Game Over - Chuuves

Fase Final

 Outubro, 2024

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Na maior parte das comédias românticas sempre tem o momento dos grandes atos públicos onde o protagonista tem que recuperar a mocinha ou algo do gênero. Porém Kim Jungeun conhecia Jung Jinsoul tempo suficiente para saber que ela não precisava de um ato grandioso como organizar um flashmob, para no meio da cidade para lhe fazer uma grandiosa declaração de amor. Não que a pianista não merecesse, mas sabia que não era do seu feitio. Jinsoul tinha os pés no chão, era simples e esse era um dos seus maiores charmes, alias. Por isso naquele domingo ela organizou objetivo e sincero, sem muitas firulas ou dramaticidades.

Sabia que a pianista estaria trabalhando no restaurante e conseguiu permissão da chefe para a pequena surpresa. Na semana passada, antes da briga, Jinsoul havia sido promovida, por isso agora estaria nos finais de semana tocando. Não seria mais a atração dos dias da semana, mas sim trabalharia sextas, sábados e domingos, onde o cachê era maior pois eram os dias mais movimentados. O contrato com a banda de Jazz que tocava anteriormente naquele horário tinha acabado e os donos do Vivid gostavam de como a Jung tocava e sabiam que os clientes também.

Agora que pensava em tudo isso a violinista se sentia tão estupida por ter insistido nas audições da orquestra naquele mês. E vendo a outra loira se apresentar naquela noite o sentimento se intensificou. Ela estava terminando Cloudy All Day Today In Seoul (Nublado o dia todo hoje em Seul) da Heize quando a mais nova chegou com o boque de rosas vermelhas e o seu violino. A Kim sabia do significado da letra e sabia que o repertório que a Jung usava sempre tinha relações com as suas próprias emoções.

A letra "O que você está fazendo agora? Seu rosto sorridente, eu quero te ver. Hoje em dia meu quarto fica escuro o dia todo. Eu costumava chorar e rir sozinha. Que horas são agora e que dia é hoje? Sem você isso não significa nada. Algum dia, nossa promessa está se tornando cada vez mais minha." ficou em sua cabeça, mesmo que a pianista não cantasse.

Por fim, a recém chegada se aproximou lentamente. De acordo com o plano, a Jung teria seu intervalo em breve, o que era o momento perfeito para elas conversarem antes de seguir com a pequena surpresa. Quando os olhares se encontraram pela primeira vez, foi quase como um deja vu de quando elas se conheceram. Exceto que não houve sorriso, a pianista manteve a expressão distante, pelo menos até o olhar descer para a mão com o boque, então ela pareceu segurar o sorriso. Quando enxergou a outra mão, que segurava o violino e o arco, sua expressão ficou confusa. Terminou os últimos acordes da música e se levantou enquanto a maior parte dos clientes batiam palmas e ela se curvava agradecendo.

-Quando você pediu pra gente conversar eu não esperava por isso. - Apontou para as mãos da mais nova.

-Eu sei que não tenho tratado seu trabalho aqui com a seriedade que merecia. - Levantou as rosas. - E eu sei que é comum entregar as flores só no final da apresentação, mas considere elas pelas outras vezes que eu vim te ver e não trouxe nada.

-Certo. - Acenou. - Obrigada. - Tentou não soar muito derretida, buscando manter uma pose de que ainda precisava ser reconquistada, enquanto pegava as rosas vermelhas. Era tão clichê, mas ainda assim, um boque de rosas vermelhas era um boque de rosas vermelhas. - Vamos até os fundos, eu vou ver se a senhorita Park consegue um vaso para eu coloca-las até o final do expediente.

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-Então, você ainda não explicou o violino. - A Jung perguntou quando ambas se encontravam nos fundos do restaurante, sem saber como começar a conversa.

-Eu falei com a sua chefe sobre... nós duas nos apresentarmos juntas? Se você quiser claro. - Tentou se explicar. - Ela achou legal ter algo variado, principalmente porque eu disse que não ia cobrar. Ela me passou seu repertório e eu sei que não ensaiamos juntas, nós podemos revisar ou então você faria o acompanhamento?