58-Manjar

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Amenade e Tito tomavam café da manhã, o doce predileto dela, era apreciado pelo rapaz; um manjar com ameixas frescas.

Nerfa e Denala também estavam lá, comendo tranquilamente e trocando farpas de cinco em cinco minutos.

— Majestade, tem visita para a senhora. — Informou o guarda de chapéu preto peludo, quebrando a discussão estressante das irmãs.

Amenade retirou a colher dos lábios, dando-lhe atenção, Tito ficou curioso, contudo nada disse, só pensava em uma coisa.

Nerfa sentiu um perfume de cacau invadindo seu nariz marcado por sutis sardas. Ela conhecia bem aquele aroma.

— Mande entrar. — Nad respondeu ao guarda que esperava por confirmação.

O homem de armadura retornou para o portão de entrada e pediu a visita que entrasse. Nerfa ficou entusiasmada, olhando o reflexo dela no dourado de uma taça, verificando se estava linda como sempre foi. Não havia dúvidas.

Amenade levantou-se da cadeira estofada, para receber o homem que entrava.

— Zid, guardiãoda cidade da colheita. — Anunciou o guarda de pose durona.

O homem de cabelos grossos até os tornozelos, percorreu os olhos na única criatura que importava para seu vislumbre, na sala de refeições, ele ficou imediatamente fascinado pela beleza da antiga amiga. Ela não mudou muito, continuava perfeita e belíssima, graciosa, uma deusa.

Nerfa ficou em silêncio, mergulhando no dourado daqueles olhos lindos, sentindo lembranças invadindo sua mente.

— O que o trouxe até aqui, grão-senhor? — Amenade estendeu a mão e Zid apertou, não tirando o olhar fascinado da irmã dela.

Tito ficou curioso para saber, o que aqueles dois tinham para ter um flerte tão intenso.
A coroa na testa do homem ruivo, tinha um rubi em contraste com o dourado. Que brilhava assim como as íris flamejantes.

— Em primeiro lugar; você está fantástica, Nerfa. — Elogiou o homem de maxilar retangular, abrindo um sorrisinho de canto, fazendo os lábios chamativos, expandirem-se em linha graciosa.

A deusa enrubesceu devido ao elogio.

Nerfa ficou quente de timidez, aproximando-se para cumprimentá-lo.

Zid ignorou o indício de fala de Nad e ergueu gentilmente a mão da deusa, beijando-a no dorso, suavemente. Com um charme que somente ele tinha.

— Em segundo lugar; vim para conhecer o príncipe, minha curiosidade não deixou que eu dormisse durante a noite. — Zid respondeu em tom bem-humorado, admirando Nerfa de cima a baixo.

Denala revirou os olhos, ainda na mesa. 

— Pensei que não o veria nunca mais. — A mulher de cabelo branco em um coque trançado, disse ao ruivo de manto cinza-escuro que continha na cintura da cintura, um chicote dourado. Zid esbanjou o belo sorriso para ela. Amenade apenas observava e Tito continha o ciúmes.

— Meus dias não teriam cor, se eu não voltasse a vê-la, minha querida. — O esguio homem, estava a um centímetro de beijá-la.

Zid não era da altura das titãs, era pouco maior que Nerfa, então, os dois podiam admirar-se com facilidade.

— Está interrompendo o café da manhã, cenourinha. — Denala proferiu em tom rabugento, Nerfa deu um beliscão no braço da irmã mais velha, discretamente. Considerou a atitude da irmã, uma tremenda falta de receptividade, principalmente se tratando de um amigo de infância.

— Não dê ouvidos a ela, já nasceu com seiscentos e quarenta anos. — Brincou a titã de vestido rosa-claro de mangas longas e tule na comprida saia. Zid podia ficar horas ouvindo a maravilhosa voz suave da deusa formosa.

𝗔 𝗧𝗶𝘁𝗮̃. [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora