31 - Chaves

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Natan Scott

Apesar de toda a discussão com Tyler segunda-feira, tudo foi recompensado nos intervalos quando conseguíamos um lugar a sós. Era uma das maiores dificuldades de nosso dia, mas também a melhor parte dele. Eu poderia refletir por horas e horas sobre como ele me fazia bem. Sobre como eu jamais me senti tão vivo, completo e feliz quando o garoto me envolvia com seus braços. No meio de todo esse caos sufocante, Tyler era o meu oxigênio. Ele era perfeito e eu simplesmente não conseguia evitar me apaixonar mais e mais cada dia que se passa.

-Porra, cê tá ai tem vinte minutos. Namoral, se você tiver batendo punheta no meu chuveiro... - Luke protesta através da prova, executando toques nada suaves para me apressar.

-Já tô tirando o condicionador, calma! - Minto, retornando para os meus mais profundos pensamentos.

Luke não estava equivocado com sua imaginação fértil. A colisão das gotículas mornas da água do chuveiro contra o meu corpo me relaxava, mas também me excitava. Cada pensamento que eu tinha sobre Tyler eu não conseguia evitar que me sentisse mais e mais tentado. O formigamento que eu sentia entorno de minha cintura e das minhas nádegas pelo contato de seu corpo em outros momentos me deixava excessivamente excitado. Eu precisava conhecer o corpo de Tyler o quanto antes, eu precisava senti-lo colidindo contra o meu. Eu desejava examinar cautelosamente cada molécula de seu abdômen, de seus bíceps, de seu peitoral, de seu pescoço, de suas coxas, de simplesmente tudo. Tyler era perfeito, e eu precisava conhecer toda essa perfeição. Era inevitável que eu movimentasse minha mão sobre o meu membro sempre que imaginava a nossa primeira vez. Não seria exatamente a primeira vez dele transando, mas seria a minha. E, perder a virgindade com alguém que eu verdadeiramente gosto, me parece uma ideia maravilhosa. A rigidez que ele ocasionava em mim apenas com a força dos meus pensamentos era anormal, levando para mim ainda mais ansiedade para o dia que conheceríamos um o corpo do outro.

-Natan! - Luke grita mais uma vez, vibrando a porta do banheiro pela força de sua voz.

-Pronto! - Retruco, agarrando a borda da toalha em minha cintura, sentindo os olhos flamejantes do garoto sobre mim.

Luke me julgava incansavelmente, como se tivesse a plena convicção do que eu estava fazendo no banheiro. Eu não poderia negar, mas ele não tinha como provar o porquê de eu estar demorando exatamente.

A brisa gélida que se choca contra o meu peito nu traz todos os perfumes do outono, revelando-me que havia chegado a hora de vestir meu moletom favorito sem ser julgado. Outono era a minha estação favorita, seu equilíbrio era perfeito. Nem muito frio, nem muito quente, mas ventando como nunca.

Lanço minha mão sobre uma das minhas caixas, puxando o agasalho que eu usaria nessa fria manhã de quinta-feira. Trajo-me cautelosamente, evitando qualquer pensamento impuro para não complicar mais ainda o processo.

-Viu? É assim que se toma banho! - Luke provoca, partindo do banheiro com um rastro de vapor que o acompanhava até o seu armário.

-Eu tava passando mal, ok? - Minto, esforçando-me o máximo para ser convincente.

-Conheço muito bem esse passando mal seu. Tem várias pomadas no banheiro pra esse mal-estar se você quiser. - Ele zomba, colando uma boxer em seu corpo antes que voltasse o olhar para mim.

-Vai se foder! - Gargalho, lançando-me sobre a sua cama com o meu celular em mãos.

"bom dia, ja se arrumou?" - Digito velozmente, enviando para Tyler em seguida.

"Já to qsw amor, vcs vão dmr?" - Ele responde em seguida.

Amor

Quando eu penso que Tyler não podia me causar mais calafrios, ele me chamou assim. Tyler me chamou de amor. Uma única palavra de quatro letras colapsava o meu corpo severamente. Eu não conseguia evitar o sorriso que ganhava espaço entre os meus lábios. Ele se alargava a cada passo que eu visualizava a mensagem. Uma vez, duas vezes, trezentas vezes. Era algo bobo, mas atiçava as borboletas em meu estômago. Elas ficavam alucinadas, chocando-se em todos os cantos que encontravam. Tyler me chamou de amor. É, nada, simplesmente nada, seria capaz de estragar o meu dia após isso. Eu não conseguia sequer disfarçar a felicidade que transbordava em meu semblante.

Toxic Love (Continuação disponivel no perfil)Onde histórias criam vida. Descubra agora