A MOÇA DE BRANCO

Capítulo 20 - Tudo como planejado

Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.
Provérbio Chinês

Morlock

Sorrio tranquilamente sentado em minha poltrona na sala da direção no hospital, que eu transformei no meu escritório, enquanto leio os relatórios.

O traidor que almejava pegar meu cargo como Rei do Inferno foi coincidêntemente morto por meu revoltado irmão gêmeo, o caçula Belial, que eu aposto que ele já deve saber que eu toquei sua bela criança e na sua tão amada mulher.

A Sara e Giulia saíram do hospital no momento certo e entraram no castelo exatamente como planejado apesar de serem seguidas por  três pessoas enxeridas.

No fim foi uma boa idéia ter 90% do hospital sob meu controle, apesar de não ficar satisfeito por não ser 100% graças ao médico Fernando ser um famíliar da família que pertence a Vida.

Assim que Sara e Natalia completarem a viagem ao passado, finalmente será a hora de agir.

Finalmente irei mostrar ao Lúcifer como sou capaz e irei ganhar o título que tanto mereço.

Uma pena que não fui eu que matei Rosa e minha sobrinha deliciosa, até porque eu ainda precisava delas vivas para o meu plano dar certo, mas com as suas filhas finalmente chegando a idade certa, não terei problemas nenhum para concluir o que planejo.

Penso olhando para Ana e para a Susan, a Rainha sereia que eu consegui escravizar, apesar de tudo que sofri para pegar a famosa Sulis, ela foi muito útil surgindo em frente de Sara para contar lhe a profecia de sua vida, ter ela em minhas mãos significava o poder de subjugar toda a espécie dela, por ser a líder e a mais poderosa.

Ambas são as melhores servas que eu poderia ter, Anne por ter sido vítima do meu irmão quando estava perdido na dor e na loucura da perda, Susan porque eu sicronizei a vida da pessoa que ela ama a minha, me matar significa matar aquele que ela mais ama na vida.

E pensar que não fosse por ambas controlando os funcionários do hospital, eu poderia ter tido todo meu progresso arruinado por alguns idiotas.

E graças aos seus relatos, consegui desviar com facilidade do meu irmãozinho que está prestes a cair numa armadilha.

Esse dia não poderia ficar melhor, só falta comemorar.
Penso pegando uma garrafa de vidro vazia com um funil encaixado na boca da garrafa, que com um olhar, peço para a Sulis se aproximar dela.

"Enche-a"

Eu vi a estremecer mas sei que vai me obedecer, vejo a pegar uma pequena adaga e enfiar no braço para causar dor que irá gerar as preciosas lágrimas que tanto quero.

As lágrimas das sereias é o melhor item que se pode obter, cura doente te cura, se tiver morto, revive, se tiver saudável e beber te torna mil vezes mais forte a cada lágrima.

Desde que eu consegui prender ela a mim, venho tomando uma garrafa de lágrimas por dia para quando finalmente chegar o dia da derrota de Belial, colocar ele no lugar que pertence, como um inseto sendo esmagado por meus pés.

Penso vendo as lágrimas encherem aos poucos a garrafa, acho que está na hora de aumentar a quantidade de lágrimas que irei beber por dia.

"Agora só nos resta esperar, mas enquanto isso, que tal irmos visitar o clã Saturno? Eles andaram aprontando demais para meu gosto"

Pergunto a Ana que sorri largamente antes de dizer:

"Eu vou amar, Amo Senhor."

" Perfeito."

Digo arrumando meu sobretudo e pegando minha linda bengala com meu enfeite favorito, a caveira de um bebê que eu enfiei uma lança, lembro bem que foi a minha primeira vítima e por isso carrego comigo a qualquer lado banhada a ouro.

Mas antes de sair levando Ana comigo, para visitar meus brinquedos, vejo Sulis terminar de completar a garrafa.

"Perfeito"

Digo pegando-a e bebendo todo o seu conteúdo.

"Sulis."

"Sim Mestre."

Diz se ajoelhando como uma escrava que é.

"É uma ordem, va até seu povo e traga 300 garrafas de lágrimas por dia, mas a cada garrafa a menos será uma tortura mental a mais que seu amado irá sofrer, então não me decepcione."

"Sim Mestre."

Satisfeito, eu ofereço meu braço a Ana.

"Me acompanhe Senhorita?"

"Como desejar Mestre."

700 palavras.