Glacial

XXII

OLHA QUEM VOLTOU!
E neste capítulo, vamos conhecer a dinâmica de Vittorio e seus amigos, especialmente quem tem vida de casado...

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Até o grupo de Vittorio Santini chegar ao casamento, foi um longo caminho.

Um dia após a lua-de-mel do capo dei capi, os membros do núcleo-duro se separaram: Ivan Aquino voltou a Salvador, e passou uma mensagem importante a Giancarlo - que ele ficasse preparado para o futuro.

- Já estava com saudades de ver a luz do sol, Aquino, mas confesso que estava acostumado à rotina por aqui.

- Sério? Sempre te achei um cara dinâmico, ficar mais de um mês debaixo de uma casa, vendo TV, não me parece algo fascinante.

- Ti sbagli, amico mio. Na verdade, encontrei boas razões para repensar minha vida por aqui.

- Terapia no bunker, essa é nova. – sorriu. – Mas prepare-se, em breve retornará ao mundo dos vivos. E com roupa de festa, você vai a um casamento.

- Acompanhado?

- Pelo núcleo-duro, Agnelli.

- Bem... Como ficará signorina Carneiro? Ela vai retornar à sua casa, io credo.

- Sim, até porque meu filho vai derrubar a casa se a babá dele não voltar.

Quanto a Bruno e Sabina, eles terminaram o treinamento com os novos soldados, e estavam apostos na comunidade onde se escondiam há mais de um mês, aguardando apenas as orientações de Vittorio.

- Finalmente vamos atirar nesses traidores, não é pontinho? – a princesa da máfia falava em paralelo com o marido e o bebê que esperava, sob o olhar bem-humorado de Bruno.

- Não sei se será esse o foco de Santini, mas precisamos estar preparados.

- Eu queria logo a parte do tiro, amore mio. Acho um absurdo ter que lidar com aquele usurpador, bastardo maledetto e não deixar uma bala na cabeça dele. – bufou. – Mas sei que esse tiro será dado pelo capo.

- Santini está apenas aguardando a oportunidade. A propósito, vamos também rearrumar nossa casa, espalhar os soldados... Serão dias complexos.

- Si, especialmente porque Santini vai querer ocupar a residência de Giannini com alguma pessoa de confiança. Quem seria? Pelas contas... Não temos muitas pessoas do nosso lado.

- Nem eles. Na verdade, eu não sei o que se passa na cabeça do capo, mas vamos confiar nele, bella.

Quanto ao chefe, não demorou muito a fechar a casa e entregar o comando da loja de material de construção para o gerente, dizendo sem pensar duas vezes:

- É um presente. A loja é sua. - e saiu sem ouvir os comentários surpresos do funcionário.

Dentro do carro, conduzido por um dos soldados, ele ficou no banco de trás, a cabeça de Mercedes em seu colo, dormindo profundamente.

- Capo, como ficarão as coisas na casa? O usurpador está controlando tudo, ficar na mansão será um problema.

- Sei disso. Mas o usurpador ou terá que abrir espaço para mim, ou serei obrigado a lançar mão do meu plano B. Ainda bem que tenho sempre Pedro em minha discagem direta.

Enquanto ordenava que o motorista mudasse a estação de rádio para algo "mais animado, odeio bossa nova, música de gente morta", Vittorio passava os dedos pelos cabelos de Mercedes, percebendo o sono profundo da jovem. Seus inimigos pensavam que ela era inofensiva, uma vítima - quando todo o plano, a ideia original, surgiu da própria Mercedes. De que forma ele a deixaria escapar, deixá-la casar com algum farabutto quando ele, Vittorio Santini, era o único que poderia valorizá-la plenamente?