III

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Hoje é dia de conhecerem um pouco de Vittorio Santini sendo mafioso com os mafiosos...

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O Conselho existia como uma parte importante do poderio da família Santini desde o dia em que Alfredo Santini pisou os pés no Brasil.

Todas as famílias que orbitavam em torno do primeiro Don tinham algum tipo de posição ou palavra nas decisões que eram tomadas pela organização criminosa. Por exemplo, os Bertinelli eram advogados, sempre cuidando dos interesses dentro e fora da lei da família. Dos Agnelli sempre viriam o sottocapo, porque no fim das contas foi a primeira família a se unir aos Santini após as brigas no Rio de Janeiro envolvendo Mauro e os Bacchi.

Quanto aos Bacchi que não eram envolvidos com o tráfico, apesar dos pesares estavam sempre envolvidos nos acordos de casamento.

Mesmo Vittorio não gostando muito da ideia de estar sempre casando com alguém da família Bacchi, ele sabia que tudo aquilo era para fortalecer a família. No entanto, ele queria ter a opção de procurar possibilidades entre outros membros da máfia.

- Não duvido nada de que meus pais tiveram problemas pra conceber justamente por causa desses casamentos consanguíneos... – comentou Vittorio certa feita.

Os membros do Conselho eram geralmente mais velhos e não gostavam muito de mudanças no comando; em especial quando os Aquino se tornaram parte integrante da máfia, alguns dos mafiosos não gostaram muito da presença de "brasileiros nativos" dentro da organização. Eles foram recebidos com uma resposta bastante direta de Vittorio Santini, que herdou a aliança feita pelo pai – mas Patricio nunca reforçou tanto os laços com os Aquino da forma realizada pelo filho.

- Vocês são o que, babacas? Brasileiros, inferno. A diferença é que a gente fica fazendo sotaque, casando entre si como se fosse a porra de uma seita, e falando em italiano igual personagem de novela das oito.

Por fim, lá estavam todos os membros do Conselho, sentados a uma mesa em formato retangular com lados redondos, que Giancarlo sempre brincava que parecia a Távola Redonda do mal, já que todos ali estavam juntos por fidelidade à máfia – Omertà - mas apenas à ideia que a máfia representava. Individualmente, todos se odiavam.

O braço direito do capo, sentado sempre à direita, era Giancarlo, seguindo a tradição de todos os Agnelli antes dele; ao lado deste, Bruno Bertinelli; e junto ao advogado, Ivan Aquino. Do lado esquerdo de Vittorio, estava Marcello Bacchi; e em sequência o cunhado deste, Raffaele Pirlo, acompanhado pelo filho e sucessor Franco; além de Paolo Pastorelli, outro membro do Conselho.

Completavam a mesa mais dois homens, cujas fidelidades eram sempre variadas, mas no fim, todos respeitavam as ordens de Santini: Fabrizio Appia e Giovanni Gianinni.

- Chamei todos aqui por uma única razão. Como já sabem, fomos alvos de um atentado na sede do Grupo Santini, pouco tempo após a minha tentativa de assassinato que vitimou Irene.

Marcello se benzeu, sendo o único a fazê-lo, já que todos ali sabiam que a esposa do capo fora a responsável pelo atentado na festa.

- Há alguma pista sobre esses bandidos, capo? – perguntou Appia.

- Já colocamos nossos homens atrás do culpado. Mas, como uma das pessoas envolvidas nesse ato, que já morreu, confessou não estar sozinha nesse esquema para me destruir, estou aqui para questionar a todos em sua lealdade. Em seu juramento. Quero saber qual de vocês possui algo contra mim o suficiente pra me foder. Naturalmente ninguém dirá nada, mas o que me interessa não é o dito, e sim o implícito.

- Quem deveria dar explicações é Bacchi, já que a filha dele tem envolvimento nisso. – retrucou Gianinni. – Se bobear até Carmela deve ter parte nisso.

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