Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2

EQUIPE OPTIMUS

- Moldes de silicone. – concluiu Ed – Alguém deve ter tirado as digitais do Davi, enquanto ele estava vivo logicamente, num molde de silicone, e deve ter feito algum tipo de luva com elas.

Como o horário de expediente já havia acabado, Johnny, Allan e Wanda haviam achado Ed já em seu apartamento.

O local era pequeno e com móveis simples, mas repleto de itens tecnológicos, que eram a verdadeira paixão de Ed.

- Molde de silicone? Isso me parece muito surreal! – rebateu Wanda, com cara de desdém.

- Na verdade é mais comum do que vocês imaginam. Nunca ouviram falar em servidores públicos que registram o ponto de colegas, usando moldes de silicone? No núcleo privado isso acontece também.

- Bem, mas se eles estão usando esse tipo de método, alguma câmera de vocês deve ter pego ele registrando o ponto no relógio.

- Na verdade Allan, nós não usamos o tradicional relógio ponto. O sistema Optimus foi criado justamente para substituir isso.

- E como vocês registram a frequência das pessoas?

- Cada funcionário novo recebe um aparelho chamado D-Token; nesse aparelho está instalado o aplicativo Optimus de reconhecimento. Toda vez que o funcionário entra em uma das instalações da Dollar SI, o aplicativo no D-Token reconhece a central e libera na tela uma área para inserir a digital. Reconhecida a digital, é considerada a entrada do colaborador e todos seus acessos em portas e computadores são liberados.

- O sistema é bem interessante, mas é falho. Não tem como comprovar quem está acessando né? Digo, por imagem...

- Na verdade detetive, o sistema é programado para registrar a imagem dos acessos por amostragem.

- Tem como ser mais didático? – Allan agora parecia confuso e irritado.

- O sistema escolhe, aleatoriamente, pessoas para registrar a imagem. Por exemplo, eu cheguei trabalhar e registrei minha digital no D-Token; se eu fui selecionado pelo sistema, na hora do registro da digital a câmera do D-token tira uma foto minha. O sistema avalia se a foto tirada corresponde com a que está no cadastro; caso identifique qualquer anormalidade, a equipe de vigilância é acionada.

- Mas se a escolha é aleatória, quais a chances desse cara ter sido escolhido?

- Em seis meses Wanda, a chance é de 50%. O sistema é programado para que todos os colaboradores sejam auditados pelo menos uma vez ao ano.

- Então temos uma chance de identifica-lo; 50% é um número bem significativo. – Allan pareceu um pouco mais animado.

- Eu não ficaria tão confiante assim. Na minha opinião, ninguém armaria todo esse esquema sem conhecer muito bem o sistema. Tem registro de presença diariamente do Davi. Ele não ficaria fazendo roleta russa, correndo o risco de um dia o sistema registrar uma bela foto dele. Posso estar enganado, mas...

Johnny colocou a mão na testa, com aflição.

- Por favor Ed, não dê más notícias.

- ... mas eu não me surpreenderia se a gente descobrisse que justo o registro do Davi foi programado para ter reconhecimento visual somente no último dia antes de completar um ano. Ou seja, ainda faltaria seis meses para ele ser pego no sistema.

- Minha nossa Ed! – Johnny começava a parecer desesperado. – Mas então a pessoa tem que ter acesso ao sistema para configurar isso, não tem? Deve ser alguém da equipe então! Você coordenou a implantação do Optimus, conheceu toda a equipe, correto? Acha que pode ser alguém?