Seis meses se passaram desde que os cavaleiros derrotaram Krogan e Johann, e de eles terem retornado para Berk, e como passaram muito tempo morando sozinhos, tendo sua própria rotina, a gangue ainda estava se readaptando a rotina da vila, o que não estava sento tão fácil, principalmente para os "três patetas", como Eir os chamam.
Cabeça Quente, Cabeça Dura e Melequento estavam sofrendo na mão do Bocão, pois o conselheiro do chefe estava pegando pesado com eles, pois segundo ele os três ficaram muito folgados nesse período longe, e por isso tinha que colocá-los no eixo. Obvio que ele não fugiu da reclamação dos três que logo receberam uma bronca e tanto do Stoico que fez os três se encolherem, e começaram a obedecer o ferreiro sem contestar desde então.
Já Astrid começou a dar aula de combate para as crianças da vila que queriam entrar na guarda, já as crianças que queriam entrar para os Cavaleiros de dragões treinavam com o Soluço quando ele podia, pois Stoico, assim que melhorou, começou o treinamento do rapaz, que sempre que podia fugia para explorar novas ilhas, e dragões, fazendo seu pai enlouquecer.
E com isso tudo as coisas se acalmaram, deixando, como eu posso dizer, monótonas, nada acontecia, oque era bom, pois dava tempo para o nosso ruivo favorito tempo de esfriar a cabeça, e por as ideias no lugar depois da bagunça que foi o ultimo ano, e também respirar um pouco, tirando o peso do mundo que ele carregou nesse ultimo ano.
E falando no Soluço, agora ele estava na enseada olhando o por do sol, encostado no Banguela, que estava dormindo confortavelmente, depois de um dia longo, quando escutou passos se aproximando, e se sentando ao seu lado, em pleno silencio, e ficaram assim, contemplando o por do sol, sem ninguém falar nada, até que a lua cheia surgir e os vaga-lumes começarem a brilhar.
- Pensando no que? - Eir quebrou o silencio se instalou desde que ele chegou.
- Pensando na vida, e em como as coisas irão ficar daqui pra frente. - Soluço respondeu olhando as estrelas.
- Como assim? - Eir perguntou confuso.
- Meu pai está me pressionando cada dia mais no treinamento, mas... - Soluço não conseguiu terminar a frase.
- Mas você não sabe ainda se está preparado para se tornar o chefe de Berk.
- Não, é... é tanta pressão, e-eu tenho medo de não ser tão bom como o meu pai é.
- Você não precisa ser igual ao seu pai. - Eir tocou o seu obro, tentando o confortar. - Você só precisa seguir seus instintos como sempre fez.
- E é isso que eu tenho medo, porque toda vez que eu segui meus instintos acabo iniciando uma guerra. - Suspirou frustrado.
- Mas isso não é culpa sua. - Eir falou, fazendo com que o Soluço o olhasse confuso. - Você não tem culpa de atrair confusão meu amigo, mas acaba transformando nossos dias mais interessantes.
O Haddock riu do comentário do rapaz, sabendo que tudo oque ele disse era verdade, mas isso não o impedia de ter medo, ainda mais sabendo que varias pessoas dependeriam dele a partir do dia que ele subisse na cadeira.
- Mas mesmo assim, olha tudo o que meu pai fez por essa vila, em 300 anos Berk nunca foi tão prospera quanto agora. - o ruivo se virou para o gêmeo de olhos amarelo. - Como eu posso pegar a cadeira sem ferrar com tudo em menos de dois anos?
- Porque você acha isso?
- Porque eu perdi todo o ouro de Berk a menos de um ano? Porque eu comecei uma guerra que quase tirou a vida do meu pai? Tirando varias outras coisa que aconteceram. - Soluço começou a falar mais rápido e ansioso.
- Mas se não fosse por você nós nunca teríamos entrado em paz com os dragões, isso não conta? - o Haddock maneou a cabeça relevando as palavras do amigo. - E tudo isso aconteceu porque você seguiu os seus instintos, e se não fosse por ele nada disso teria acontecido, e se Berk está prosperando tudo isso é por causa de você.
Soluço abaixou a cabeça, pensativo pelas palavras do amigo, realmente, se ele não tivesse tido coragem de matar o Banguela o clã Hooligan ainda estariam em guerra com os dragões, em um ciclo sem fim. Eir olhou para o rapaz, o analisando, porque querendo ou não ele entendia pelo que ele estava passando, pois ele passou pela mesma coisa quando Mist o escolheu para ser o líder da guarda, obvio que não era uma responsabilidade tão grande como ser chefe da vila, mas não deixava de ser um fardo, sempre tentar ser melhor ou ao menos parecido com o seu antecessor pode ser amedrontador.
- Soluço, olha, eu sei que pode ser assustador, mas você tem que pensar que não estará sozinho e que as pessoas da vila confiam em você e sempre confiarão, por isso não precisa ter medo, que todos te ajudarão.
- Isso não me impede de ter medo. - Soluço suspirou.
- Exatamente, mas o medo e o precursor da coragem, pois sem o medo não ninguém conseguiria fazer coisas extraordinárias.
- Ou o medo é o que pode nos impedir de lutar, oque acaba nos matando.
-Também, mas esses dilemas a vida seria sem graça você não acha? - Eir perguntou levantando a sobrancelha, fazendo o rapaz da uma risada.
- Você está certo, realmente a vida seria sem graça. - o rapaz respondeu rindo, depois se virou para o Knut analisador, o fazendo encolher. - Sabe, Eir, você é uma ótima pessoa, como nós nunca conversamos realmente?
- Será porque você vivia grudado no Mist ou com os caçadores que não via mais ninguém na sua frente? - o moreno de olhos amarelados abriu um sorrisinho sarcástico vendo o ruivo fazer uma careta.
- Ponto pra você, e sinto muito por isso, meu caro amigo. - ele deu uma risada. - Então vamos começar de novo, olá eu me chamo Soluço Haddock III, muito prazer. - ele esticou a mão direita.
- Oi, prazer Soluço, e eu sou Eir Knut. - o outro entrou na brincadeira.
Um sorriu para o outro e ficaram conversando, por mais um tempo, olhando as estrelas e os vaga-lumes, então perceberam que depois desse dia em diante encontraram um no outro um amigo.
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RomanceAkai Ito ou "Fio vermelho do destino" é uma lenda de origem chinesa e, de acordo com este mito, no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser "alma gêmea"...