Após voltarem, jantaram e foram descansar em seus respectivos aposentos, porém, Tito não conseguiu pregar os olhos quase toda madrugada, ficou sentado à beira da janela olhando a lua e a extensão de terra que seguia dali, onde os cafezais faziam presença e o alaranjado do céu se misturava ao rosado e ao arroxeado.
— Por que ele quer levantar guerra contra vocês? Não faz sentido... — Tito disse em tom baixo, abraçando os joelhos enquanto observava a paisagem da manhã bela.
— Eu não sei Tito, além do que Amenade e Ierra me contaram... Eu realmente não sei. — Respondeu ela enrolando um fio de cabelo branco em seu indicador fino.
Tito tirou os olhos da janela e puxou a cortina para esconder os raios forte do sol que incomodavam seus olhos escuros e sua pele negra clara que tinha algumas sardas discretas no nariz. Nerfa chegou mais perto, Tito reparou que parecia estar bem animada para o dia que viria a seguir.
— Animado para tentar outra vez? — Ponderou ela com um sorriso carinhoso.
Os dois estariam tentando outra vez, treinar o modo dele de usar uma espada, se esquivar de obstáculos e coisas necessárias para a guerra que viria uma hora ou outra.
— Bom com curativos, você já é. — Lembrou ela com um tom orgulhoso, sobre quando ele a ajudou com suas asas feridas gravemente. Ela ainda tinha muita gratidão. Tito sentia-se estranho.
— Amenade enviou outra carta. — Informou o humano, tirando o queixo dos joelhos e bocejando preguiçosamente.
A ventania fresca que entrou pelas janelas pareceu ter engolido Nerfa de repente, ela sumiu assim que o jovem piscou.
— Nerfa? — Tito esfregou os cílios e tentou adivinhar onde ela poderia ter ido parar.
Saindo do baú de pano e couro claro que estava sentado próximo à janela, ele não sentiu o cheiro de magia cítrica e nem sentiu qualquer outro aroma de magia que pudesse remeter à presença dela ali.
Temeu que algo tivesse ocorrido...
Tito pegou os óculos em cima da cômoda e o colocou, indo procurar Nerfa, descalço.
Porém, antes de cruzar a porta, a figura surgiu de ponta cabeça, flutuando ereta feito uma estátua na frente dele, Tito soltou um gritinho assustado e rangeu os dentes, dando um pulo para trás.
— Isso lá é coisa que se faça, Nerfa! — Ele ficou bravo por ter pensado que havia acontecido algo perigoso com a amiga.
Nerfa soltou uma risadinha divertida e virou o corpo, ficando em pé no chão.
O moço dos cachinhos tão brilhantes e encaracolados ainda estava sério, esperando que ela dissesse algo a ele, com os braços cruzados a frente da camisa branca e fresca, de flanela, com alguns botões pretos e mangas rendadas assim como as golas —, lhe caia bem, mesmo sendo tão simples, Tito era um belo homem.
— Me explica uma coisa? — Perguntou sério, ajeitando o óculos preto e sutilmente redondo em seu rosto bem corado agora.
— É claro. — Nerfa respondeu sorrindo.
Ela estava ainda mais magnífica do que no dia passado, como as manhãs frescas da primavera junto do brilho vital do verão e a elegância do inverno, uma mistura perfeita.
— As guerreiras ou sentinelas, tanto faz, têm poder ou não? Porque Iduna tem. — Disse o curioso tagarela que logo começaria a despejar sob a amiga féerica, sua curiosidade contínua, adormecida.
A mulher de vestido dourado-escuro básico, com um brilho chamativo e alças finas, esbanjando o decote que aparentava seus fartos seios, tendo uma fenda na coxa esquerda e indo até o tornozelo, caminhou até a gaveta da cômoda onde havia roupas limpas e perfumadas recém-colocadas lá, dele. Normalmente, era ele quem pegava sua troca de roupas, e sempre da mesma gaveta, mantendo o ritual e indo ao chuveiro, porém, neste dia, ela queria que o amigo humano se vestisse diferente.
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𝗔 𝗧𝗶𝘁𝗮̃. [Finalizada]
RastgeleUm reino distante da terra onde vivem os mortais dividido por uma muralha. Um humano que foi obrigado a ir construir tratado de paz. Para que os titãs deem melhores condições de vida para os escravizados mortais a qual só restaram miséria e restos...