcado, não sabia bem o quanto, porque já tinha bebido tanto vinho que se sentia meio zonza. Ela não era de beber, mas Seulgi também não era de sumir sem deixar qualquer mensagem. De repente um medo passou a tomar conta da mulher, um arrepio gelado mesmo que todas as janelas estivessem fechadas, o medo de um segundo abandono.
Jennie. Ainda sentia falta daquela mulher feito louca, e quem ajudava com isso era a própria Kang.
Pensamentos idiotas de uma mulher bêbada, era só isso, Seulgi não faria isso, ela prometeu. Já haviam há muito passado pelo estágio das inseguranças, elas estavam namorando e ninguém poderia dizer o contrário. Elas se amavam, sentia o olhar de Seulgi, o cuidado, os toques. Era pouco tempo, é claro, mas não se tornava menos real por isso, não a amava menos por isso.
Joohyun dormiu entre pensamentos, e quando acordou sentiu a cabeça pesar, fora burra o suficiente pra dormir no sofá e com a roupa que usou na noite anterior, não havia a menor explicação para a cena. Seulgi apenas não apareceu, pode ter surgido alguma emergência e a desmiolada apenas esqueceu de avisar, ela conhecia bem Seulgi e isso era totalmente possível. Conseguia pensar melhor agora que estava sem a leveza do álcool.
Mas ela não respondeu, nem atendeu nenhuma ligação. E durante o restante do dia, uma ansiedade crescente foi tomando o corpo de Joohyun, ela não conseguia pensar no que fazia no trabalho e respondia todo mundo em meias palavras, a dor de cabeça ainda não tinha passado, e o coração não parava quieto um minuto. Qualquer um diria que aquilo era uma premonição, como se algo dentro dela dissesse que tudo estava prestes a desmoronar, e ela até tentava alguns exercícios bobos de respiração e pensamentos positivos. Mas Seulgi continuava calada.
As horas foram muito mais arrastadas que Joohyun previu, e ela saiu decidia a estar na casa de Seulgi na sua próxima parada. Pensava no que poderia ter acontecido, recalculou toda sua rota do dia anterior até o momento que se despediriam, pensou no que poderia ter feito de errado, olhou todos os sites pra ver se seu maldito nome estava em algum lugar ao lado de Sehun. Mas não existia nada que pudesse ter feito, então por que continuava a sentir tanto medo?
- Tá tudo bem, não é nada demais – Joohyun perdeu as contas de quantas vezes repetiu aquilo quase como um mantra que a forçasse ficar com o cabeça no lugar.
Quando tocou a campainha de Seulgi ninguém atendeu, ela sentou e esperou pela morena, mas ela também não apareceu ali. Era a segunda vez que Joohyun esperava no passeio de alguém completamente aflita, se sentia desfocada da realidade, batia os pés e se abraçada diante o tempo nublado de vento frio. Talvez se sentisse assim porque tinha provado um pouquinho de todo céu que Seulgi a apresentou, então a mínima miragem de perder tudo isso a deixava completamente sem chão.
A essa altura do campeonato ela pensou em todas as alternativas do mundo para Seulgi simplesmente desaparecer, pensou em ir nos hospitais perguntar pelo seu nome, e a cada segundo seu medo aumentava, a única explicação para o seu sumiço seria se de fato algo tivesse acontecido com Kang Seulgi.
Mas a mulher de longas tatuagens não estava em um hospital, na verdade ela ocupava um banco de um bar de esquina sujo, e com um pessoal totalmente mal encarado. Perto de si haviam tantos copos que ela já tinha perdido a conta, e alguns cara a encaravam desejosos e nojentos, seus pensamentos não valeria a pena sequer ter um vislumbre. Quem a vigiava era o garçom, ele já conhecia Seulgi de outros lugares, era uma boa menina, não gostava de ambientes assim, mas sempre que algo ruim acontecia era bem naquele banco que ela parava.
Fazia bastante tempo desde a última vez, ele se decepcionou ao ver a menina cruzar a porta, se importava com ela, tinha a mesma idade da sua filha, então sentia um apreço pela mais nova. Ele se aproximou, mas ela não queria papo, diferente das outras vezes, ela não disse nada. Mas o homem notou os olhos avermelhados, provavelmente tinha chorando ou estava prestes a fazê-lo.
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As Cores da Liberdade
أدب الهواةSeul é o palco para uma história de descoberta com um pouco de encontros e desencontros, um cenário comum àqueles que já se apaixonaram à primeira vista. O caminho do amor nem sempre é aquele que imaginamos, mas é traçado. De um jeito ou de outro. E...