16-Contenha-se

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𝗦𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗿𝗲𝗻𝗱.

𝗖𝗵𝗲𝗴𝗮𝗿 𝗱𝗮 𝗮𝗹𝘃𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮.

Amenade caminhava repetidamente pelo próprio quarto, vestindo roupas íntimas de seda e aflita, ansiosa pelo despertar do mortal em sua cama.

Quando as íris marron feito cascatas encararam a mulher agoniada à frente da cama, pavor subiu a mente e corpo dele.

- Não se aproxime. - Tito balbuciou, arrastando o quadril para trás após o sobressalto.

- Por que, me trouxe para cá. - Proferiu vendo onde estava, aquele era o ambiente mais traiçoeiro que havia estado.

Amenade cruzou os braços à frente da vantajosa extensão corpórea.

- Deveria me agradecer... Salvei sua vida. - Franziu as sobrancelhas, incrédula da reação do hóspede. Tito saiu da cama ferozmente.

- Te agradecer? A que custo? Matou uma garota. - Cortou o coração dela mais do que o dele dizer aquelas palavras. Tito não engolia tudo aquilo, a crueldade desnecessária que tiveram.

Amenade agarrou o pulso dele, enfurecida.

- Preferia ter sido pego e levado para o calabouço das terras dele? Ou até mesmo que arrancasse seus órgãos, podendo mastigar na sua frente, seu tonto! - Disparou contra o humano que remexia o pulso desconfortável.

Os botões escuros dele conectaram-se aos dela em um misto de revolta e tensão, dúvida e compreensão.

- Vá para o inferno. - Proferiu quase alcançando a face da mulher.

- Acredite, já estou nele. - Replicou Nad, o soltando e soltando suspiro pesado.

Amenade se virou e caminhou, parando próxima à sua janela com cortinas cor baunilha.

Só então Tito notou suas vestes -, seus olhos percorreram o longo corpo dela, que reluzia em mistura dourada e viva - o tecido de seda o impedia da ver além, porém seu lado imoral imaginou e desenhou perfeitamente como possivelmente era seu corpo sensual por trás daqueles panos lilás.

Não era hora para tal imaginação -, sua mente foi interrompida por uma onda grotesca; sua família, sua família a qual agora era desgarrada e não tinha notícias singelas ao menos para satisfazer a angústia que atormentava suas noites desde que foi aprisionado no calabouço das terras de Tirso.

- Disse que foi me buscar. - Articulou baixinho ainda parada diante da cama macia e enorme.

Nad não se virou para encará-lo.

- Sim. - Confirmou secamente.

- Me leve de volta. - Pediu hesitante, ainda tinham assuntos pendentes.

Nad soltou um grunhido, incomodada.

- Por favor. - Insistiu sendo educado.

Amenade não moveu um centímetro do belíssimo corpo.

- Por que. - Aquela pergunta foi confusa.

- Por quê? - Repetiu Tito, irônico.

As sombras da cortina pareciam ser controladas por ela. O próprio sol em pessoa.

- Por quê quis que não voltássemos a nos ver nunca... Nunca mais. - Soou chateada e sensível -, Nad realmente se importava.

- Ainda pergunta? - Expressou Tito sendo rude, não podia aceitar tal questionamento quando sofreu tanto por culpa delas... Deles todos.

𝗔 𝗧𝗶𝘁𝗮̃. [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora