Drago Sangue Bravo tinha sido finalmente derrotado, mas não sem um grande custo, e este custo foi justamente a vida do chefe de Berk, vulgo também pai do nosso querido Soluço, Stoico, que deixou muitas memorias e corações partidos para trás. E mesmo que o dia tenha sido de comemoração, pela derrota do caçador de dragões mais temido, e a ascensão de um novo líder, os corações pela perda do líder anterior.
Mas a perda de Stoico Haddock estava afetando mais ainda o seu filho, que mesmo tendo reencontrado sua mãe, que achava que estava morta, estava dilacerado pela perda da única pessoa que ficou ao seu sua vida inteira, quele que limpou suas feridas, ficou ao seu lado, quando estava doente, mas também, aquele que aceitou o seu diferente modo de pensar, que mesmo com as varias brigas que eles tiveram ao longo da vida, isso não diminuía o companheirismo que um tinha pelo outro.
E enquanto os outros estavam festejando a vitória, Soluço estava em casa, sentado na poltrona de seu pai, com as pernas encolhidas, em volta de um cobertor, olhando a lareira acesa, ele não queria ver ou falar com ninguém, a única coisa que ele queria fazer era ficar lá, sentado, olhando o fogo crepitar, enquanto ficava enrolado na coberta do seu pai, sentindo seu cheiro, com Banguela em volta, o olhando com pesar. No momento não lhe importava se tinha encontrado sua mãe, a única coisa que queria era ele, Stoico, ver seu sorriso, a gargalhada estrondosa, os gritos incessante, a superproteção, o abraço que tirava seu ar, seus concelhos... Tudo nele o fazia sentir falta.
De repente todas a lembranças que ele tinha de seu pai veio a tona, cada conselho, cada carinho, toque, olhar, abraço, bronca, historias... Tudo. E conforme essas imagens surgiam, um bolo se formava em sua garganta, e lagrimas se formavam, caindo como uma cascata, de seus olhos, o fazendo soluçar, e chorar como um bebê, que perdeu sua mãe, e era exatamente isso que aconteceu, ele perdeu seu pai, a única pessoa que ele teve sua vida toda, sua figura paterna, seu conselheiro e amigo.
Ele soluçava, e cada soluço, era como se seu peito tivesse rasgando, e seu coração tivesse se dilacerando, e ele já tinha sofrido uma dor que nem essa uma vez, quando pensou que tinha perdido a Astrid, mas essa era mil vezes pior, pela simples razão de que ele tinha absoluta certeza de que nunca mais veria seu pai de novo. Conforme ele chorava, cada vez mais essa dor aumentava, cada vez mais a sensação de vazio que tinha aparecido em seu peio se intensificava, um vazio que só poderia ser preenchido por uma pessoa, e essa pessoa agora se encontrava em valhalla.
Soluço estava tão inerte em sua bolha de tristeza e lamentação que não tinha visto Valka se aproximando dele, se ajoelhando em sua frente, tocando suas mãos, e olhando com dor no coração, por ver o filho assim, porque mesmo tendo recuperado o amor da sua vida depois de 19 anos, o perdeu logo depois, Soluço tinha perdido a única figura paterna que teve nesses últimos anos.
- Ho meu amor, eu sei que doí, acredite está doendo em mim também, mas você tem que levantar a cabeça e seguir em frente. - Valka acariciou os cabelos do filho.
- Ele se foi, porque ele se foi? Porque? - Soluço falou devastado, olhando para lareira. - O que eu vou fazer agora? Eu to sozinho, não tenho ninguém.
- Ei, ei, meu filho, você não está sozinho, e nunca ficará. - a mulher pegou o rosto do rapaz, para que ele pudesse olhá-la, mas foi em vão, ele ainda estava com o olhar perdido. - Meu amor olha pra mim, eu sei que está doendo, mas enfrentaremos isso juntos.
- O-oque eu farei agora? - ele perguntou ainda com o olha perdido. - C-como Berk ficará?
- Berk ficará bem, o importante agora é você de você, viver o luto para que possa seguir em frente. - ela respondeu passando as pontas dos dedos no rosto dele.
- Eles perderam o chefe deles. - respondeu em um fiapo de voz.
- Eles podem ter perdido o chefe deles, mas você seu pai, então eles entenderão que você precisa de um tempo até digerir isso tudo.
- Eu quero ele de volta, eu quero meu pai de volta. - ele chorou mais forte, sendo acalentado por sua mãe, que o aninhou como quando ele era bebê, e estava chorando. - Porque ele tinha que ir logo agora que tínhamos conseguido nos reencontrar? Porque?
- Eu não sei meu amor, o destino as vezes pega peça, mas cabe a nós deixamos ele nos dizer oque fazer ou trilharmos nosso próprio caminho. - acariciou seus cabelos até que ele dormisse em seus braços.
E ao entrar no mundo dos sonhos, nosso querido Soluço encontrou com seu pai, do jeitinho que ele esperava.
Sonho on...
Ele se encontrava em um campo de flores, o mesmo campo que conheceu Astrid a 15 anos atrás, o dia estava ensolarado e as flores desabrochando, Soluço andou pelas flores encontrando seu pai de costas, sentado no mesmo lugar que eles ficaram anos antes. O ruivo abriu um sorriso choroso e saiu correndo em direção ao mais velho, gritando seu nome.
- PAIII, PAIIII. - Stoico virou ao escutar a voz do filho, abrindo um sorriso imenso, abrindo os braços, para receber o filho, que pulou em sua direção sem hesitar, o abraçando fortemente.
- Ha, ha, meu menino. - Stoico abraçou o filho com carinho. - A muito tempo você não me abraçava assim, estava sentindo sua falta.
- Pai, não me deixe, por favor. - o menino chorou no colo do pai.
- Ho meu filho, eu nunca te deixarei, sempre estarei aqui. - Ele tocou o peito do rapaz, bem onde se localizava seu coração.
- Mas eu quero você comigo, onde eu possa te abraçar, conversar, escutar seus concelhos.- ele olhou para o pai, com os olhos brilhando em lagrimas. - Estou tão perdido, eu não sei oque fazer, eu preciso se você pai.
- Meu filho, eu sei que agora deve está tudo confuso, e perdido, mas lembre-se de tudo que eu te ensinei ao longo desses anos. - ele sorriu tocando o ombro do filho. - Você é um Haddock, e os Haddock nunca desistem.
- Você não poderá nem escolher seus netos... - ele começou a soluçar.
- Quem disse que não conhecerei. - sorriu terno. - Posso até não conhecê-los fisicamente, mas eu sempre estarei olhando vocês onde quer que eu esteja.
- Pai... - ele abraçou-o, sendo retribuído carinhosamente. - Vou sentir tanto a sua falta.
- Eu também meu filho, eu também, mas agora você tem que acordar.
- Como assim? - ele vincou as sobrancelhas confuso.
Stoico beijou a testa do filho, o fazendo acordar ainda na poltrona do seu pai, abrindo um sorriso, por te encontrado seu pai no mundo dos sonhos. Agora sim ele estava pronto para seguir em frente, sabendo que seu pai sempre estaria olhando-o de valhalla.
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RomanceAkai Ito ou "Fio vermelho do destino" é uma lenda de origem chinesa e, de acordo com este mito, no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser "alma gêmea"...