56-Sempre

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O pai de Tito e seus irmãos, aceitaram após muita insistência da parte dele, vir morar no palácio que agora, também pertencia ao jovem príncipe de Sportarend.

As irmãs da titã e todos os outros membros das cortes, estavam preenchendo todo o salão do trono, conversando em tom alto e alguns bisbilhotando outros cômodos.

Joanatabe ficou encantado com a beleza sutil e artística do rosto de Azaya, que encontrava-se distraída, procurando por Amenade em meio a multidão, parada, porém, com o olhar atento. O homem gordo de bochechas avermelhadas feito pimentas, sentiu medo de aproximar-se, pela pose rígida e a espada na cintura do boldrié dela. Temeu que fosse péssima morrer na festa de anúncio (embora não soubesse do que tratava-se ainda) que foi convidado por Nad e seu irmão. Muita música da orquestra, muita bebida e comida e alegria.

— Eu tenho muito orgulho de você meu filho, a forma como amadureceu, me deixa impressionado, você merece toda essa fortuna, essas terras e essa rainha como companheira. — Jael deu um leve tapinha nas costas do rapaz que andava pelo salão, mantendo a cabeça erguida. Embora Tito soubesse perfeitamente bem, que o seu amadurecimento era devido à tanta tragédia e martírio, ficou lisonjeado.

Amenade gesticulou da outra ponta do salão, para que Tito fosse até ela.

Tito pediu ao pai que aguardasse, pois sua rainha o convocava com ansiedade.

Entrando no meio daquele formigueiro de gente tagarela e boquiaberta, o homem de coroa dourada e bracelete de ouro no pulso direito, chegou até a companheira que bebericava vinho féerico.

Amenade sorriu gentil e dispensou os dois ruivos que conversavam com ela.

— Senti sua falta, onde estava antes do início da festa? — Nad ajeitou a gola da roupa azul-noite de linho dele. Amenade desejava ter Tito em seu aposento, quando aquilo tudo se findasse.

O olhar insaciável dela o atingiu. Tito a ignorou com uma expressão indiferente.

— Fui arrumar-me e tomar um banho. — O rapaz observando a titã de cabelos presos em um coque bem elaborado, contendo fios soltos e enrolados ao lado das bochechas, respondeu à pergunta feita.

Nad o puxou sutilmente para mais perto e o beijou diante de milhares de pessoas, para mostrar quem era o dono do seu coração. Recebeu muitos elogios e muitas propostas dos machos féericos ali presentes, era muito desejada entre eles (exceto pelos habitantes das cortes das almas). Tito perdeu o fôlego devido à intensidade do beijo dela. Entretanto, Tito não moveu em nenhum momento os lábios ou a língua, ficou sem reação. A mulher de camisa preta mangas longas e com botões dourados, de seda, combinando com a saia linha de tecido franzido em tule básico, cintura alta. Transbordava apaziguamento, as íris brilhavam mais que uma estrela solitária.

— Eu pensei que o perderia, quando saiu daqui, para ir com minha irmã para a cidade dos tormentos. — A memória foi desenterrada, Nad quase entristeceu o semblante por fazer tal menção.

Tito olhou fundo nos olhos angelicais dela, sentando na coxa direita da mulher de pálpebras pintadas em sombra rosa-clara. Sua mente parecia não pertencer a realidade daquele local. Estava pensativo.

Em um tom firme e amoroso, ele disse-lhe:

— Eu sempre fui seu, minha rainha. — Sorriu o príncipe, aconchegado no colo dela. Amenade ficou perplexa ao escutar tal frase. Lembrando da inesquecível noite que passaram juntos, do primeiro olhar, do primeiro toque, da primeira vez que se viram e se conectaram profundamente.

Eram o casal mais lindo e comentado por todas aquelas terras.

Tal frase fez o coração dela, ficar aquecido, borboletas dançaram no estômago.

𝗔 𝗧𝗶𝘁𝗮̃. [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora