54-A volta das três rainhas mortas

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Dias depois.

Alguns dos guerreiros da tropa de Baltazar e Tirso, sobreviveram, e ao invés de arrancar osso por osso daqueles malditos manipuláveis, a rainha teve uma conversa com suas irmãs, e decidiram poupá-los em decorrência de outros planos maiores.

Tudo que aconteceu no palácio, foi espalhado por toda Sportarend, chegando às terras humanas em detalhes rasos.

O que ficaram sabendo, foi que um humano estava metido naquele confronto sanguinolento entre os titãs sórdidos.

Tito havia despedindo-se da sua companheira, ela escolheu a si própria e sua paz, devido à razões às quais não contou explicitamente a ele, seguindo seu caminho de volta à cidade dos tormentos. Uma das poucas que não foi totalmente destruída.

Já Denala, partiria com Ierra, rumo às montanhas dos horrores. Azaya mudaria para a corte de fauna e flora, passando a governança das profundezas vermelhas, para o tritão que ajudava-lhe tendo cargo inferior, era experiência e nobre para isso.

A ruiva queria paz, queria esquecer todo aquele caos em sua mente.

Amenade tinha que reconstruir toda sua corte, e também tinha que dar liberdade aos humanos, findar a escravidão.

Apenas ela poderia fazer aquilo.

Em Sportarend.

Ela caminhava graciosamente, confiante e de cabeça erguida, a capa sem touca, arrastava sob o piso já em reconstrução, os saltos faziam barulho conforme ela andava mexendo os quadris largos, dentro do vestido de veludo que chegava até os pés, cor-de-rosa como o céu no fim da tarde.

Acenando de maneira elegante para os membros de outras cortes que ajudavam a reconstruir o palácio, ela sentou-se no trono que era seu.

Atrás dela, seguia o rapaz que não podia mentir para o próprio coração, que agora estava saudável e quase em paz. Tito tinha uma coroa de folhas de menta, em seus pulsos, braceletes do melhor ouro, no corpo, um conjunto de camisa e calça de veludo preto -, no lado direito do busto, continha um bordado de uma flor de lotus. Embaixo dela, um de ondas do mar, do lado esquerdo, um sol e uma rocha embaixo. Tudo feito em linha dourada e bem discreta. Revestidos por elegância.

Representavam as cortes.

— Tragam-nos. — Ordenou ela aos seus soldados que seguravam lanças afiadas, os homens silenciosos obedeceram e saíram.

Tito avançou dois passos e parou em frente à cadeira doura de estofado cor vinho, trono da rainha dele. Nad cruzou uma perna sob a outra de maneira sensual e abriu o perfeito sorriso que o deixava todo bobo. Tito pôs as mãos para trás da cintura, aguardando os guardas trazerem os exilados.

— Venha até aqui. — Pediu a doce voz, o admirando de cima a baixo, Tito sentiu-se lindo e amado, sentiu tanto conforto, pela primeira vez na vida. Os outros titãs desconhecidos, ficaram de boca aberta, ao entender o que a rainha faria a seguir.

Nada mais iria impedir os dois.

— Às suas ordens, minha rainha. — Tito fez reverência na frente da meritória mulher que tinha os cabelos brancos escorridos, em um penteado belíssimo, acima da cabeça, a coroa dourada contendo joias azuis, reluzia derramando os fios de luz, à medida que o sol que entrava pelas janelas, a iluminava.

A delicada mão esquerda dela, estendeu-se para que o humano a pegasse e subisse dois degraus que sustentavam a cadeira do trono, Tito aceitou, sorrindo lindamente.

— Faça as honras. — Ela o encarou sorrindo como somente ela era capaz de desestabilizar o foco dele. Tito ficava vislumbrado, sentia-se tão sortudo por ter a oportunidade de estar com ela, finalmente.

𝗔 𝗧𝗶𝘁𝗮̃. [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora