Capítulo 15 - A Ilha da Água da Morte

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Dois dias depois de sair da Ilha do Dragão, encontramos ao longe uma nova ilha e como todas as outras, havia chance de que algum dos fidalgos tivesse passado por ali, a viagem até chegarmos a Ilha durou mais dois dias.

Não havia sinal de vida naquela ilha, mas colocamos os homens à procura de alimentos, enquanto procuraríamos pistas sobre algum dos fidalgos ter passado por aqui. Deixamos o Eustáquio no navio com alguns homens que também ficaram lá para evitar confusões ou complicações inoportunas, com a ordem de saírem do navio caso não voltássemos até o pôr-do-sol.

Andamos por longas horas na ilha até que achamos uma caverna no subsolo, estávamos cansados por causa das altas temperaturas da Ilha arenosa e vulcânica.

- Não somos os primeiros aqui. - disse Caspian analisando uma corda que estava amarrada em uma pedra.

- Os fidalgos? - perguntou Ed.

- Pode ser. - Caspian respondeu e jogou uma pedrinha pra saber a profundidade da caverna. - Que há lá embaixo?

- Vamos descobrir. - Eu disse pegando a corda para poder ser a primeira a descer. - Eu vou primeiro, vocês ajudam a Lu a descer.

- Tenha cuidado. - Caspian disse preocupado.

- Eu sempre tenho. - respondi risonha e já descendo pela corda.

- Isso explica suas cicatrizes gigantes. - ele retrucou.

- Venham logo. - eu disse ao chegar no solo da caverna e fui ver o que tinha lá.

Havia um lago com uma água totalmente cristalina, dentro haviam vários objetos que pareciam ouro. Numa parte mais rasa, havia uma grande estátua de ouro, um escudo (também de ouro) com um brasão lindo e uma espada.

- Que é aquilo? - perguntou Lu.

- Não sei. - respondeu Ed.

- Parece uma estátua de ouro. - disse Caspian.

Ed arrancou duma das paredes um pedaço de uma raiz qualquer para poder mexer na estátua, mas no mesmo momento em que ela foi posta na água se tornou ouro e ficou pesado o suficiente pra que Ed tivesse que largar e quase caísse dentro do lago.

- Ele deve ter caído lá. - disse Caspian.

- Pobre homem. - disse Lu.

- Pobre Lorde. - disse Ed apontando para o escudo que estava lá.

- O brasão de Lord Restimar. - disse Caspian.

- E sua espada. - disse Ed.

- Nós precisamos dela. - eu disse.

Ed tirou sua espada da bainha na intenção de pegar a espada, mas eu o impedi.

- Melhor não fazer isso, deixe que eu pego, você pode cair no lago e não queremos que isso aconteça, além de que parece que vocês esquecem que eu tenho poderes, não sei o que se passa na cabeça de vocês. - eu disse me preparando pra tirar a espada da água, mas mesmo assim Ed colocou sua espada na água, a espada que recebeu nas Ilhas Solitárias. Tirei a espada de Lord Restimar da água, mas ela parecia não ter nem chego perto de virar ouro.

- Nenhuma das espadas viraram ouro. - disse Lu.

- Ambas são mágicas. - respondeu Caspian.

- Ele nem deve ter notado o que aconteceu. - Lu disse.

- Talvez... - eu disse.

- Mas talvez ele tenha tentado algo. - disse Ed chegando a beira do lago novamente.

- Por exemplo? - perguntou Caspian.

Ed pegou uma das conchas que haviam lá e colocou-a na água, a retirando rapidamente. A concha se transformou em ouro. Ed parecia encantado com aquilo, parecia até enfeitiçado.

- Que está olhando? - perguntou Lu.

- Quem tiver acesso a esse lago pode ser a pessoa mais poderosa do mundo. - Ele respondeu maravilhado com a concha ainda em mãos. - Lucy, seríamos tão ricos que ninguém nos diria o que fazer.

- Não pode levar nada de Nárnia. - Caspian disse com seu tom de voz um pouco alterado.

- Quem disse? - Ed perguntou debochado.

- Eu digo. - Caspian respondeu autoritário.

- Não sou seu súdito. - disse Ed empunhando a espada.

- Esperou pra me desafiar. Duvida da minha liderança! - disse Caspian.

- Dúvida de si mesmo. - Edmund retrucou.

- Pirralho!

- Covarde!

- Edmund. - Lucy tentou apartar a briga, mas foi empurrada pra trás.

- Eu estou cansado de ser o segundo. - começou Edmund. - Primeiro Peter. Agora você. Sou mais corajoso que os dois. Por que usa a espada de Peter? Eu mereço meu próprio reino. Eu mereço governar!

- Se você se acha tão corajoso, prove! - gritou Caspian empurrando Ed e retirando sua espada da bainha. Houve um breve tilintar de lâminas se chocando, até que eu resolvi intervir. Eu empunhei minha espada e choquei-a contra as outras duas lâminas, separando-as. Assim que tive o domínio sobre suas espadas, com minha telecinese fiz com que ambas apontassem para os pescoços de seus respectivos donos, fazendo com que toda a atenção se voltasse para mim.

- Parem os dois! Agora! - eu gritei. - Olhem pra vocês! Vocês não estão vendo o que está acontecendo?

- Esse lugar tentou vocês. - continuou Lucy. - Enfeitiçou vocês. Era disso que Coriakin estava falando.

- Vamos sair daqui. - eu disse largando as espadas deles no chão e colocando a minha de volta em sua bainha. Saí do local às pressas, fazendo Lu subir a corda antes de mim, pra ter certeza de que ela sairia bem dali.

Quando saímos da caverna, faltava pouco pra anoitecer, então decidimos acampar alí mesmo na praia daquela ilha. Decidimos batizar a Ilha como "Ilha da Água da Morte", já que aquela caverna era exatamente o fim da jornada pra pessoas de mente fraca.

Não foi encontrado muito naquela ilha, pouquíssimos mantimento e água potável. Mesmo assim fizemos uma fogueira e assamos algumas coisas para jantarmos. Alguns homens voltaram ao navio para fazer a guarda, enquanto Eustáquio permanecia em terra conosco, sempre ao lado de Lucy, que era a única pessoa que ainda tinha sua sanidade mental praticamente intacta.

Por mais que tudo que tenha acontecido naquela caverna seja por causa de um feitiço ou algo do tipo, sempre há uma verdade oculta no fundo de tudo o que falamos e era horrível perceber que Edmund se sentia como segunda opção, como alguém que está sobrando. Também é horrível saber que Caspian não se dá o devido valor, duvidando de si mesmo e de seus talentos em relação a liderança.

Aquela noite seria difícil pra qualquer um de nós, o clima pesado entre os dois e eu estando no meio, tentando analisar situações, além de analisar a minha função e meu propósito no meio deles. Creio que dessa vez eu não irei ajudar Nárnia, mas no fim dessa viagem será ela quem terá me ajudado.

 Creio que dessa vez eu não irei ajudar Nárnia, mas no fim dessa viagem será ela quem terá me ajudado

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Espero que estejam gostando. Se gostaram não esqueçam de votar e deixar seus comentários.

Essa parte da fanfic está acabando, assim que a viagem acabar todos os acontecimentos serão de total autoria minha, espero que estejam tão ansiosos quanto eu.

Beijinhos 💋

*Capítulo não revisado.

Maya Matthews In Chronicles Of Narnia ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora