Capítulo 15

821 63 1
                                    

PRISCILLA NARRANDO...


Eu decidi não ir trabalhar. Eu não estava bem. Mexer com a pousada mexeu mais comigo que tudo. Me apaixonar pela Natalie mexeu também e agora ela parece me ignorar e tratar comigo somente coisas profissionais e com total formalidade. Eu andava bem deprimida então resolvi ir ao médico. Eu parei meu tratamento a uns 4 anos e agora estou de volta aos antidepressivos, controladores de humor e a terapia. Me dei um dia de folga. Estava fazendo umas pesquisas quando me lembrei que a Natalie estava procurando uma casa ou um apartamento para morar. Soube que ela está pensando em fazer uma oferta em algum dos apartamentos no prédio que a Liz mora. Era um prédio de dez andares, a Liz morava no sétimo andar e era um prédio novo. Os apartamentos eram confortáveis e tinham alguns maiores e outros menores. Liz morava num apartamento de 2 quartos mediano e bem confortável e Natalie tinha uma necessidade muito grande de ter o canto dela, mesmo a Liz morando sozinha e dizendo que ela pode ficar lá o tempo que precisar. Pesquisei sobre o prédio, e obtive o máximo de informações sobre ele. Um apartamento naquele prédio custava a partir de 400 mil e Liz me confidenciou que o que ela se interessou que era maior que o dela, custava em torno de 600 mil e Natalie tinha do apartamento que morava em São Paulo 350 mil reais que ela não mexia por nada no mundo, por isso ela trabalhava tanto no bar, porque ela não queria mexer no dinheiro da venda do apartamento dela de São Paulo até trabalhar em algo no Rio que fosse rentável e estável suficiente para ter o canto dela sem correr o risco de perde-lo por qualquer motivo. Liz dava muita força para nós e eu estava mais que envolvida e apaixonada pela Natalie por mais que eu detestasse admitir isso as vezes. Liguei para o corretor que estava no site e marquei com ele uma visita lá no fim do dia. Andei pela casa o dia todo pensativa, tomando decisões com relação aos meus sentimentos e a minha vida e agora a pousada do meu pai. Logo deu a hora de encontrar com o corretor. Fui em outro carro que não era conhecido pelas meninas, não queria ser vista lá embora o porteiro de lá fosse muito fofoqueiro.

Leandro: Priscilla Pugliese?

Eu: Muito prazer Leandro Mendes.

Leandro: O prazer é meu, vamos subir?

Eu: Vamos – subimos até o oitavo andar.

Leandro: Esse é o apartamento que você viu no anuncio. Ele tem sala de estar, cozinha, sala de jantar, 3 quartos sendo uma suíte, banheiro social, tem um pequeno escritório, uma área de lazer também que não é grande, mas é agradável – foi me mostrando tudo. – Ele é novo, ninguém morou aqui como pode ver. Todos os armários e closets estão até com plásticos e etiquetas.

Eu: Muito bonito e confortável.

Leandro: Sim. É para você?

Eu: Sim e não. Quanto é?

Leandro: 600 mil, mas se houver uma proposta a vista posso tentar por 580 mil.

Eu: Ok... Leandro, eu não vou morar aqui. Vou te explicar o que quero fazer com esse apartamento. Uma grande amiga minha, está procurando um apartamento e ela quer um aqui, inclusive ela mora aqui com uma amiga. Ela não vai querer minha ajuda e nem que eu seja fiadora dela. Natalie Smith...

Leandro: Ela me procurou ontem, vamos ver as negociações amanhã.

Eu: Então... Quero que ofereça esse apartamento a ela. Veja quanto ela pode pagar ou financiar, e eu vou pagar a diferença se conseguir nesse valor pra mim.

Leandro: Ok. Mas acho que ela vai saber já que nos documentos virá o valor do apartamento. – eu não tinha pensado nisso – Acho mais fácil você comprar o apartamento pagar por ele e vender a ela pelo preço que ela puder pagar. Posso fazer essa transação para você sem problemas, mas precisa compra-lo.

Eu: Posso usar uma conta empresarial para compra-la? Não quero que seja no meu nome senão ela saberá que foi eu.

