[MPREG] O auge de vida de Park Jimin foi ter sido baterista de uma banda em sua época de colégio, estando no topo da cadeia social e namorando o vocalista e guitarrista do mesmo grupo. Mas agora, aos 27 anos, divorciado e com dois filhos de 8 anos...
"Nós sempre entramos nisso cegamente Eu precisei te perder para me encontrar Esta dança estava me matando suavemente Eu precisei te odiar para me amar, sim."
Lose You To Love Me - Selena Gomez
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5 ANOS ANTES
Era o momento de Jimin se despedir.
Já estava na hora de dizer adeus as mentiras que contava a si mesmo sobre seu casamento fracassado, e também de aceitar de uma vez por todas que as coisas já não estavam boas há tempos, ou talvez nunca tenham estado.
Aliás, quando que um casamento sem amor deu realmente certo?
Mas era tão difícil de acreditar, porque não foi aquilo que desejou para a sua vida, não foi aquela sensação de desconsolo que almejava sentir enquanto olhava para James Miller, seu marido, dormindo ao seu lado. Estava tudo errado! Não era daquela maneira que as coisas deveriam ter acontecido.
E foi durante a fria madrugada, quando o relógio marcava três e vinte da manhã, que Jimin deixou a primeira gota cair enquanto ainda observava o ressonar de James. Simplesmente permitiu que as lágrimas fizessem o caminho que desejavam, sentindo seu coração se comprimir em seu peito e seus dedos agarrarem com força o edredom macio.
Sentia o choro entalado em sua garganta e sua respiração quente começar a ficar entrecortada. O travesseiro ficava cada vez mais molhado, pois cada pingar era uma representação de sua angústia.
Angústia, angústia, angústia.
Seu peito, mente e alma banhados de tormento, abatidos pelo pesar e cercados pelo desalento. Era capaz de sentir tudo e nada ao mesmo tempo, preso em um paradoxo desolado.
Saboreava tudo o que não queria e nada do que desejava. Era inversamente proporcional: quanto mais olhava James, menos sentia.
Estava mergulhando em suas impiedosas memórias passadas, revivendo todos os momentos desde o dia em que conheceu na faculdade aquele à sua frente, até o ponto em que estava. E doía acolher a verdade em seus braços: nunca amou Miller, assim como em tempo algum foi amado e tudo aquilo nunca passou de um teatro mal interpretado.
Uma peça com protagonistas amadores, cenários falsos, sentimentos engessados e corações de plástico. E a qualquer momento as cortinas abririam, mas não estavam prontos para encarar a plateia.
