Conversas Paralelas

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Johnny, Sezão e Ed decidiram voltar para casa no mesmo carro, assim poderiam conversar um pouco. Wanda ficou encarregada de levar as crianças embora, para desespero delas.


- Cara, que alívio a Alice estar bem. – Disse Sezão. – É muito ruim a sensação do "ela pode acordar, mas não sabemos quando". É um sentimento horrível de... como se diz... não consigo lembrar a palavra...

- Impotência! – Completou Ed.

- Isso! Um sentimento horrível de não poder fazer nada!


Enquanto isso Johnny permanecia em silêncio, com um olhar perdido que atravessava a janela do carro e seguia sem rumo. Percebendo isso, Sezão e Ed se entreolharam.

- Tudo bem, Johnnão? – perguntou Sezão.


Jhonny imediatamente mudou o olhar em direção ao amigo.

- Sim... quer dizer, AGORA está tudo bem.

- Você parece preocupado.

- Ãhn? Não, não... cansado, na realidade. Foi um dia louco. Alice, hospital, bebê, delegacia, Charles, Allan...


Ed franziu a testa.

- Charles? Aconteceu algo com ele?

- Nãaao... Nem brinca com uma coisa dessas! Eu o encontrei por acaso no estacionamento do hospital. Foi um encontro rápido, mas foi tempo suficiente para eu passar vergonha. Vi uma bolsa no carro dele, e nela tinha escrito o nome de um novo projeto social da Dollar S.I. que eu nem conhecia. De que adianta eu ajudar os outros se eu nem sei a quem ou como estou ajudando?

- Mas aí você tem que ser mais tolerante consigo mesmo, né Jhonnão? – disse Sezão. – São milhões de coisas pra você cuidar, não tem como lembrar de tudo.

- É, mas pelo menos os projetos sociais eu deveria conhecer, né? Tenho que ser responsável pelo que represento.

- E você descobriu que projeto é?

- Ainda não tive tempo, só lembro que o nome era "New Walk". Mas assim que eu for na empresa, vou querer saber tudo, não só sobre esse projeto social, mas sobre todos, afinal...

- Ah, eu conheço esse projeto! – Interrompeu Ed. – E pode se tranquilizar, o projeto é fantástico! A equipe responsável desenvolve próteses ortopédicas de alta tecnologia. Se eu tivesse mais tempo livre, com certeza participaria.


Jhonny olhou alguns segundos para Ed.

- Interessante. É muito bom saber disso. – Respondeu Johnny, voltando a fixar o olhar para algum ponto através da janela.



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Allan andava de um lado para o outro da cela, como um leão preso numa jaula. Por vezes sua cabeça parecia girar e o coração estava acelerado.


"Como, por Deus, eu me livro dessa situação?", pensava.

Como detetive sabia que, com os indícios que encontraram em sua casa, dificilmente alguém lhe dedicaria alguma confiança. E pior: John Dollar certamente moveria céus e terras para lhe manter ali. Quem em sã consciência ficaria ao seu lado? O que ele mais desejava era descobrir que, num piscar de olhos, tudo não passara de um horrendo pesadelo.

Foi quando escutou passos se aproximando. Era um policial que, sem nem lhe cumprimentar, abriu a porta da cela.


- Os loucos nunca andam sós, não é? – Disse o policial.


Allan ficou em silêncio, sem entender a situação.

- Vai ficar aí parado, seu idiota? Pode sair.

Allan continuou parado, tentando assimilar o que havia escutado. Aquilo era sério ou era alguma emboscada?

- Alguém foi louco o suficiente pra pagar sua fiança. Você está livre, pelo menos por enquanto. Sabe que policiais corruptos sempre acham o caminho de volta pra cá, não é?

- Mas... quem foi? Quem pagou a minha fiança?

- Você pode vê-lo com seus próprios olhos. Ele disse que te esperaria do lado de fora da delegacia.


Allan cumpriu todos os procedimentos necessários e, ao sair da delegacia, procurou com o olhar por rostos conhecidos. Viu então um homem se aproximando.

- Você? – Falou Allan, atônito. – Mas... porquê?

- Não temos muito tempo. Vamos, entre no carro. No caminho eu te explico.


Allan entrou no carro e se acomodou no banco da frente, ao lado do motorista.


Sézão assumiu o volante e saíram em disparada.

Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2Onde histórias criam vida. Descubra agora