XXI

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Enfim chegamos à parte três do livro e... 

Quem gosta de casamentos? 

(em tempo, voltaremos às atividades dia 05/01, mas ainda não estamos perto do final, então não posso contar qual é a história que será a substituta de "Glacial" nas quartas. Vocês ainda vão apreciar os B.Os de Vittorio, Mercedes e sua turma bastante ainda...)

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Casamentos na máfia não eram feitos para serem felizes, e sim por um aspecto prático: gerar herdeiros e fortalecer o poder nas famílias.

Patrício Santini dissera uma vez que "se era para ser feliz, melhor nem casar". Levou a própria máxima ao pé da letra.

O casamento que ocorreria no jardim dos fundos da mansão agora pertencente a Saulo Pancetti parecia fazer parte da regra tácita de Patricio, a julgar pela expressão assustada de Carmela, que escondia o choro e o desespero de se unir a um homem cruel o quanto podia, além de maquiar em desespero os próprios braços, para que as estilistas não vissem as marcas roxas dos apertões do noivo.

Não que as estilistas pudessem denunciar Saulo – todas eram parte da máfia. A vergonha que Carmela sentia era muito maior. Considerava-se fraca, alguém tão desimportante que não era protegida pelo pai, que sorria de orelha a orelha com o fato de que estava casando mais uma Bacchi com o capo dei capi, mantendo a tradição de sua família; tampouco pelo resto do núcleo duro.

Fabrizio Appia queria o filho o novo sottocapo; então bajularia Saulo o máximo possível; e a única Giannini que sobrou, Amarilis, filha do falecido capo, não se tornaria a nova chefe – a presença de chefes mulheres era impossível na mente de Saulo, que planejou o casamento dela com Pietro Pastorelli para que ele comandasse tanto a própria máfia quanto as sobras da outra famiglia.

Ivan Aquino era fora de cogitação: ele traiu com tamanha facilidade o antigo capo que poderia jogá-la no fogo facilmente, caso fosse de seu interesse.

Estava sozinha – e ao invés de caminhar para o casamento, ela sabia estar a passos largos para o próprio túmulo. 

O clima tenso também estava presente na reunião do Conselho, composto pelo próprio Saulo Pancetti, já vestido de noivo; Marcello Bacchi – ajeitando a flor que repousava no bolso do terno claro; Fabrizio Appia; Pietro Pastorelli e Ivan Aquino

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O clima tenso também estava presente na reunião do Conselho, composto pelo próprio Saulo Pancetti, já vestido de noivo; Marcello Bacchi – ajeitando a flor que repousava no bolso do terno claro; Fabrizio Appia; Pietro Pastorelli e Ivan Aquino.

Ao invés de definirem o futuro da máfia e os novos negócios que seriam realizados com os parceiros do tráfico – em especial um grupo de colombianos com quem Aquino vinha tentando negociar há algum tempo – eles estavam caçando informações que pareciam ter sumido no ar após terem sido surpreendidos com uma notícia que não parecia um presente de casamento.

- O dinheiro que estava no Panamá sumiu. – foi justamente Aquino o mensageiro de más notícias.

- Como foi essa merda? – o ar pareceu pesar quando Saulo falou, visivelmente irritado.

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