O silêncio imperava entre os três. Em menos de 48 horas da investigação do crime cometido com a Valentina, Johnny, Wanda e Allan repetiram o mesmo roteiro: conversar com a polícia, conversar com os médicos, conversar com a polícia, conversar com testemunhas, conversar com a família, conversar com a vítima, e por fim conversar novamente com a polícia. Sentiam-se derrotados.
- Eu não acredito que isso está acontecendo Wanda, não acredito. Em que momento as coisas começaram a ficar tão ruins e eu não percebi?
- Calma Johnny, a gente vai resolver isso...Johnny parou de andar de um lado para o outro e olhou para Wanda.
- Resolver? Resolver como? Como é que a gente vai resolver a situação dele?
Wanda abaixou a cabeça e suspirou. Sabia que Johnny estava nervoso, senão nunca falaria assim com ela. E não podia negar que não tinha resposta para as perguntas dele.
Não demorou para que ele se arrependesse.
- Desculpa Wanda, me perdoa. Eu sei que você só quer ajudar. Eu só estou... perdido.
Allan ficou olhando os dois , segurando seu copo de café frio, mas com o pensamento muito distante dali. Se sentia incompetente, tendo que retornar àquele hospital para atender uma situação ainda pior. Muito pior.
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Johnny chegou em casa e sentiu-se aliviado ao ver que Alice o esperava; não que ele quisesse muito conversar, mas a presença dela o confortava. Ela o recebeu com um abraço apertado e os dois permaneceram sentados em frente a lareira por algumas horas, até ele criar forças para falar.
- Acho que vou fechar a Dollar S.I. algumas semanas, até podermos garantir a segurança de todo mundo.
- Foi tão grave assim?
- Foi. Horrível, na verdade. O que eu não entendo é porque toda essa violência. Não pedem nada, não explicam o que querem. É só uma violência gratuita.
- O funcionário... como é o nome dele?
- Charlie.
- Como ele está?
- Fisicamente? Estável. Psicologicamente? Difícil dizer.
- Quem o encontrou?
- Outro funcionário. O sistema indicou que uma porta não havia sido fechada, o funcionário foi conferir e o encontrou
.- Esse funcionário é suspeito?
- A polícia não informou muita coisa da linha de investigação deles, mas eu acredito que não. O homem estava quase desmaiando de tanto vomitar só de ver a cena, acho difícil que ele conseguisse fazer aquilo.
- Quem foi o próximo a chegar?
- A equipe de segurança chegou junto com a equipe do ambulatório. Assim que o viram chamaram o SIAT.
- SIAT? Por que não o SAMU? SIAT não é mais voltado pra atender acidentes?
Johnny calou-se por uns instantes. Olhava inquieto para a sala; Alice se perguntou se ele estava em dúvida sobre a resposta ou nem havia a escutado.
- No caso dele acho que um atendimento de acidente caberia melhor. - sussurrou Johnny.
Alice não queria perguntar detalhes, mas estava confusa. Ia lhe dizer que não precisava falar mais anda se não quisesse, mas não houve tempo.
- Cortaram as pernas dele Alice. Ele tinha as pernas atrofiadas, não tinha sensibilidade, não sei bem ao certo. Aplicaram alguma coisa nele, uma anestesia talvez... ainda não saiu o resultado de todos os exames. Só sei que cortaram, depois fizeram uma espécie de torniquete, enfim... A intenção desse desgraçado não era matar. Em nenhuma das vezes
.- Meu Deus Johnny... E ele já sabe do que aconteceu?
- Sabe. Não tinha como esconder né. A princípio, ficou em estado de choque. Depois chorou muito. Tiveram que sedá-lo.
- A polícia tem alguma pista?
- Acho que a polícia não me considera mais um parceiro de investigação. Minha relação com aquele Allan piorou de uma forma que eu achei que não tinha como piorar.
- E o que você pretende fazer agora?
Johnny se levantou.
- Rezar. E investigar por conta própria.
Alice cobriu as mãos de Johnny com as suas e disse:
- Conte comigo.
______________________________________APÓS 01 ANO
Estava tudo preparado para a recepção da volta da lua-de-mel de Alice e Johnny. Alice queria que a recepção fosse em casa, mas Sezão achou mais seguro alugar um espaço. Wanda estava ansiosa; os últimos meses haviam sido difíceis, especialmente para Johnny, e ela esperava que ele tivesse conseguido descansar. Todos se esforçaram muito, mas o criminoso não foi identificado. A polícia acabou arquivando o caso, o que deixou Johnny ainda mais abatido.
Ele e Alice mudaram os planos e decidiram fazer uma cerimônia de casamento pequena, só para família e amigos. Em seguida viajaram para um tour pela Europa; um mês fora, e agora estavam voltando. Os convidados sorriam e conversavam; o clima estavam bom, divertido. Mas o coração de Wanda estava acelerado.
- Cadê esses dois que não chegam. - dizia baixinho.
E então a porta do salão se abre; a música pára, e todo mundo se vira para olhar.
As crianças correm para perto da porta para jogar os confetes.
A porta se abre e a luz da área externa invade o salão como um raio de sol. Todos olham para a porta, e os sorrisos desaparecem, substituídos por sussurros e caras espantadas.
- Oi pessoal. Que bom ver vocês.
Alice esboça um sorriso triste.
Johnny não estava com ela.
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Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2
Narrativa generaleJohnny e Alice, agora recém casados, vivenciam as alegrias e as dificuldades de se adaptar ao estilo de vida um do outro, vindos de condições sociais tão diferentes. Nesta nova etapa eles também enfrentarão - junto com seus amigos Wanda, Sezão, Die...