Maya Matthews In Chronicles Of Narnia ✨

Capítulo 18 - País de Aslan

Voltei ao bote e usei toda a força que me restava pra que eu pudesse chegar de novo ao Peregrino da Alvorada. Chegando lá pude ver os estragos que a serpente havia feito no navio, vi Ed e Lu abraçados, Eustáquio se aproximava de todos eles e Caspian estava perto dos Pevensie. Pude ver que Ed carregava a espada de Peter e não pude me conter de tanto orgulho. Vi também que vários dos botes que haviam sido carregados de habitantes das Ilhas Solitárias haviam reaparecido.

— Ei, ganhamos! — eu gritei do bote e os quatro foram até a ponta do navio me ver. Quando me coloquei em pé para acenar pra eles, o bote acabou tombando e eu caí na água, arrancando verdadeiras risadas de todos, que há muito eu não ouvia. — Vocês adoram rir da desgraça dos outros, que feio. — eu disse acusadora, porém com humor intenso em minha voz. Ripchip logo se juntou a mim na água. Ele acabou por ingerir um pouco da água cristalina por acidente, mas sua reação foi diferente do que eu esperava.

— É doce? É doce! — ele disse e eu também provei da água confirmando o que ele havia dito. — Olhem, lá. — ele disse apontando para o horizonte. Pudemos ver uma terra não muito distante, ao fim dela poderíamos enxergar algo como uma grande parede de um vidro muito bonito.

— O país de Aslan. Devemos estar perto — disse Caspian.

— Já que viemos até aqui... — começou Ed.

— Não vejo porquê não irmos até lá. — eu completei.

Nós nos secamos e nos trocamos, preparamos um bote para que não precisassemos submeter os tripulantes a mais uma viagem logo após a última batalha.

Navegamos por um bom tempo, o mar estava calmo e havia paz ali. Não precisamos trocar palavras pra saber que estávamos felizes. Quando estávamos próximos ao país de Aslan, víamos no mar lindos lírios brancos abertos.

Fizemos uma viagem silenciosa, mas o silêncio era extremamente confortável, não precisávamos dizer nada sobre o quão maravilhados estávamos ao ver o país de Aslan, mesmo que ao longe. Estando próximos ao país de Aslan, pudemos ver enormes ondas que caíam sem parar, não se desfaziam, muito menos se moviam. Caspian me ajudou a descer do bote, enquanto Edmund ajudava Lucy, eu tropecei, mas isso não vem ao caso.

Fomos na direção das ondas quando vimos a sombra de Aslan na areia, Eustáquio foi o primeiro a se virar.

— Aslan! — ele gritou animado.

— Sejam bem-vindas crianças. — começou Aslan. — Agiram bem! Muito bem de fato. Chegaram muito longe, e agora a jornada está no fim.

— Esse é seu país? — perguntou Lu.

— Não, meu país fica além. — Aslan respondeu olhando para as ondas.

— Meu pai está em seu país? — foi a vez de Caspian perguntar e eu desejei saber o mesmo que ele, será que meus pais realmente foram para o país de Aslan?

— Só da pra saber indo até lá, filho. Mas saiba que, se prosseguir, não há retorno. — respondeu Aslan.

Caspian exitou, mas foi até a onda em passos lentos, com medo de não saber o que fazer. Ele colocou uma de suas mãos na onda por alguns instantes, mas logo a retirou e voltou para perto de nós com os olhos repletos de lágrimas.

— Não vai? — perguntou Edmund.

— Meu pai não se orgulharia de me ver desistir do que ele morreu pra conseguir. Já quis demais o que foi tirado de mim e não o que me foi dado. Eu ganhei um reino. Um povo. E uma família. — ele disse e se virou a Aslan. — Prometo ser alguém melhor.

— Já está sendo. — Aslan disse e ambos fizeram uma leve reverência. — Maya, está na hora de decidir seu rumo a partir daqui.

Eu fiquei paralisada, pensei tanto sobre e até agora não havia tomado minha decisão, não sabia qual lado escolher, mas eu sabia o que meu coração queria. Meu coração queria estar perto da minha família, ela é pequena, não é a melhor de todas, mas é boa. Isso significaria deixar pra trás toda uma história e um legado que eu passei anos construindo, e significaria deixar a pessoa que me completa desde o dia em que a conheci, deixar Caspian seria difícil e doloroso, mas eu deveria deixar de seguir minha só mente e equilibrar, razão e sentimento.