XXXI

344 36 68
                                    

Oiê! Olhem só quem conseguiu chegar ainda no sábado! <3

Espero que estejam bem! Desculpem por deixar vocês esperando, tive uns probleminhas de criatividade e travei no capítulo! :(

Nem vou enrolar muito! Vocês devem estar ansioses!

Muito obrigada mesmo a todos que estão votando e comentando! Vocês são incríveis! <3

Espero que gostem do capítulo!

Boa leitura! :3

//

Os primeiros minutos do passeio de Jeongguk e Seokjin foram completamente silenciosos, exceto pelo som dos cascos de suas montarias contra o solo. Não era exatamente uma quietude desconfortável, na verdade, serviu bem para que o Jeon conseguisse organizar melhor seus pensamentos e se acalmar depois do ocorrido com Ezequiel.

— Jin... — Chamou após um tempo, atraindo a atenção do feiticeiro para si. — Eu sei que me chamou para esse passeio porque queria que eu me sentisse melhor, mas o que levou justamente você a tomar essa iniciativa?

— O que? — Seokjin abriu um sorriso brincalhão. — Eu não pareço uma pessoa solidária?

— N-não é isso! — Jeongguk sentiu o rosto quente, mas relaxou quando o mais velho apenas deu um riso baixo.

— Relaxe, Jeongguk, eu estou brincando — disse, ainda sorrindo. Com o silêncio recaindo ali de novo, seu sorriso foi aos poucos diminuindo até desaparecer. — Digamos que também tive minha cota de momentos ruins.

Jeongguk ergueu as sobrancelhas, curioso.

— Você viveu em uma vila preconceituosa também? — Quis saber. Seokjin ponderou um pouco em como responderia aquela pergunta.

— Não exatamente — disse. — Como eu te disse antes, meu pai fabricava armas. Ele também fazia e consertava ferramentas, era a principal fonte de renda, então sempre moramos perto de vilas. — Um suspiro escapou pelos seus lábios enquanto seus olhos, distantes, recaíam sobre as rédeas que apertava entre os dedos. — Por mais que eu tentasse, era meio difícil na juventude pedir algo sem acabar acidentalmente usando meus poderes, então eventualmente eu era descoberto pelas pessoas. Nas palavras deles, eu era um "demônio de língua afiada e venenosa, que sussurrava nos ouvidos dos inocentes e os incitava a pecar".

Jeongguk arregalou os olhos. Já havia ouvido muito de Lee Donghyun sobre como feiticeiros eram servos devotos a Satã e que enganavam inocentes para corromperem suas almas e as oferecerem ao seu mestre através de sacrifícios sangrentos. Chegava a ser engraçado pensar que um dia ele já cogitou a veracidade daquelas histórias, e era mais cômico ainda pensar que algum humano um dia teve aquela conclusão e outros compraram a ideia.

Ouvir as palavras de Seokjin só o fazia pensar em como as teorias humanas para justificar seu preconceito conseguiam ser extremamente absurdas. O mais inocente dos atos de repente se tornava um motivo para que viesse uma enxurrada de insultos e ameaças.

— Isso era o de menos. — O Kim prosseguiu. — Meu pai e eu nos mudávamos com frequência na minha infância, porque sempre havia algum momento em que a notícia de que eu era um manipulador se espalhava nas vilas próximas. Era uma questão de tempo até que os jovens ou mesmo os adultos se juntassem para me jogar pedras, gritar insultos ou até tentarem fazer rituais de exorcismo. — Ele deu um riso baixo. — Eu então corria até o meu pai, ele juntava suas coisas e íamos embora, mas teve um dia em que eu desisti. — Seu olhar tornou-se entristecido. Jeongguk sentiu o coração falhar uma batida. — Os trajetos nem sempre eram seguros. Tínhamos um cavalo para puxar a carroça, mas mesmo assim ainda íamos devagar. Um dia, meu pai quase caiu de um desfiladeiro quando desceu da carroça para alinhar a rota dela. Foi a última vez em que nos mudamos para algum lugar.

Overlookers | TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora