- Que demora! Minha bunda já está quadrada de ficar tanto tempo sentada nessa cadeira dura! – Disse Wanda, ao se levantar.
- Eles precisam pegar o depoimento dele com a maior número de detalhes possível. – Respondeu Johnny. – Temos que conseguir todas as informações dele. Não podemos correr o risco de deixá-lo se safar.
Enquanto aguardavam na delegacia o detetive Allan realizar o interrogatório com Charles, Johnny, Wanda, Alice, Sezão, Ed e Diego conversavam calorosamente, ainda agitados com o que acontecera mais cedo na festa.
- Não acho que corremos esse risco. Dom salvou a pátria ao copiar todos aqueles arquivos. – Disse Ed.- O erro do Charles foi subestimar o garoto.
- O erro dele foi ter nascido! – Esbravejou Wanda. – Como ele pôde fazer tanta maldade?
- Shiiuuuu!!! – Fez uma policial, colocando o dedo em frente à boca, pedindo silêncio. Wanda fechou a cara.
Johnny suspirou.
- Não posso acreditar que mais uma vez foi alguém de dentro da empresa. Como isso pôde acontecer? Vamos ter que pedir para o RH realizar testes psicológicos para identificar perfis psicopatas? Parece que minha empresa está criando monstros!
Alice o abraçou.
- Calma amor, também não é assim. A empresa é grande, não é fácil garantir que todo mundo que entra lá é...
- Perverso? – Completou Sezão.
- Eu ia dizer desequilibrado... mas acho que perverso se enquadra melhor nessa situação.
- Pois eu acho a NOSSA empresa incrível, chefinho. – Falou Diego. – A situação é horrorosa, eu sei, mas não adianta você ficar se torturando desse jeito. Gente má tem em todo canto, em todo lugar. Tem até dentro das igrejas, não vai ter dentro de uma empresa? O importante é que a gente está eliminando o mal, um de cada vez. E sabe o melhor na Dollar S.I.? É que ela tem um dono que tem um coração maior que o mundo. Tá cheio de empresa por aí cujos donos são pessoas cruéis, gananciosas, depravadas, preconceituosas. E aí sim a situação desesperadora, pois pior que um monstro, é um monstro com muito poder.
Johnny abriu um pequeno sorriso, disfarçando um pouco a aparência triste.
- Senhores. – Disse um policial. – Por favor me sigam até a sala do detetive Allan. Ele quer falar com vocês.
(Na sala do detetive).
- E então, aquele desgraçado confessou? – Disse Wanda, novamente exaltada.
Allan a olhou sem muito interesse. Desviou o olhar para Alice e deu um meio sorriso.
- Vocês acham que eu sou algum amador? É claro que ele confessou.
- Com o tanto de prova que tinha, não deve ter sido muito difícil arrancar uma confissão. – Cochichou Sézão para Johnny, recebendo um olhar de reprovação do detetive.
- Ele confessou tudo? Valentina, Diego, Eddie, Alice? – Perguntou Johnny, impaciente.
- Tudo. Ele conseguiu acessar as câmeras de segurança da empresa, apagando tudo que pudesse ser usado de prova. O que demonstra que sua equipe de segurança é bem fraca, senhor Dollar. – Disse isso olhando para Sézão, que corou de vergonha.
- Minha equipe de segurança é ótima. Não tinha como eles preverem que um ataque viria logo de alguém interno e da equipe de tecnologia. – Disse Johnny, defendendo o amigo.
- Se a equipe de segurança não tinha como prever... quem poderia, não é? Mas enfim.... Ele fez o ataque a Valentina. Estava usando as próteses, por isso pareceu, para ela, alguém mais alto que o normal.
- E ele trabalhou sozinho o tempo todo? – Perguntou Ed.
- No começo Eddie o estava ajudando, mas quando viu que as coisas estavam ficando violentas demais, Eddie quis desistir. Por isso quis conversar conosco. Ele dividiu com Charles seu desejo de se entregar e Charles fingiu concordar. Depois, armou uma emboscada e o matou, antes dele entregar o esquema.
- E quanto ao tiro que levei na sua casa? – Perguntou Alice.
- Foi ele também. Como ele já tinha percebido que havia uma certa... "indisposição" entre o Johnny e eu, ele teve a ideia de me culpar pelos crimes. Então ele entrou no meu terreno, enquanto eu estava entretido dentro de casa, deixou lá a máscara usada no ataque à Valentina e fez uma denúncia anônima para a polícia. Por isso a polícia chegou tão rápido na minha casa; eles já estavam se preparando para ir lá. Quando Charles se preparava para ir embora, viu Alice chegar. Lhe surgiu uma nova ideia: matar Alice. Daí sim eu não teria escapatória e acabaria sendo preso pelos atentados.
Alice levou a mãe à boca, em choque.
- Meus Deus! Que loucura tudo isso. Como ele pôde fazer tanta coisa sozinho?
- É o que acontece quando uma grande inteligência decide trabalhar para o mal.
- Não, mas péra aí, tem uma coisa que não bate! – Disse Diego, chamando a atenção de todos. – Ele não pode ter trabalhado sozinho, por que eu vi o cara que me sequestrou, e ele definitivamente não era o Charles. Ele não estava usando máscara ou disfarce. Era literalmente outra pessoa.
- Charles disse que aquele cara era um ator contratado. Disse que o viu procurando emprego no instagram e ofereceu a ele a oportunidade de interpretar um papel.
- Ele não sabia que era um sequestro de verdade? – Perguntou Sézão.
- Aparentemente não. Charles disse a ele que queria fazer uma "pegadinha" com um amigo, mas que tudo não passava de uma grande brincadeira. Talvez o cara tenha acreditado, ou somente fingido que acreditou. Dependendo da necessidade do cara ele pode ter feiro "vista grossa". Nós estamos tentando localizá-lo, mas se eu pudesse apostar, diria que ele já está muito longe a essa altura.
- Então acabou? – Perguntou Sezão, levantando as mãos.
- A meu ver, mais solucionado que isso, impossível. – Respondeu Allan.
Todos suspiraram aliviados, menos Johnny, que olhava para o chão, como se estivesse perdido nos próprios pensamentos.
Alice tocou em seu braço e sussurrou:
- Acabou, amor.
Johnny olhou para ela, e ver o rosto amoroso de sua esposa o fez sorrir.
- Então é hora de irmos para casa.
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Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2
Ficción GeneralJohnny e Alice, agora recém casados, vivenciam as alegrias e as dificuldades de se adaptar ao estilo de vida um do outro, vindos de condições sociais tão diferentes. Nesta nova etapa eles também enfrentarão - junto com seus amigos Wanda, Sezão, Die...