XVIII

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No capítulo de hoje, tem o trio PPP.

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Estava tudo escuro, mas a luz foi apagada deliberadamente.

Os homens do grupo de Giannini não sabiam para onde atirar - os invasores estavam preparados, com óculos de visão noturna, roupas que se confundiam com a escuridão, e armas pequenas, fáceis de manejar e esconder.

Um atirava a esmo, era atingido de volta; o outro girava a arma para todos os cantos para logo depois morrer com um tiro na cabeça. Giannini, tremendo de medo, segurou a arma, o nariz totalmente branco, e colocou o subordinado na frente, como escudo:

- Me protege, cazzo!

- Signor, devemos fugir pelo-

- Não tem lugar pra onde fugir-

- Onde as puttanas saíram antes!

- Ótimo! - empurrou o subchefe Calisto para a frente, no meio da sala repleta de corpos mortos.

O homem segurou a arma, olhando todos os lados, e viu a porta por onde as prostitutas que acompanhavam a negociação foram levadas.

Ignorando o tiroteio no lado de fora, Calisto segurou a maçaneta e tentou girar, sem sucesso. "Porca miseria, isso tá trancado!". Apontou a arma na direção da maçaneta, mas antes mesmo que pudesse apertar o gatilho, mais alguém surgiu na sala e explodiu a cabeça do rapaz.

O soldado, todo de preto, cobrindo o rosto com um gorro e os óculos de visão noturna, caminhou pela sala até chegar ao outro ambiente, onde Giannini se escondia, debaixo da mesma mesa onde minutos antes preparava sua carreira de pó.

Sem pensar duas vezes, o soldado abaixou a arma e atirou na direção da mesa, ouvindo o grito do capo.

- MALEDETTO... AAAAAA

O soldado riu, enquanto puxava Giannini pelo calcanhar ferido, e logo depois atirou na mão. A arma ficou jogada, e o homem - o famoso capo de uma família outrora poderosa, agora destruída, morta - pedia, implorava, por clemência.

- Perdono! Per favore... Perdono!

A voz do homem, abafada pelo gorro, continha um ar de vitória.

- Não há perdão para quem trai a máfia Santini. - e atirou na cabeça, o sangue e a carne se espalhando pela sala, misturando-se com a cocaína no chão.

O soldado calou-se, escutando a voz de outra pessoa em seu ouvido, bastante empolgada com toda aquela situação.

- Perfetto, amore mio. Todos os outros soldados estão seguros e as cabeças colocadas em frente à boate.

- Ótimo. Pode sair de sua posição, Sabina.

- Pena que não pude atirar em ninguém, sabia que é chato ficar aqui apenas como sniper?

- Teremos uma melhor oportunidade, amore mio. Minha preocupação é com nosso figlio em sua barriga.

- Vocês me enojam. - outra voz interrompeu o momento íntimo entre Bruno Bertinelli e a esposa, Sabina; alguém que também acompanhava a operação, só que bem mais distante que o último andar de um hotel na orla de Salvador.

A pessoa em questão era um homem com as costas apoiadas na cabeceira da cama, parte do corpo coberta por um lençol, o corpo tatuado nu, e o notebook no colo, acompanhando tudo por vídeos que mostravam a ação por vários ângulos, desde as câmeras da boate, passando pelos equipamentos acoplados ao capacete dos soldados invasores, além de câmeras na rua, no entorno da boate.

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