Alice olhava para as peças de porcelana distribuídas em cima da mesa do jantar. Tentava organizar em sua mente a finalidade de cada peça. Era acostumada a usar pratos comuns e copos de vidro de requeijão, então reconhecia que aquele jogo de jantar não era comum.
Entender a porcelana passou a ser brincadeira de criança perto do faqueiro.
"Meu Deus, por que tantas peças?", pensou, "será que é obrigatório usar tudo isso?"
- Gostou?
Alice se assustou com a aparição repentina de Johnny.
- É... eu... nossa, claro... Nunca vi algo tão chique assim. Tenho até medo de usar.
Johnny arregalou os olhos.
- Não amor, não se preocupe. Foi um gesto de carinho da minha mãe, só isso. Ela está muito feliz de finalmente vir jantar na nossa casa.
- Será que isso aqui é alguma herança de família?
Johnny pegou um dos pratos e examinou.
- Não, se fosse teria nosso brasão nele. Isso é um Christian Lacroix. Foi inspirado nas porcelanas antigas, mas é uma peça nova. Não é nada muito luxuoso, acho que ela não quis te assustar. Deve ter comprado especialmente pra ocasião.
- E você tem noção de quanto custa "tudo isso"?
- Hum... chutando por alto... uns 10 mil o jogo de porcelana... e uns 13 mil o faqueiro. O faqueiro talvez seja um pouco mais...
- Minha nossa Johnny, isso é normal pra vocês? Não é nada luxuoso? Pra ser luxuoso tinha que ser do que? De adamantium?
Johnny soltou uma gargalhada e abraçou Alice.
- Calma, ok? Vai dar tudo certo. Será um ótimo momento em família, nada mais que isso.
- Por mim tudo bem, mas e meus pais Johnny? Acho que eles vão ficar envergonhados, não são acostumados com todo esse "glamour".
Johnny segurou carinhosamente o rosto de Alice com as duas mãos e fixou seus olhos nos olhos dela.
- Amor, seus pais são as pessoas mais amigáveis que eu já conheci. Aposto que eles vão tirar de letra. Fica tranquila.
Ela suspirou.
- Tá bom. Vou tentar relaxar. Mas vou precisar de ajuda. Eu não sei pra servem tantos talheres; nem sei fazer tantos tipos de comida pra usar tudo isso.
Johnny tirou o celular do bolso e começou a discar.
- Mas isso é fácil de resolver. Vou pedir pro Patrick vir te ajudar.
- Que Patrick?
- O nosso chef. Digo, o chef da família Dollar. Você não conheceu ele?
- A cozinheira de vocês não é a Cristina? Sempre vi ela fazendo as coisas na cozinha.
- A Cristina é a cozinheira, Patrick é o chef. Ele que cria o menu das refeições dos meus pais. A Cristina executa.
Alice sorriu.
- Ah, então o chef vem me ajudar? Porque já não pede pra Cristina vir também? Quem sabe até alguns garçons. - disse Alice, ironicamente.
- Hum, pode ser. Vou falar pro Patrick vir com todo mundo. O jantar vai ser sexta, certo?- respondeu Johnny, sem entender a piada.
Alice ficou boquiaberta. Ia contestar, mas seu celular começou a tocar, então ela deixou Johnny conversando com o chef e foi atender sua ligação em outro cômodo.
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Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2
General FictionJohnny e Alice, agora recém casados, vivenciam as alegrias e as dificuldades de se adaptar ao estilo de vida um do outro, vindos de condições sociais tão diferentes. Nesta nova etapa eles também enfrentarão - junto com seus amigos Wanda, Sezão, Die...