Leandro: Claro.

Eu: Ok. Ofereça a ela, diga que o dono quer vender com urgência para sair do país, enfim... Inventa alguma coisa e a faça comprar esse apartamento da maneira mais fácil possível.

Leandro: Ok. Negocio fechado – apertamos as mãos e eu deixei o prédio rapidamente. No dia seguinte procurei o noivo da mamãe. Marcelo era um homem maravilhoso e eu estava feliz da minha mãe ter encontrado alguém como ele. Ele era dono de uma concessionária tinha muito dinheiro e era um bom amigo pra mim. Era mais fácil conversar com ele do que com a minha mãe. Fui até a empresa dele.

Marcelo: Oi minha querida entra. – me recebeu com um sorriso largo.

Eu: Oi Marcelo – o abracei.

Marcelo: Que de tão urgente precisava falar comigo?

Eu: Preciso da sua ajuda numa boa ação.

Marcelo: E que boa ação é essa?

Eu: Preciso ajudar uma amiga. Mas ela não pode saber que partiu de mim, porque ela não aceitaria.

Marcelo: Amiga? Amiga mesmo ou você gosta dessa amiga? – riu.

Eu: É... – eu ri – Eu gosto dela. Mas não é por isso. Ela merece e ela perdeu a vida toda dela em São Paulo e veio para o Rio para reconstruir tudo e quer muito o apartamento dela a vida dela de volta – expliquei tudo pra ele. Eu compraria o apartamento, mas seria no nome dele e ele concordou. Pedi que não contasse a minha mãe e ele disse que seria um segredo nosso. Fui para a empresa precisava ocupar minha mente. Dois dias depois fui até a obra e estava ganhando forma cada vez mais. Marina estava lá e me disse que Natalie pediu para que cuidasse de tudo na ausência dela, porque ela precisou ir para São Paulo com urgência. Fiquei preocupada e resolvi ligar, mas ela cancelou minhas chamadas. Aquele clima entre a gente estava pesado e eu não entendia porque ela havia mudado comigo assim da noite para o dia. Ela não apareceu na obra por uma semana e não mandou mensagem, não falou nada. Estava ficando nervosa com aquilo, afinal ela tinha um contrato comigo. O dia que ela voltou eu estava no auge do meu nervosismo, no final de semana seria o casamento da minha mãe e ela estava me deixando louca. – Oi Natalie que bom que você apareceu no trabalho. Você tinha 2 sessões de fotos na agência que não compareceu e não veio uma semana inspecionar se o que o pessoal que você contratou está fazendo o que deveria fazer – falei com raiva. – Virou bagunça agora?

Eu: Eu remarquei as sessões inclusive fiz ontem no fim da tarde e hoje pela manhã, estou vindo de lá agora. E aqui está o cronograma da semana e eu estava informada de tudo que acontecia aqui pelo mestre de obras e pela Marina que gentilmente se propôs a cuidar de tudo pra mim na minha ausência enquanto eu resolvia uma questão familiar de caráter de saúde em São Paulo. Mas se não quiser mais meus serviços eu retiro o pessoal a gente paga o que foi feito e a senhora contrata outra pessoa. Tem até o fim do dia para decidir. – saiu nervosa reunindo a equipe dela.

Marina: Errou a mão... – assustei com a Marina atrás de mim. – Você sabia que eu estava cuidando de tudo pra ela, porque ela viajou com urgência. Desculpa dizer isso, mas está descontando sua frustração pessoal em cima do trabalho dela que por sinal está impecável.

Eu:É... –suspirei – Eu sou uma idiota quandoestou nervosa ou frustrada com alguma coisa. – eu fiquei por mais duashoras na pousada, depois fui andar um pouco na praia. Tinha uma escadaria depedras que dava na praia. Tirei os sapatos e andei um pouco. A muito tempo nãofazia isso. Depois de pensar em tudo que vinha acontecendo eu subi para apousada, lavei os pés e fui para o carro indo embora. Eu não voltei mais lá,logo chegou o dia do casamento da minha mãe. 

NATIESE EM: NOSSAS VIDASOnde histórias criam vida. Descubra agora