Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar. Clarice Lispector.
Sara
O que a Guardiã diz deixa os outros congelados de pavor.
Mas eu não tenho tempo para me preocupar o que poderia ser o motivo para o comportamento estranho de demônios, se é que realmente existem.Preciso saber logo o que aconteceu para poder voltar para a minha busca.
Olho para o cogumelo e o pego novamente, agora já prevenindo me de sua temperatura que se eleva.
Penso nas palavras da guardiã e as repasso em minha cabeça.
Olhar para além do visual; isso não é um cogumelo, me programei para ver a imagem de um porque é mais fácil de aceitar e assim evitar meu fim, com a existência de algo que não pertence de fato a esse mundo. Só preciso esvaziar a mente até virar uma sala vazia e esse cogumelo é a porta de entrada...
Fecho os olhos e lentamente vou removendo as coisas de minha mente até testar um vazio branco.
Sinto o cogumelo esquentar em minha mão cada vez mais porém em vez de reagir, tento com todas minhas forças pensar que não tem um cogumelo quente em minhas mãos mas uma porta, porém bizarramente acabei pensando num grandioso navio de 5 velas.
E como mágica minha mão fica cada vez mais pesado até que não resisto e jogo no ar.
Após jogá-lo para cima, abro lentamente os olhos e o que vejo deixa me em choque, há um enorme navio caindo em minha direção, quero sair correndo mas ele atinge me no ponto exato, a dor me invade com força e tudo desaparece.
Acordo com uma dor de cabeça enorme porém bizarramente estou sentada numa poltrona chique, localizado num ambiente interno de uma pequena cabine chique, que parece muito ser de um trem?
Tento me lembrar o que aconteceu, mas ser atingida por um barco não explica como fui parar dentro de um trem.
Me aproximo da janela mas o que vejo me deixa chocada, não tem nada do outro lado além de um vazio infinito.
Porém outra coisa que me fez sentir cada vez mais louca, é que externamente, o lugar que estou é um enorme navio, que não importa o quanto eu pense a respeito, não consigo decifrar como isso é possível, pois consegue se manter flutuando no enorme vazio.O mais rápido possível, me afasto da janela, enquanto me perguntava como eu conseguia respirar. E vou em direção da única porta de saída da sala.
Porém quanto mais vou em sua direção, mais longe a porta fica em mim, que quando percebo, estou a quilômetros de distância da porta, ao ponto de parecer que está no alto de uma montanha alta que mal consigo enchergar ela.
Frustrada, sinto as lágrimas descerem compulsivamente pelo meu rosto, encharcando o chão de padrão quadriculado estilo xadrez, mas nas cores vermelho e branco.
Foi quando percebo que ao meu lado tem uma mini mesa com três anéis, um verde, um vermelho e o outro dourado, junto com um bilhete.
" Use apenas se precisar: O verde realiza até 3 ações desde que você saiba como fazer. O amarelo te teleporta para outro lugar, porém apenas se souber onde está e desde que o destino seja lugares onde já estive antes. O vermelho é uma aposta, ele pode trazer sorte ou a morte para quem usa, vai surgir uma grande roleta de duas cores, verde e roxo, para quem usa, que deverá girar ela, se cair no verde qualquer desejo que tiver será realizado, se cair no roxo, o anel irá devorar sua alma."
Animada com a possibilidade de sair da sala, pego rapidamente os três anéis, colocando apenas o verde no dedo.
Fecho os olhos e desejo sair da sala, porém nada acontece.
Frustrada e irritada, releio o bilhete e percebo a burrice que cometi.
Eu não faço a mínima ideia de como sair.
Tento usar o amarelo mas, nada acontece, uma vez que não faço ideia de onde estou, sobrando assim o vermelho.
O anel que pela descrição, queria evitar ter que usar mas se não o fizer, provavelmente ficaria presa para sempre.
Estava prestes a por o anel quando escuto duas vozes sincronizadas.
"Se eu fosse você, não usaria isso."
Assustada, me viro rapidamente, me deparo com dois corvos pretos que me encaravam de cima da poltrona que eu estava antes, como se eu nunca tivesse dado um passo para longe do local.
"Como assim?"
"Se eu fosse você, não usaria isso, foi isso o que dissemos."
778 palavras
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A MOÇA DE BRANCO
Mystery / ThrillerObra em revisão. Plágio é crime, crie a sua. Antes de tudo quero deixar algo bem claro, em nenhum momento, estarei fazendo apologia ou romance a um crime/violência, se você se identificar com alguma cena por favor, procure ajuda . Sinopse: Em um...